Microempresas cobram mudanças na lei que regula o setor

A aprovação do Projeto de Lei Complementar 591/10, que tramita no Congresso Nacional e promove alterações na Lei Gera...

14/12/2010 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Microempresas cobram mudanças na lei que regula o setor

A aprovação do Projeto de Lei Complementar 591/10, que tramita no Congresso Nacional e promove alterações na Lei Geral de Micro e Pequenas Empresas (Lei Complementar 123, de 2006), foi defendida por representantes do setor na audiência pública realizada pela Comissão de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais na manhã desta terça-feira (14/12/10). A audiência foi solicitada pelo deputado Carlos Gomes (PT), que disse que irá encaminhar ao Governo Federal ao propostas e alterações sugeridas durante a reunião.

De acordo com o presidente do conselho das micro e pequenas empresas da Associação Comercial de Minas, Olival Gonzaga de Resende, a Lei Geral, que regulamenta um tratamento diferenciado para as micro e pequenas empresas nos âmbitos tributário, trabalhista e administrativo, é bastante avançada, mas ainda precisa ser aperfeiçoada.

Segundo ele, o PLC 591/10 prevê, como principais mudanças, o parcelamento dos débitos tributários devidos no âmbito da contribuição do Simples Nacional (nome dado à nova forma de tributação de micro e pequenas empresas) e o aumento do limite de faturamento anual para que as empresas sejam contempladas com o regime diferenciado de cobrança (de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões).

Outra mudança prevista é o fim da substituição tributária, por meio do cancelamento do recolhimento antecipado do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços). A Associação Comercial defende que o PLC 591/10 seja votado no Congresso Nacional ainda este ano, antes do fim das atividades parlamentares.

Débitos tributários - Outra questão levantada pelo representante da Associação Comercial é a situação das empresas inadimplentes, que têm sido excluídas dos benefícios instituídos pela Lei Geral. Segundo Olival Resende, das 560 mil empresas devedoras em todo o País, 35 mil foram excluídas sem terem o direito de parcelamento de suas dívidas.

De acordo com Olival, essas exclusões deveriam ser anuladas, uma vez que elas levaram em consideração somente os anos de 2007 e 2008, nos quais o País e as empresas sofreram as consequências da crise econômica mundial. Ele citou como exemplo a situação de Belo Horizonte, que tem 10.500 empresas formalizadas por meio da Lei Geral e 10.700 que foram excluídas por apresentarem débitos. "Isso anula todo o trabalho de formalização", comentou.

O coordenador geral da Secretaria de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Douglas Finardi, concordou que alguns valores previstos na Lei Geral devem ser revistos. Ele afirmou que as propostas e ações de fomento ao setor são discutidas pelo Fórum Permanente de Micro e Pequenas Empresas da secretaria. "Para obtermos resultados práticos, temos que unir forças para auxiliar o segmento. Devemos alinhar estratégias para ter efetividade na formulação de políticas de desenvolvimento das micro e pequenas empresas", afirmou.

Douglas disse ainda que a adesão à Lei Geral é crescente em Minas Gerais e que, atualmente, já são 158 municípios no Estado com micro e empresas beneficiadas. Ele também informou que existem 75.289 microempreendedores cadastrados em Minas Gerais, o que representa um aumento na formalização do setor.

Deputado destaca importância das microempresas

O deputado Carlos Gomes lembrou que a situação das micro e pequenas empresas é discutida na Assembleia de Minas desde a época em que foi debatida a implementação da Lei Geral, em 2006. Ele defendeu que esse segmento tenha um tratamento diferenciado, uma vez que abarca 99% das empresas e 65% da população economicamente ativa do Brasil. O deputado também ressaltou que o setor é o grande responsável pela geração de empregos no País, e por isso deve ser valorizado.

O vice-presidente do Sindicato das Empresas de Consultoria, Assessoria, Perícias, Informações, Pesquisas e Empresas de Serviços Contábeis do Estado de Minas Gerais (Sescon), Saulo Henrique de Almeida, também afirmou que a geração de empregos tem início no âmbito das micro e pequenas empresas e ele considera que a Lei Geral tem trazido grandes benefícios para o setor.

Exclusão - O vice-presidente da Federação dos Contabilistas do Estado de Minas Gerais, Baltasar Ronaldo, também se mostrou favorável às mudanças propostas pelo PLC 591/10. Ele fez uma crítica ao fato de as empresas devedoras serem excluídas do recebimento dos benefícios e vantagens tributárias instituídos pela Lei Geral. Baltasar considerou também que as exclusões, além de causarem prejuízos às empresas, são feitas atualmente via internet, e não por meio de notificação escrita, o que dificulta ainda mais a situação das empresas.

Na opinião da integrante do Conselho Federal de Administração, Marlene do Couto, além das questões abordadas pelo PLC 591/10, também é necessário dar mais atenção à capacitação dos microempresários. "Devemos achar uma forma de dar fôlego a esse empresário nos primeiros anos de sua vida", afirmou. Ela ressaltou a importância do setor, dizendo acreditar que o crescimento do País passa, necessariamente, pelo crescimento das micro e pequenas empresas.

Presenças - Deputados Carlos Gomes (PT), que presidiu a reunião; Eros Biondini (PTB), Fábio Avelar (PSC) e deputada Gláucia Brandão (PPS).

 

 

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