Fiemg apresenta sugestões para o setor industrial
mineiro
A explosão de renda que se verifica no Brasil
demandará adequações das indústrias mineiras e brasileiras para
atender à demanda dos novos consumidores. A avaliação é do
presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais
(Fiemg), Olavo Machado, para quem o Estado terá de criar empresas
globais, absorvendo novas tecnologias para não perder mercados, não
só para a China, mas para outros emergentes. O dirigente empresarial
foi um dos expositores do tema Desenvolvimento Econômico e Inovação,
do Fórum Democrático para o Desenvolvimento de Minas Gerais,
que a Assembleia Legislativa de Minas Gerais realiza desta
terça-feira (15/2/11) até o dia 24.
Olavo Machado trouxe a preocupação do segmento que
representa, com a legislação mineira na área tributária e de meio
ambiente, bem como com a defasagem da infraestrutura e da formação
da mão-de-obra. Para ele, a Assembleia inova ao trazer a discussão
para a sociedade e ao buscar soluções em parceria com o Estado e o
setor produtivo. Ele recomenda que a ALMG se detenha sobre mudanças
na legislação, principalmente a referente ao meio ambiente, que
considera muito restritiva.
Sua análise contemplou uma avaliação do cenário
internacional e nacional e sobretudo do setor em Minas Gerais, que
de acordo com ele tem desempenho pior do que a média nacional, tanto
em produtividade como em preparo dos profissionais.
Instituição afirma que janela de oportunidade
depende de mais preparo
Lembrando que Minas poderá se beneficiar da "janela
de oportunidade" do crescimento mundial, Olavo Machado destaca, no
entanto, que as empresas mineiras terão de ter capacidade para
concorrer. Para isso, setores como os mineral-metalúrgico, químico,
farmacêutico, têxtil e confecções entre outros, precisam aumentar
sua produtividade, capital e trabalho.
Esses três fatores serão garantidos, segundo ele,
pela renovação e modernização do parque fabril mineiro, por mais
capacitação da mão-de-obra, por melhorias nos sistemas logísticos de
produção, por elevação dos investimentos em pesquisa e
desenvolvimento de inovação e pela criação de um ambiente
institucional que assegure ao Estado atrair investimentos
internacionais.
Para tanto, Machado destaca que será preciso
superar alguns gargalos, como na infraestrutura econômica
(ferrovias, rodovias, laboratórios); superar as restrições da
legislação ambiental; melhorar as políticas de incentivo creditício;
e qualificar a mão-de-obra.
Políticas governamentais -
Pelo lado do governo, Olavo Machado recomenda que o Estado aprofunde
sua política de uso do poder de compra próprio e do de suas
empresas. E que amplie a política de modernização da máquina
administrativa, a ampliação das ações de planejamento e elevação dos
investimentos públicos. Além disso, o presidente da Fiemg sugere que
o Estado adote política permanente de desburocratização dos
processos econômicos.
Nesse contexto, Olavo Machado identificou a
possibilidade de participação efetiva da Assembleia, que segundo
ele, deve centrar seus esforços na busca de políticas voltadas para
a área educacional e de inovação tecnológica. E também pelo
fortalecimento do Banco de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais
(BDMG), pelo incentivo fiscal. para fazer frente à guerra fiscal de
outros estados "e implantação de uma carga tributária capaz de
impulsionar a competitividade e não comprometê-la".
Após a palestra do presidente da Fiemg, foi
apresentado um vídeo produzidos pela TV Assembleia, com as sugestões
do pesquisador do Cedeplar-UFMG, Mauro Borges.
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