Eventos abertos à sociedade colhem contribuições em vários
campos
O entrosamento entre o Parlamento e a sociedade é
bem representado, na 16ª Legislatura, pela diversidade, qualidade e
o número de eventos promovidos pela Assembleia Legislativa de Minas
Gerais. A relevância do trabalho realizado já fica clara ao se
passar os olhos por alguns dos temas tratados: atenção ao meio
ambiente, busca de soluções conjuntas para os problemas
metropolitanos e de metas para a área de educação, políticas
públicas para idosos e crianças, combate à crise mundial,
distribuição mais justa do ICMS aos municípios e uma nova política
de saneamento para suprir carências no Norte de Minas, entre outros.
Somado a isto, houve um monitoramento inédito das realizações do
Estado.
Foram mais de 100 eventos realizados na
Legislatura, entre seminários, fóruns, ciclos de debates,
conferências e audiências públicas na capital e interior, todos eles
com a representatividade dos mais diversos segmentos da sociedade.
Milhares de pessoas participaram dessas iniciativas, muitas delas
como parceiras na organização. Novas formas de participação popular
também foram inauguradas: a consulta pública pela internet e a
possibilidade de um cidadão não ligado a entidade organizada dar
sugestões com direito a voto. As contribuições colhidas
aperfeiçoaram vários dos projetos aprovados na Assembleia.
ICMS Solidário - Um dos exemplos que abriu a
Legislatura foi o Fórum Técnico ICMS Solidário, realizado em
2007 e que esteve em 12 cidades-pólo do interior para discutir o
Projeto de Lei (PL) 637/07, do deputado Dinis Pinheiro (PSDB),
alterando os critérios de distribuição do ICMS entre os municípios.
Foram mais de 100 sugestões de mudança, encaminhadas por
representantes de 382 municípios, incluindo 235 prefeitos. A partir
das propostas e também das sugestões parlamentares, um novo texto
foi apresentado e a nova lei entrou em vigor em janeiro de 2010,
permitindo que cerca de R$ 9 milhões da arrecadação do ICMS do
Estado sejam redistribuídos, o que significa 2,10% do valor
repassado aos municípios.
Saneamento para o Norte - Também em 2007, o
Ciclo de Debates As novas diretrizes do saneamento básico
reuniu sugestões para aperfeiçoar o PL 3.374/06, do governador, que
autorizou a Copasa a criar uma subsidiária para operar nos Vales do
Jequitinhonha, Mucuri e São Mateus e no Norte de Minas, além de
outros municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH);
e outra subsidiária para atuar no fornecimento de água para
irrigação do Projeto Jaíba. O ciclo de debates foi decisivo para
aperfeiçoar o projeto, que resultou na Lei 16.698, que criou a
Serviços de Saneamento Integrado do Norte e Nordeste de Minas Gerais
(Copanor).
Monitoramento inédito fiscaliza ações do
governo
A importância dada pela ALMG ao planejamento das
ações do Estado em sintonia com os anseios da população foi
consolidada ao longo da 16ª Legislatura. Como acontece desde 2003, a
Assembleia promoveu audiências públicas anuais sobre o Plano
Plurianual de Ação Governamental (PPAG), em parceria com o Executivo
e com entidades da sociedade civil. O PPAG é uma lei que estabelece
quanto e como o Governo investirá em áreas como saúde, educação,
meio ambiente, segurança pública e estradas.
Em 2009, pela primeira vez, a Assembleia promoveu
audiência pública também para o monitoramento das ações previstas no
PPAG 2008-2011. Com essa iniciativa, 351 participantes,
representando 139 entidades da sociedade civil, puderam identificar
e avaliar os êxitos e fracassos das ações do Estado em relação aos
objetivos e resultados previstos no Plano. Com a presença de
gestores dos programas estruturadores do Estado, os participantes
constataram, por exemplo, que a execução das ações não foi
uniforme.
