Faemg sugere legislação específica para irrigação em
Minas
Definir com clareza regras para assegurar a
produção agropecuária aliada ao respeito ao meio ambiente; ampliar
programas de defesa sanitária e propor uma legislação específica
sobre irrigação. Esses são três tópicos citados pelo presidente da
Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Roberto
Simões, como essenciais para o desenvolvimento da atividade no
Estado. Simões foi um dos expositores desta terça-feira (15/2/11),
do Fórum Democrático para o desenvolvimento de Minas Gerais,
no debate sobre Desenvolvimento e inovação tecnológica.
Ele reclamou que os produtores rurais convivem com
uma insegurança jurídica em função da falta de marcos regulatórios
na área ambiental. Segundo ele, o conflito com os órgãos
fiscalizadores, muitas vezes, chega a inviabilizar a atividade.
Para Roberto Simões, é possível ampliar a produção
agropecuária sem abrir novas áreas, a partir do aumento da
produtividade. Ele reclama que São Paulo, por exemplo, já adquiriu
todas as outorgas sobre o Rio Grande, o que impede que Minas instale
projetos de irrigação na área. "Minas sempre deu muito mais atenção
à política do que à economia", disse.
Roberto Simões defendeu a ampliação da atividade em
Minas Gerais, afirmando ser a agropecuária uma vocação natural do
Estado. Citou como exemplos que o Estado é o maior produtor de café
e leite; responde por 10% da produção de grãos, tem o maior rebanho
nacional de bovinos e equinos e a maior extensão de floresta
plantada do País. Lembrou, ainda, que, atualmente, o setor já
incorpora muita tecnologia, estimulando o desenvolvimento em outras
áreas. "Sempre fomos muito competentes, mesmo sem os subsídios que
outros países asseguram a seus produtores. E continuaremos a ser",
orgulhou-se.
O presidente da Faemg afirmou que é preciso que
todos os poderes - legislativo, executivo e judiciária - se unam
para desenvolver uma política desenvolvimentista em Minas Gerais,
resgatando para o Estado o segundo lugar na economia nacional. Ele
rechaçou a guerra fiscal estabelecida entre os Estados e citou o
exemplo de o Rio de Janeiro "drenar" para aquele Estado praticamente
toda a produção de laticínios da Zona da Mata Mineira, em função de
redução de alíquota de ICMS. Também reclamou da desoneração de
produtos importados que "abarrota" o País e não traz nenhum
benefício financeiro para o Brasil.
Contribuições - Em vídeo
exibido durante a exposição, o prefeito de Ipanema (Rio Doce), Júlio
Fontana de Moraes Júnior (PR) sugeriu que o governo estadual invista
em saúde e educação e em melhores condições para as cidades do
interior, para combater o exôdo rural. O presidente da Empresa de
Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Baldonedo Arthur
Napoleão, propõe que seja garantido, a todos os produtores rurais de
Minas, especialmente os pequenos, o acesso às pesquisas
desenvolvidas pela instituição.
|