Melhoria de estradas é reivindicada em audiência do PPAG no Triângulo

Com mais de 160 inscritos e 65 propostas apresentadas, a maioria relacionada à infraestrutura de transportes, foi rea...

04/11/2010 - 00:03
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Melhoria de estradas é reivindicada em audiência do PPAG no Triângulo

Com mais de 160 inscritos e 65 propostas apresentadas, a maioria relacionada à infraestrutura de transportes, foi realizada, nesta quinta-feira (4/11/10), em Itapagipe (Triângulo), a primeira audiência pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais para debater a revisão do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2008/2011.

O objetivo é coletar demandas e sugestões da sociedade para o PPAG 2008/2011, antes da votação, em Plenário, do Projeto de Lei (PL) 4.894/10, do governador, que trata da revisão do Plano para 2011.

A Câmara Municipal ficou lotada para os debates, que contemplaram quatro programas estruturadores que integram o PPAG. O programa Potencialização da Infraestrutura Logística da Fronteira Agroindustrial, da área de resultados Logística da Fronteira Agroindustrial, foi o que mobilizou a maior parte das discussões, com pedidos de asfaltamento e recuperação de acessos e estradas entre municípios da região.

Foram discutidos, ainda, os programas Certifica Minas, da área de resultados Tecnologia e Qualidade; Ensino Médio Profissionalizante, da área de resultados Protagonismo Juvenil; e Saúde Integrada-Logística e Apoio às Redes de Atenção, da área de resultados Vida Saudável.

Sensibilidade - O presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) da Assembleia, deputado Zé Maia (PSDB), abriu a audiência lendo pronunciamento do presidente Alberto Pinto Coelho (PP), ressaltando que o convite à sociedade para participar dos debates em torno do PPAG assegura o caráter humano e sensível do planejamento, sendo este uma ferramenta indispensável à gestão da administração pública no contexto atual.

O parlamentar frisou, ainda, que as propostas tiradas nas discussões serão encaminhadas à análise da FFO e da Comissão de Participação Popular da ALMG, podendo, se aprovadas, serem incorporadas ao PPAG por meio de emendas.

Seplag destaca fim de um ciclo para se inovar no próximo

Representando a secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, a diretora de Alocação Estratégica de Recursos e Ações da Seplag, Poliana Lopes, explicou que estava sendo fechado no Estado um ciclo do PPAG 2008-2011. "A orientação do governador é para finalizar esse ciclo e inovar no ano que vem", informou a diretora.

Lei que determina quanto e como o governo investirá os recursos públicos em áreas como saúde, educação, segurança, meio ambiente e estradas, o PPAG trabalha com um horizonte de quatro anos e passa por revisões anuais, com reflexos no orçamento do Estado.

Segundo a representante da Seplag, a revisão deste ano não traz maiores alterações de conteúdo. Foram mantidas as 13 áreas de resultados e 57 projetos estruturadores, que terão investimentos previstos de R$ 4,8 bilhões, tendo sido excluído o projeto "Choque Setorial de Gestão", por já ter cumprido seus objetivos.

Recuperação da malha rodoviária preocupa deputados

O deputado Zé Maia ressaltou que a Comissão de Participação Popular da ALMG foi a primeira a ser criada no País, tendo papel fundamental em processos como o que envolve o PPAG. "Essa comissão abre a perspectiva direta para que a sociedade possa interferir nesse processo, o que é fundamental já que o povo é o destinatário das ações do Estado", afirmou.

Também ressaltando a infraestrutura de logística, com melhoria das estradas e rodovias, como fizeram vários prefeitos e vereadores presentes à audiência, o presidente da FFO disse que essa é uma questão de grande importância para o Triângulo, para garantir o escoamento da produção, a atração de novas empresas e a geração de empregos. Zé Maia lamentou a ausência do programa ProMG no debate, mas assegurou que a recuperação da malha rodoviária na região, prevista no PPAG, embora tenha sofrido atrasos este ano, será ampliada em 2011.