Ciclo abriu ação de planejamento na Legislatura
- Os eventos da ALMG relacionados ao planejamento do Estado na
16ª Legislatura foram precedidos pelo Ciclo de Debates Plano
Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI) - Estratégia de
Desenvolvimento", realizado em junho de 2007, no Plenário.
Enquanto o PPAG estabelece metas do Estado para quatro anos, o PMDI
estabelece as ações estratégicas para um horizonte de longo prazo,
para o período 2007-2023. O ciclo mobilizou governo, iniciativa
privada e sociedade civil, com os objetivos de promover o
desenvolvimento econômico, melhorar indicadores sociais e reduzir as
desigualdades regionais do Estado.
Emendas populares ao PPAG - A partir daí, as audiências públicas de revisão do PPAG
percorreram, em 2007, as cidades de Araçuaí, Frutal e Juiz de Fora,
além da etapa final em Belo Horizonte. Foram apresentadas 529
propostas de iniciativa popular e participaram do processo 975
cidadãos, representantes de entidades e setores diversos. Boa parte
delas foi incorporada ao PPAG e ao Orçamento por meio de emendas.
Houve propostas que destinaram recursos para o Centro de Pesquisa e
Difusão de Conhecimento da Biodiversidade e para a operacionalização
do Fundo Estadual de Incentivo à Inovação Tecnológica.
Em 2008, as audiências de interiorização foram
realizadas em Itaobim, Ituiutaba, Barbacena, Montes Claros, além de
Belo Horizonte. Foram 1,2 mil participantes, número recorde, e 440
propostas recolhidas, das quais 177 geraram 138 emendas ao PPAG, 128
delas aprovadas. Houve ainda 51 emendas ao Orçamento, todas elas
acatadas. O impacto financeiro nas duas leis foi de R$ 11,5
milhões.
Em 2009, foi a vez de audiências em Iturama,
Itaobim, Poços de Caldas, Juiz de Fora, além de Belo Horizonte, com
928 participantes e 255 propostas encaminhadas à Comissão de
Participação Popular, das quais 99 foram transformadas em emendas ao
PPAG. Em 2010, houve audiências públicas de revisão em Itapagipe,
São João Nepomuceno, Itaobim e Belo Horizonte. Elas geraram 230
Propostas de Ação Legislativa, fruto das 363 sugestões apresentadas
pela população e analisadas pela Comissão de Participação Popular.
As propostas foram transformadas em 82 emendas ao Projeto de Lei
4.894/10, que contém a revisão do plano. As propostas populares
também deram origem a 60 emendas ao projeto que contém o orçamento
do Estado para 2011 (PL 4.895/10).
Plano Decenal de Educação teve consulta pública
inédita
Um dos maiores eventos da Legislatura, o
Fórum Técnico Plano Decenal de Educação em MG: Desafios da
Política Educacional foi realizado em maio de 2009 e inovou na
interlocução com a sociedade. Pela primeira vez, a Assembleia
promoveu uma consulta pública pela internet. O mecanismo foi usado
durante o fórum para ampliar a coleta de sugestões ao Plano Decenal,
contido no Projeto de Lei 2.215/08, do governador.
O Plano apresenta diretrizes para a política
educacional do Estado para os próximos dez anos. Com oito encontros
presenciais realizados em cidades-polo e precedido de um debate
público, o fórum foi realizado em parceria com mais de 30 entidades
ligadas ao setor. Foram oito meses de preparação, com quase 200
instituições inscritas e cerca de 500 participantes na plenária
final. Mais de mil sugestões foram apresentadas.
Foram oito eventos regionais: Araçuaí, Montes
Claros, Governador Valadares, Paracatu, promovidos pela ALMG; e
Divinópolis, Juiz de Fora, Varginha e Uberlândia, promovidos pelas
entidades parceiras. Várias das sugestões foram contempladas no
projeto aprovado pelo Plenário no final da Legislatura.
Originalmente, o plano tinha 11 temas, mas, por sugestão dos
participantes do fórum técnico, foi incluída a educação nos sistemas
prisional e socioeducativo.
