Comissão discute transformação de estação em centro cultural
Atendendo a um apelo de moradores do bairro
Bernardo Monteiro, em Contagem, a Comissão de Participação Popular
da Assembleia Legislativa de Minas Gerais visitou, nesta
quinta-feira (23/9/10), a Estação Ferroviária Lagoa Seca, naquele
município.
Líderes comunitários reivindicam a transformação da
estação, que hoje funciona como um simples posto de segurança da
Ferrovia Centro Atlântica (FCA), em um centro comunitário. Uma das
mais antigas do Estado, a estação foi inaugurada em 1910 e está em
precário estado de conservação. Autor do requerimento para
realização da visita, o deputado Carlin Moura (PCdoB) representou a
Comissão de Participação Popular.
"A estação foi o ponto de partida do bairro",
afirmou a diretora Elislene Fátima de Castro Silva Belém, da Escola
Municipal Coronel Antônio Augusto Diniz Costa, do bairro Bernardo
Monteiro. Ela é uma das mais ferrenhas defensoras do projeto
cultural, que também teria o objetivo de dar mais segurança à
região, por meio da presença do poder público. Além da estação
ferroviária, a comunidade reivindica a criação de uma área de lazer
em um terreno abandonado da antiga rede ferroviária Central do
Brasil.
O representante da FCA, o analista de Relações
Institucionais Marco Carneiro, disse que a empresa está disposta a
discutir um entendimento tanto no caso da estação quanto do terreno.
Carneiro esclareceu que o imóvel da estação faz parte do contrato de
arrendamento da FCA. Portanto, ela pertence à União, mas está
arrendada à empresa, que o utiliza como um posto de segurança. Já a
área abandonada, que hoje serve como depósito de lixo, não está nem
mesmo no contrato de arrendamento. Pertence à União. De qualquer
forma, Carneiro afirmou que a FCA pode atuar no sentido de facilitar
um entendimento com a União, a respeito do terreno.
Com relação à estação ferroviária, sua
transformação em um centro cultural demandaria obras de restauração,
segurança e acesso para visitantes. Marco Carneiro afirmou que a FCA
poderia abrir mão do imóvel, de maneira semelhante ao que já foi
feito por meio de acordos firmados com prefeituras de municípios
como Itaúna, Santa Luzia e Sete Lagoas. Em Itaúna, por exemplo, a
antiga estação ferroviária foi transformada em um museu administrado
pelo município.
A historiadora Carolina Dellamore, da Diretoria de
Memória e Patrimônio Cultural da Prefeitura de Contagem, informou ao
deputado Carlin Moura e aos participantes da visita que a casa da
estação ferroviária já está sendo inventariada, em uma etapa
preliminar de um processo de tombamento histórico-cultural.
Encontrar uma fonte de recursos para obras
necessárias seriam o maior obstáculo para o atendimento das
reivindicações dos moradores. O deputado Carlin Moura, no entanto,
mostrou-se otimista. "Acho perfeitamente possível atender à
aspiração da comunidade. Os recursos poderiam vir do fundo de
privatização da rede ferroviária, da empresa concessionária ou de
outras empresas interessadas em financiar o projeto. Elas poderiam
abater os custos por meio das leis de incentivo fiscal", avaliou o
deputado Carlin Moura. O deputado afirmou que, a partir dos
relatórios produzidos pelo corpo técnico da Assembleia, serão
encaminhadas propostas da Comissão de Participação Popular aos
órgãos e instituições competentes.
Presenças - Deputado
Carlin Moura (PCdoB). Além daqueles citados no texto, participaram
da visita moradores do bairro Bernardo Monteiro, de Contagem; o
presidente da Associação Comunitária do Bairro Bernardo Monteiro,
Maurício Francisco de Paula; a representante dos lojistas do mesmo
bairro, Elizabeth Pimenta de Jesus; e o representante do Colegiado
da Escola Municipal Coronel Antônio Augusto Diniz Costa, Marcos
Gonçalves Dias.
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