O deputado Carlin Moura (PCdoB) também destacou que não se pode deixar para depois a logística das estradas. "É fundamental para o crescimento econômico e a competitividade da região, ainda mais num momento como este, em que a economia mundial vai entrar em período de concorrência desleal com uma guerra cambial", frisou. Ele defendeu o programa de profissionalização de jovens como forma de preparar a juventude para o mercado de trabalho. Para Carlin, integrante da Comissão de Participação Popular, as audiências públicas de revisão do PPAG são um marco do trabalho da comissão, visando ao acompanhamento e o controle social das ações do Estado. "Sem essa participação, as leis ficam frias e muito só no papel".

Desdobramentos - Para o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT), da FFO, é importante assegurar a continuidade das ações e as propostas inseridas no PPAG para que elas tenham desdobramentos efetivos. "Quando o Estado não atua eficientemente sobrecarrega os municípios", disse o parlamentar, apontando o planejamento e a articulação intermunicipal como fundamentais para que se tenham "relações solidárias entre municípios, Estado e União". Adelmo defendeu especialmente a organização de consórcios intermunicipais e o desenvolvimento de um projeto de agricultura para Minas, necessidade também citada por participantes inscritos na audiência.

Gerente reconhece obras de infraestrutura não executadas

O gerente-adjunto do programa Potencialização da Infraestrutura Logística da Fronteira Agroindustrial, Adrian Machado, destacou que o objetivo do programa é melhorar a infraestrutura rodoviária e hidroviária do Estado para facilitar o escoamento da produção.

Segundo ele, quatro obras previstas para este ano, por ele não detalhadas, ao custo de cerca de R$ 50 milhões, ainda não foram executadas, mas outros 400 quilômetros de pavimentação estariam em andamento ou já concluídos na região, estando mais 150 quilômetros previstos em projeto.

Entre trechos cobrados por participantes, está o asfaltamento da ligação entre os municípios de São Francisco de Sales e Campina Verde. "É um sonho antigo", registrou a vereadora Madalena Uemura Barbosa, de São Francisco de Sales, ao propor que a reivindicação seja incorporada ao PPAG. Outro trecho reivindicado, de acesso entre Itapagipe e Campina Verde, tem previsão de conclusão este ano, segundo informou o representante do governo.

Certificação - Paula Braga Batista, gerente-adjunta do programa Certifica Minas, que visa a assegurar a conformidade dos produtos mineiros aos padrões internacionais de qualidade, explicou que são 13 as ações contempladas, das quais 12 alocadas no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), uma na Emater-MG e outra na Polícia Militar de Minas Gerais.

Segundo ela, a maioria das propriedades de produção bovina de Minas está no Triângulo Mineiro, sendo uma das ações importantes o apoio do programa à estruturação de unidades descentralizadas do IMA.

Outra ação, de inspeção permanente de carnes e derivados, atinge sete estabelecimentos de Uberaba e Uberlândia, ao passo que a certificação da cachaça ainda não apresentou resultados este ano porque a produção ocorre basicamente no segundo semestre, devendo, segundo Paula, superar até o fim do ano o que foi pactuado para 2010.

Ensino profissionalizante supera metas, e saúde tem novo programa

O consultor educacional Emerson Luiz de Castro, do programa estruturador Ensino Médio Profissionalizante, apresentou um panorama da estruturação do Programa de Educação Profissional (PEP) do Estado, destacando sobretudo a importância de os municípios e dos consórcios produtivos detectarem suas demandas de formação, de acordo com as necessidades de mão-de-obra na região. Isto porque, segundo ele, o PEP não é apenas um programa de educação, mas também de desenvolvimento social e econômico que visa a atender demandas dos mercados regionais. Ele informou que as 2.984 vagas programadas para o Triângulo foram superadas, tendo sido ofertadas 4.715 vagas de janeiro a agosto deste ano.