Sociedade poderá monitorar - O plano, conforme aprovado pelo Plenário, passará por um
processo de avaliação a cada dois anos, com a participação da
sociedade civil, dos municípios e dos deputados. Emenda ao projeto
apresentada pela Comissão de Constituição e Justiça e acatada pelo
Plenário prevê a participação da Assembleia Legislativa e da
sociedade nessas avaliações periódicas.
Contribuição nacional - Também o Plano Nacional
de Educação foi discutido na ALMG, em audiência pública da Câmara
Federal realizada em setembro de 2009, no Encontro da região Sudeste
MAIS DEZ: O Legislativo e a Sociedade Construindo Juntos o Novo
Plano Nacional de Educação. Na discussão, aproveitou-se o conteúdo acumulado no
fórum técnico sobre o Plano Decenal de Educação do Estado. Durante o
evento, foi aprovada a "Carta de Belo Horizonte", contendo dez
diretrizes priorizadas, que foram encaminhadas à Câmara
Federal.
Fórum contra drogas também inovou em participação
Realizado em agosto deste ano pela ALMG, no
Plenário, o Fórum Técnico Segurança Pública: Drogas,
Criminalidade e Violência aprofundou o debate e inovou na
sistemática de participação. Pela primeira vez, um evento
institucional do Legislativo mineiro abriu espaço para que os
inscritos individualmente pudessem se manifestar e também votar no
momento da elaboração do documento final. Dois cidadãos desse grupo
integram, ainda, a comissão de representação eleita para acompanhar
o encaminhamento das propostas aprovadas.
"É uma mudança de paradigma. Não dá para esperar
que tudo venha do poder público", avaliou a representante dos
cidadãos na comissão, Mariane Pimenta Fargnoli, para quem o mais
importante foi compreender que a segurança pública é de
responsabilidade de todos.
O fórum recebeu 698 inscrições de participantes,
incluindo 492 representantes de 228 entidades, e foi precedido de
uma etapa de interiorização, com a realização de 20 audiências
públicas no interior e capital. A organização mobilizou em todo o
Estado 67 entidades, esforço que resultou no lançamento de uma
publicação sobre o evento na última quarta-feira (15/12). Em 335
páginas, a publicação será encaminhada a todos os órgãos da área de
segurança do Estado.
Durante o lançamento, o subsecretário de Políticas
Antidrogas do Estado, Cloves Benevides, avaliou que o material não
se resume em uma compilação do que a comissão discutiu, "mas em
análises consistentes da criminalidade em Minas". Ele adiantou que o
sistema estadual vai trabalhar para implantar as propostas
apresentadas.
Esforço de solidariedade - As discussões do
fórum resultaram em 273 propostas de ação relacionadas a questões
como avanço das drogas e da criminalidade, direitos humanos,
policiamento e estratégias de prevenção e combate às drogas, entre
outros, das quais 42 foram aprovadas na plenária final.
Para o presidente da ALMG, deputado Alberto Pinto
Coelho, o fórum é um dos exemplos que marcou ações da 16ª
Legislatura em prol da qualidade de vida da população. "À violência
presente no mundo contemporâneo e que cria uma constante tensão
entre indivíduos, grupos e instituições, estamos respondendo com
nosso esforço de solidariedade, que não pode ser, absolutamente,
perdido", afirmou o deputado em novembro de 2010, ao instalar a
comissão de representação.
Propostas também para penas alternativas e pacto
contra a tortura
Para discutir a adoção de uma política criminal
alternativa aos tradicionais modelos de privação de liberdade, a
ALMG realizou, em outubro de 2009, o Ciclo de Debates
Alternativas à Privação de Liberdade - Outras Formas de Promover
Justiça. Os participantes puderam se informar sobre a justiça
restaurativa, que preconiza medidas não privativas da liberdade,
como multa, restituição ou indenização à vítima, prestação de
serviços à comunidade ou qualquer outra forma de tratamento em meio
aberto.
