Moradores do Aglomerado da Serra são recebidos por deputados

Uma comissão de moradores do Aglomerado da Serra foram recebidos, nesta segunda-feira (21/2/11), pelo presidente da A...

21/02/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Moradores do Aglomerado da Serra são recebidos por deputados

Uma comissão de moradores do Aglomerado da Serra foram recebidos, nesta segunda-feira (21/2/11), pelo presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Dinis Pinheiro (PSDB) e outros oito parlamentares: Carlin Moura (PCdoB), Carlos Henrique (PRB), Durval Ângelo (PT), João Leite (PSDB), Luzia Ferreira (PPS), Paulo Lamac (PT), Rogério Correia (PT) e Sebastião Costa (PPS). Os populares fizeram uma manifestação no Espaço Democático José Aparecido de Oliveira, o Hall das Bandeiras, contra a morte de dois moradores por policiais militares, na madrugada de sábado (19), e o confronto com a corporação no domingo (20), que resultou em feridos.

Todos os deputados manifestaram apoio aos moradores e se comprometeram a buscar esclarecimentos com a Polícia Militar sobre os acontecimentos. No sábado, o técnico de enfermagem Renilson Veriano da Silva, 39 anos, e seu sobrinho, o estudante Jéferson Coelho da Silva, 17 anos, foram mortos por policiais militares do batalhão de Rotas Táticas Metropolitanas (Rotam), durante operação de rotina. De acordo com a PMMG, os dois teriam morrido após tiroteio com policiais. Moradores negam a versão e asseguram que eles eram trabalhadores.

O presidente Dinis Pinheiro lamentou os incidentes e afirmou que a Assembleia vai usar todos os instrumentos e mecanismos para buscar, o mais rápido possível, os esclarecimentos e cobrar uma punição rigorosa contra os responsáveis. "Vamos solicitar que a justiça seja feita de forma exemplar", garantiu.

Os deputados devem visitar o aglomerado nesta terça-feira (22), às 10 horas e tomaram algumas providências. Rogério Correia, Carlin Moura e Paulo Lamac escreveram um requerimento para a realização de uma audiência pública da Comissão de Direitos Humanos. João Leite solicitou que a PM encaminhe esclarecimentos sobre o caso e o histórico dos policiais envolvidos nos assassinatos e no confronto com moradores. Ele estranhou que a operação tenha sido feita pela Rotam e não pelo Grupo Especializado de Policiamento em Áreas de Risco (Gepar), que tem policiais que convivem com a comunidade. Os requerimentos devem ser colocados em votação assim que houver a primeira reunião da comissão, que deve ter a composição definida esta semana.

Deputados se solidarizam com vítimas e moradores

O deputado Durval Ângelo disse que a delegacia de homicídios já ouviu uma testemunha que disse ter visto os dois moradores serem executados pelos policiais militares. A testemunha teria afirmado que eles caminhavam normalmente pelo morro, quando foram imobilizados, deitados no chão e mortos. Segundo o deputado, essa pessoa também deve ser ouvida durante a audiência pública. "Vamos exigir que a Polícia Civil tenha autonomia e não sofra pressão durante as investigações", afirmou. O deputado disse que há denúncias de ação de milícias formadas por policiais atuando no aglomerado.

Rogério Correia rechaçou os confrontos e disse que a Polícia deve ser preventiva e nunca agir como repressora. "Os moradores têm o direito de se manifestar e precisam ser tratados com respeito". Ele disse que tem recebido muitas denúncias de aumento de violência de policiais militares. Carlin Moura lembrou o caso semelhante do assassinato de dois rapazes, por policiais, ano passado no bairro Estrela Dalva e que ainda não foi esclarecido. Ele sugeriu que fosse implantada em Minas a operação guilhotina que, no Rio de Janeiro, expulsou da corporação os maus policiais.

Luzia Ferreira lembrou que a segurança pública é fundamental para garantir a integridade das pessoas, mas afirmou que a Polícia tem que levar a paz e não a violência para as comunidades. "Além de cobrar esclarecimentos da Polícia, precisamos ouvir as testemunhas", disse. Paulo Lamac afirmou que o medo do Exército e da Polícia é de um tempo que não pode mais voltar. "Não estamos em guerra com a Polícia. O que queremos é paz". Carlos Henrique ponderou que é preciso conduzir uma apuração isenta que não coloque a Polícia contra a comunidade e vice-e-versa. "É preciso punir quem agiu com hostilidade e violência".

Homenagem póstuma - O enfermeiro assassinado, Renilson Veriano, faria 40 anos nesta segunda-feira (21). Durante a manifestação, os moradores cantaram os parabéns em sua memória. Um dos integrantes do movimento Paz na Serra, Alexandre Morais, lembrou que o menor morto fazia parte de um grupo de dança e sempre participava das atividades de cultura e arte do movimento. Ele comandou as manifestações e exortou a multidão a exigir justiça no caso. "É um direito nosso. Não estamos pedindo, nós exigimos justiça".

O pastor Jackson, um dos líderes comunitários do aglomerado, disse aos deputados que espera que eles sejam os pacificadores do episódio. "Nesta guerra, não temos armas. Queremos a paz". O apresentador da Rádio Favela, Misael Avelino dos Santos, que narrou ao vivo todo o confronto, afirmou que o problema começou na noite de sexta-feira, quando policiais militares agrediram moradores do aglomerado que estavam no Mirante, no bairro Mangabeiras. Depois do confronto, eles teriam se dirigido ao morro para completar a operação, que terminou com as mortes.

 

 

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