Fernanda Aparecida de Oliveira, assessora de gestão estratégica do programa estruturador Saúde Integrada-Logística de Apoio às Redes de Atenção, informou que esse é um novo programa criado pelo Estado para organizar a carteira de projetos da Secretaria de Saúde.

O objetivo é garantir a integração e a efetividade dos programas prioritários da área e ampliar o acesso do cidadão aos serviços de saúde. É composto por sete ações, como Sistema de Transporte em Saúde, Rede Farmácia de Minas e Assistência Hospitalar e Ambulatorial-Programação Pactuada Integrada.

Esta última ação, segundo ele, teve superada a meta de 70% das autorizações de internação hospitalar sendo feitas por via eletrônica em Minas, atingindo hoje 96% dos procedimentos. A rede Farmácia de Minas contemplou, com repasse recente de recursos, 433 municípios mineiros, que, ao longo de 2011, estarão implantando ou construindo suas farmácias.

Já outra ação do programa, o Tele Minas Saúde, que apoia os profissionais de saúde em suas decisões clínicas, alcançou este ano 46% das 4.039 equipes de saúde existentes no Estado. A ação Canal Minas Saúde, de formação de recursos humanos, realizou este ano, até agora, 215 mil ações de capacitação, para uma meta de 237 mil em Minas.

Mais UTIs e consórcios na região - Mais ênfase à agricultura familiar e ao estímulo à criação de consórcios, além da necessidade de mais UTIs na região e de centros de tratamento de dependentes de drogas, foram outras reivindicações recorrentes, embora programas relacionados a esses temas não estivessem na programação.

Entre alternativas para o atendimento de demandas desse tipo, o deputado Zé Maia informou que recente alteração na legislação estadual, promovida pela Assembleia, ampliou a possibilidade de parcerias público-privadas, antes restritas à infraestrutura rodoviária, também para a construção de hospitais, creches e outros equipamentos.

Sobre demandas colocadas, o prefeito de Tupaciguara, Alexandre Berquó, elogiou a iniciativa da audiência da Assembleia mas defendeu que, após esse debate maior, os próprios municípios promovam discussões locais, criando nas cidades ambientes propícios ao debate. "Muitas vezes vejo falta de sintonia entre os municípios, talvez por desinformação", afirmou.

Já a prefeita de Itapagipe, Benice Nery Maia, elogiou as contribuições apresentadas ao lembrar que já esteve presente em cinco audiências públicas. "Nunca em lugar algum vi uma participação e um interesse tão grande", afirmou ela.

Revisão anterior incorporou dezenas de sugestões

No processo de revisão do PPAG feito em 2009, foram recolhidas em audiências públicas realizadas em várias regiões do Estado 261 propostas da sociedade, que foram consolidadas ou aglutinadas em 192 propostas de ação legislativa encaminhadas à Comissão de Participação Popular da ALMG para análise. Noventa e nove foram transformadas em emendas ao PPAG, sendo 45 delas aprovadas em sua forma original e 41 na forma de subemendas. Outras nove ficaram prejudicadas e quatro foram rejeitadas.

Presenças - Deputados Zé Maia (PSDB), presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, Adelmo Carneiro Leão (PT) e Carlin Moura (PcdoB). Também participaram da audiência, compondo a mesa: o delegado de Polícia Valter André; Maisa Signoreli Nunes, presidente da Câmara Municipal de Frutal; os prefeitos João de Freitas Leão, de União de Minas; Dalva Maria de Queiroz Tiago, de Carneirinho; José Renato, de Conceição das Alagoas; Valdir Inácio Ferreira, de Arapoã; Walter Pereira Silva, de Cachoeira Dourada; e José Rodrigues Silva Neto, de Comendador Gomes. E ainda os presidentes das câmara municipais Sinvaldo Roberto Barbosa, de Itapagipe; e Maurílio Carlos de Toledo, de Fronteira, além de outros vereadores; e a diretora da Superintendência Regional de Ensino de Uberaba, Vânia Célia Ferreira.

 

 

 

 

 

 

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