Os debates foram propostos pela Comissão de
Direitos Humanos, que também esteve à frente, este ano, do Debate
Público Prevenção e combate à tortura em Minas Gerais. O
evento foi aberto à participação popular, reunindo promotores,
especialistas e integrantes da sociedade civil. Um dos objetivos foi
sensibilizar o Executivo mineiro em relação à implementação do plano
nacional de enfrentamento a essa questão.
O plano, conhecido como pacto contra a tortura,
prevê a criação de comitês estaduais de extinção da prática, assim
como a melhoria e o aperfeiçoamento do sistema de justiça criminal.
A adesão de Minas Gerais ao pacto, cobrada pelos participantes do
debate, foi anunciada pelo secretário adjunto de Defesa Social,
Robson Lucas da Silva, no encerramento do ciclo.
Assembleia no combate à crise mundial
Atenta ainda ao contexto do momento, a Assembleia
promoveu, em abril de 2009, o Ciclo de Debates Minas Combate a
Crise. Frente à crise econômica de dimensões globais que
marcaria o ano, a ALMG reuniu no Expominas autoridades do porte do
presidente do Banco Central, Henrique Meirelles; do ministro do
Trabalho, Carlos Lupi; do presidente do Conselho de Administração do
Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter; e do diretor-presidente do
grupo Fiat na América Latina, Cledorvino Belini.
Após o evento, que durou dois dias e teve a
parceria do Governo de Minas, da Fiemg e dos Diários Associados, a
Comissão Extraordinária para o Enfrentamento da Crise
Econômico-Financeira Internacional aprofundou a discussão sobre o
tema. Criada em março pela ALMG, a comissão concluiu seus trabalhos
em agosto, após realizar também uma série de reuniões temáticas com
representantes da sociedade. Na pauta, os impactos da crise nas
finanças públicas municipais, no mercado de trabalho, no setor
agropecuário, no setor mineral e para as pequenas e médias empresas.
Dessas reuniões setoriais surgiram propostas de
curto, médio e longo prazos. Uma das principais reivindicações do
relatório final foi a redução dos juros cobrados sobre a dívida de
Minas com a União, de 7,5% para 4% ao ano.
Vocação econômica também pautou agenda
Em 2008, foi realizado o Seminário Legislativo
Minas de Minas, que reuniu os segmentos da cadeia produtiva
da mineração, que formataram um documento com 50 propostas. Entre
elas, a que altera a base de cálculo da Compensação Financeira pela
Exploração de Recursos Minerais (Cfem) e eleva o percentual
repassado aos municípios.
A etapa final do seminário, em junho, foi precedida
de um processo de interiorização com reuniões em 11 cidades, onde
foram apresentadas 364 propostas e eleitos 226 delegados, que
votaram o documento final em Belo Horizonte.
Atendendo a um compromisso firmado no evento, a
Mesa da Assembléia criou a Comissão de Minas e Energia por meio de
projeto de resolução aprovado pelo Plenário em dezembro de 2008. Foi
lançada, ainda, a Cipe Mineração, durante o V Encontro do Colegiado
dos Presidentes das Assembleias Legislativas, em Belém (PA).
Em 2009, foi a vez do Ciclo de Debates O impacto
do etanol no desenvolvimento de Minas Gerais, durante o qual a
União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica) defendeu a revisão da
tributação sobre o álcool em Minas, com a diferenciação do ICMS para
álcool e gasolina, a exemplo do que ocorre em São Paulo.
Gestão das cidades e políticas segmentadas ganharam
espaço
A discussão dos problemas urbanos foi outro
destaque, com a realização de eventos como o Ciclo de Debates
Consórcios Intermunicipais: Cooperação e Gestão, em 2009.
Promovido em parceria com a Associação Mineira de Municípios (AMM),
reuniu prefeitos, presidentes de Câmaras Municipais, gestores
municipais, vereadores, procuradores municipais, associações
microrregionais e Procons municipais. Entre as iniciativas
apresentadas e incentivadas, estão consórcios de desenvolvimento
regional, gerenciamento de resíduos sólidos, transportes, entre
outros.
