Ministra defende políticas públicas de assistência
social
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome, Márcia Lopes, defendeu, nesta sexta-feira (27/8/10), a
necessidade de políticas públicas que assegurem os direitos
fundamentais a todos os brasileiros. Ela participou do Debate
Público "Os trabalhadores sociais na consolidação do Sistema Único
de Assistência Social (Suas)", promovido pela Comissão de
Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Na avaliação da ministra, houve muitos avanços nas
políticas de assistência social nos últimos anos, mas ainda há
desafios a serem superados. Um desses desafios é a diversidade de
demandas e necessidades dos municípios. A necessidade de
reconhecimento da importância do papel dos profissionais do Suas é
outro desafio, segundo Márcia Lopes. Para a ministra, esses
trabalhadores precisam qualificar suas práticas profissionais diante
de usuários do Suas e empregadores. "Superar preconceitos e práticas
conservadoras é nossa melhor resposta", afirmou.
As políticas de assistência social ganharam mais um
importante instrumento nesta semana, segundo a ministra Márcia
Lopes. Na última quarta-feira (25), o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva assinou o decreto que regulamenta a Política Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional. Outro aspecto positivo destacado
é a ampliação dos centros de referência em assistência social
(Cras). Até o fim do ano, segundo ela, todos os municípios de Minas
Gerais contarão com pelo menos uma unidade do Cras.
Desafios profissionais - As
discussões na tarde desta sexta-feira (27) tiveram a participação da
presidente do Conselho Regional de Serviço Social do Paraná,
Jucimeri Isolda Silveira, e da psicóloga e consultora Maria Lúcia
Miranda Afonso, que coordena a pós-graduação em Intervenção
Psicossocial em Políticas Públicas da UNA. Elas falaram,
respectivamente, sobre os desafios do assistente social e do
psicólogo na consolidação do Suas.
Na opinião de Jucimeri, essa tarefa envolve todos
os profissionais que atuam na proteção social. Ela alertou para o
risco das práticas conservadoras de trabalho, que podem resultar na
estigmatização de grupos sociais. Por isso, afirmou que os
assistentes sociais e outros profissionais devem fazer a crítica
constante de sua atuação, além de desenvolver práticas inovadoras.
"Estamos (os assistentes sociais) na contramão da cultura. A cultura
é a do favor, não a do direito", disse.
Para Maria Lúcia, "a interdisciplinaridade do Suas
desafia todos os profissionais". Ela afirmou que os trabalhadores da
área de assistência social devem atuar no sentido de construir
condições objetivas para o acesso das pessoas à cidadania e
condições subjetivas para que elas exerçam essa cidadania. Segundo a
psicóloga e consultora, os profissionais de psicologia têm muito a
contribuir no atendimento a pessoas em situação de vulnerabilidade
social.
Encerramento - Ao encerrar
os trabalhos, o deputado André Quintão, após agradecer a
participação de todos, em especial dos convidados e representantes
dos órgãos de classe, anunciou que cópias do relatório final do
debate público serão enviadas ao Ministério de Desenvolvimento
Social e Combate à Fome e ao fórum de entidades proponentes do
evento.
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