Em 2010, foi realizado o Ciclo de Debates
Desafios da Mobilidade Urbana, com o objetivo de discutir o
planejamento urbano, as políticas públicas de transporte e
mobilidade urbana sustentável e a integração dos sistemas de
transporte no âmbito da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Também relacionados com a defesa de uma gestão
colaborativa, a ALMG, em parceria, realizou eventos como a 1ª
Conferência Metropolitana da Região Metropolitana de Belo Horizonte
(2007), com o lançamento da Frente Parlamentar Mineira em prol da
RMBH. Participou, também, da 3ª Conferência das Cidades de Minas
Gerais e da 1ª Conferência Metropolitana do Vale do Aço, em
Ipatinga, eventos realizados em parceria com a Secretaria de Estado
de Desenvolvimento Regional e Política Urbana. Esta última teve como
resultados imediatos a composição da Assembleia Metropolitana da
RMVA e do Conselho Deliberativo de Desenvolvimento Metropolitano; e
a posse do Conselho Deliberativo de Desenvolvimento
Metropolitano.
Públicos especiais - Outros debates públicos
realizados em 2010 foram: Consolidando o Sistema Único de
Assistência Social: aprimorar a gestão e qualificar os serviços;
Produtos para Diabéticos: A Questão Tributária; Plano de
Desenvolvimento Regional do Alto Paraopeba; Os Catadores de
Material Reciclável no Regime Geral da Previdência;
Desapropriações e indenizações na Cidade Industrial: 70 anos de
impasse.
Qualidade de vida e políticas públicas para o
idoso, bem como o enfrentamento da violência sexual contra crianças
e adolescentes em Minas Gerais, também foram temas de debates
públicos no último ano da Legislatura. Entre os resultados, foi
elaborada uma cartilha com informações úteis sobre serviços para
idosos e um material sobre a proteção social à pessoa idosa,
abordando aspectos sociodemográficos do Brasil e de Minas Gerais, os
marcos normativos de proteção ao idoso e análise das políticas
estaduais de saúde, assistência social e direitos humanos.
Pacto federativo e lei eleitoral marcaram
2010
A defesa de um novo pacto federativo no País, um
dos marcos políticos da 16ª Legislatura, resultou também na
realização, em 2010, do Ciclo de Debates Pacto Federativo,
Questão Tributária e Políticas Públicas no Brasil. Foram
analisadas as implicações do modelo do federalismo brasileiro,
estreitando, ainda, a articulação da ALMG com instituições
acadêmicas que desenvolvem estudos e pesquisas sobre os temas.
Ano de eleições, 2010 teve como marco ainda um
ciclo de debates sobre Legislação Eleitoral, com o objetivo de
discutir suas inovações, com ênfase para as normas relativas à
campanha e aos ilícitos eleitorais. Integrando na discussão o poder
público e a sociedade civil organizada, esse ciclo de debates também
trouxe inovações quanto à participação popular, através do
"Participe agora", ferramenta criada no hotsite do evento, no
portal da Assembleia.
Um outro debate realizado tratou das perspectivas e
contribuições de Minas para a 4ª Conferência Nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação. Foram ouvidos especialistas e pesquisadores
de universidades.
Esporte se alia à cidadania e ganha comissão
permanente
Subsidiar a formulação de políticas voltadas para o
esporte, a criança e o adolescente, e discutir a prática da educação
física nas escolas foram objetivos do Seminário Legislativo
Esporte, Infância e Adolescência - caminho para a cidadania.
Realizado em novembro de 2009, o foco foi a importância do esporte
como mecanismo de promoção da saúde e de cidadania. E uma das
propostas chega ao fim da Legislatura aprovada pelo Plenário: a
criação da Comissão Permanente de Esporte e Lazer na ALMG.
O documento final do evento traz sugestões como a
implementação de um fundo estadual do esporte e o incentivo à
criação de fundos municipais. A etapa conclusiva, em Belo Horizonte,
foi precedida de quatro encontros no interior, realizados em Poços
de Caldas, Patos de Minas, Montes Claros, Juiz de Fora e Ipatinga.
Na fase final, 56 propostas foram aprovadas e encaminhadas à
Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática.
A promoção da saúde e da qualidade de vida de
crianças e jovens também foi contemplada no Ciclo de Debates
Alimentação Escolar como Estratégia de Segurança Alimentar e
Nutricional. Realizado em outubro de 2007,
foram reunidas e divulgadas informações sobre a gestão, execução e
fiscalização do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) em
Minas Gerais.
Entre os participantes estavam os membros dos
conselhos de alimentação escolar e dos colegiados escolares. Após o
ciclo, a Comissão de Representação, eleita com representantes dos
participantes, analisou e consolidou as 77 propostas apresentadas, a
fim de contribuir para aperfeiçoar o PNAE. Entre as propostas,
destacaram-se a contratação de nutricionistas para garantir a
qualidade da alimentação; ampliação do fornecimento da merenda para
o ensino médio; e proibição da venda de alimentos de baixo valor
nutritivo nas escolas.
Juventude mais consciente, em projeto
premiado
Criado pela ALMG em 2008 para estimular a
participação política e o exercício consciente do voto dos jovens de
16 e 17 anos, o projeto Expresso Cidadania teve duas edições na
Legislatura, em 2008 e 2010. Na primeira, mobilizou cerca de 19 mil
estudantes de 17 cidades em uma parceria com o Tribunal Regional
Eleitoral (TRE-MG) e a Secretaria de Estado de Educação. Foram
emitidos 4.818 títulos de eleitor e 2.855 carteiras de identidade.
As ações de comunicação implementadas no projeto em
2008 foram premiadas nacionalmente, sendo a ALMG vencedora da 34ª
edição do Prêmio Aberje (Associação Brasileira de Comunicação
Empresarial), um dos mais conceituados prêmios na área da
Comunicação. Estavam na disputa 423 trabalhos de 178
instituições.
Repetindo o sucesso da empreitada, em 2010 o
Expresso Cidadania passou por 14 cidades e recebeu mais de 13 mil
estudantes em 72 sessões de palestras, oficinas, esquetes teatrais e
outras atividades, com cerca de quatro mil títulos de eleitor
emitidos para jovens de 16 e 17 anos.
Parlamento Jovem ganha o Estado
Outra ação de educação para a cidadania, o
projeto Parlamento Jovem, desenvolvido anualmente pela Escola
do Legislativo em Belo Horizonte, chegou pela primeira vez ao
interior do Estado. O tema abordado foi Resíduos sólidos e meio
ambiente. Cerca de 120 estudantes de 12 cidades mineiras, após
terem participado do projeto em suas cidades, se reuniram no
Plenário da Assembleia em setembro de 2010 para a votação de um
documento final.
Muitas das sugestões já foram acolhidas. Em 2010,
elas originaram 15 Propostas de Ação Legislativa (PLEs) que foram
encaminhadas na forma de requerimento a órgãos públicos com pedidos
de providências ou informações. Entre os requerimentos, está um
pedido à Associação Mineira de Municípios para esta sugira às
prefeituras que elaborem projetos de lei visando a substituição de
sacolas de plástico por outras de material biodegradável nos
estabelecimentos comerciais.
Realizado em parceria com o curso de Ciências
Sociais da PUC Minas, o projeto também se dedicou na Legislatura aos
temas Educação, inclusão e qualidade (2007), Jovem e
violência: provocador ou vítima? (2008) e O transporte
urbano (2009), ainda em versão restrita a Belo Horizonte.
Após se debruçarem em estudos e debates sobre esses
assuntos, os estudantes votaram a favor de propostas como integração
efetiva do transporte na Região Metropolitana de Belo Horizonte,
incentivo ao uso de bicicletas e adoção de iniciativas para inclusão
das pessoas com deficiência em ônibus. Também votaram pela ampliação
do programa Poupança Jovem para todas as escolas de ensino médio, de
forma a garantir a alunos de baixa renda uma bolsa de R$ 1 mil para
cada ano do ensino. E marcaram posição contra a proposta de redução
da maioridade penal, derrotada na plenária final de 2008.
Memória da Constituinte marcou 2009
Em 2009, a ALMG se dedicou à comemoração dos 20
Anos da Constituição Mineira com uma série de eventos oferecidos ao
público. De estudantes a deputados constituintes, todos puderam
conhecer ou reviver a importância da nova carta para Minas, a
primeira a ser promulgada no País após a Constituição Federal de
1988.
No Plenário, foi promovido em 21 de setembro o
Ciclo de Debates Constituição e Democracia - 20 anos da
Constituinte Estadual, que contou com a participação de
deputados constituintes. Em 10 de dezembro, uma grande festa no
Chevrolet Hall, com show de Gabriel O Pensador, marcou a cerimônia
de premiação do concurso de redação 20 anos da Constituição
Mineira - Meu futuro eu construo hoje. Divulgado também pelo
orkut, o concurso, voltado para estudantes, contou com a
participação de 647 escolas do Estado e 1.404 redações entregues.
O objetivo foi mostrar a importância da
Constituição e das leis que se seguiram a ela como instrumentos de
formação e de desenvolvimento do Estado. O estudante foi também
estimulado a refletir sobre os direitos conquistados em 1989 e sobre
o compromisso da juventude com o futuro de Minas. "O parlamento tem
o papel de produzir leis de qualidade, mas também de estimular a
juventude a despertar para a cidadania e a importância da política",
frisou o presidente da Assembleia, deputado Alberto Pinto Coelho
(PP), ao premiar os estudantes.
Também marcaram a data uma exposição fotográfica na
sede da ALMG, visitada por mais de mil pessoas, o lançamento de
publicação especial, além de um hotsite e de um blog.
Outra ação foi a recuperação digital de documentos históricos, como
pareceres, emendas e mais de mil sugestões populares ao projeto da
Constituição.
Outras comemorações
* Ciclo de Debates em comemoração ao Dia
Internacional da Mulher, em 2007: abordou a
participação da mulher nos espaços de poder. Nele, foi lançada a II
Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres.
* Semana de comemoração dos 60 anos da Declaração
Universal de Direitos Humanos, em 2008: a
Assembleia realizou uma Reunião Especial de Plenário e um evento
promovido pela Comissão de Direitos Humanos para apresentar à
sociedade um relatório com o diagnóstico qualitativo e quantitativo
dos indicadores de direitos humanos em Minas. Ele foi produzido pelo
Observatório de Direitos Humanos da Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Social (Sedese), servindo como ferramenta de
trabalho para o desenvolvimento de ações.
* Feira de Artesanato Mineiranças, em 2008: a
mostra O Sertão de Guimarães Rosa: tudo é não é, em homenagem ao centenário de
nascimento do escritor, marcou o retorno do projeto na ALMG. A
exposição destacou a arte produzida na região que forma o Circuito
Guimarães Rosa, onde estão as cidades de Pirapora, Corinto, Curvelo
e Cordisburgo, entre outras.
* Ciclo de Debates 30 anos da Luta pela Anistia
Política no Brasil, em 2009: no evento, o
Governo anunciou o pagamento das últimas indenizações às vítimas da
ditadura, disponibilizando R$ 1,4 milhão para quitar a dívida com as
48 pessoas.
* Ciclo de Debates Enfrentamento da Feminização da
Aids e outras DSTs, em 2009: foi
realizado em comemoração do Dia Internacional da Mulher, durante o
qual o presidente da ALMG anunciou a extensão da licença-maternidade
das servidoras do Legislativo de 120 para 180 dias.
Gestão das águas e licenciamento, destaques na área
ambiental
Ciclo de debates e fóruns na área ambiental também
marcaram a 16ª Legislatura, tendo como foco o desenvolvimento
sustentável. Em novembro de 2007, o tema Rio São Francisco e o
desenvolvimento do semi-árido brasileiro mobilizou 14 entidades,
tendo sido marcado por críticas à transposição das águas do "Velho
Chico" para rios do Nordeste. Deputados divergiram quanto à
necessidade da obra e se uniram no apelo pela revitalização da
bacia.
No mesmo ano, o Rio São Francisco também foi
destaque no 6º Fórum das Águas, realizado anualmente em parceria com
o Governo Estadual e entidades da sociedade civil organizada.
Abordando o aquecimento global, a escassez de água e o Plano
Nacional de Recursos Hídricos, o evento foi encerrado com uma
passeata contra a transposição das águas do São Francisco.
Na edição seguinte, o Ciclo de Debates
Revitalização do Rio das Velhas - Meta 2010 integrou a
programação do fórum das águas. Na pauta, o projeto de prefeituras
da Região Metropolitana e do Governo Estadual para despoluir o Rio
das Velhas, prevendo investimentos de mais de R$ 1 bilhão.
Já em 2009, o tema foi Avanços e
Desafios da Política das Águas. Segundo os participantes, Minas
tem uma legislação avançada de recursos hídricos, já implementou 34
dos 36 comitês de bacias hidrográficas, mas falta avançar na
implementação dos mecanismos de gestão e participação.
Licenciamento - Em 2008, o Ciclo de
Debates Licenciamento Ambiental e Desenvolvimento
Sustentável, realizado em março, reuniu produtores rurais e da
indústria mineral, que lotaram o Plenário para apresentar suas
críticas ao processo de licenciamento e à regularização ambiental.
Entre elas, ataques à demora e a burocracia do processo e a
fiscalização excessivamente rígida dos órgãos de governo. Resultados
do evento foram a revogação do Decreto 44.309, de 2006, que
estabelecia normas para o licenciamento e classificava as infrações
e penas; e a edição do Decreto 44.844, que atualizou o
primeiro.
Preocupação também com a qualidade da lei
A busca pela eficiência teve como um dos marcos, já
no primeiro ano da Legislatura, a realização do Congresso
Internacional de Legística. O objetivo foi contribuir para aprimorar
a qualidade das leis produzidas em Minas. Destinado a servidores e
políticos, o congresso tornou mais conhecida essa área do
conhecimento, recente no País e ainda restrita ao meio acadêmico.
Entre outras, foi apresentada a experiência da Associação Européia
de Legislação, além de terem sido discutidos temas como a
regulamentação do lobby e avaliação da eficácia das
normas.
Em julho de 2009, foi realizado ainda o Debate
Público Legística: Qualidade na elaboração e eficácia na
aplicação das leis, promovido pela Comissão de Constituição e
Justiça da ALMG. Na ocasião, foi lançado o livro Legística:
Qualidade da Lei e Desenvolvimento, que documenta as
conferências e debates realizados no congresso internacional.
Conferências - Em parceria
com o Governo, a Assembléia promoveu ainda conferências
preparatórias de eventos nacionais. São elas: 2ª Conferência
Estadual de Políticas para as Mulheres; 3ª Conferência das Cidades
de Minas Gerais; 1ª Conferência da Região Metropolitana de Belo
Horizonte (RMBH) e 1ª Conferência da Região Metropolitana do Vale do
Aço, em 2007. Na conferência da RMBH, foi lançada a Frente
Parlamentar Mineira em prol da Região Metropolitana de Belo
Horizonte e recebido o Projeto de Lei Complementar (PLC) 28/07, que
criou a Agência Metropolitana e foi aprovado em dezembro de
2008.
Ainda em 2008, foram realizadas ainda conferências
como a 3ª Conferência Estadual dos Direitos, com aprovação de 140
propostas à conferência nacional, em Brasília. Participaram dos
debates 450 pessoas. Uma inovação foi a criação do eixo de discussão
"Direito à memória e verdade", incluído nos demais eixos de
discussão da conferência nacional por determinação do ministro Paulo
de Tarso Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da
Presidência da República.
Em 2009, foi a vez da VII Conferência
Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, da I Conferência
Estadual de Comunicação e da II Conferência Estadual de
Cultura.
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