BHTrans opta por BRT para Copa mas não descarta
metrô
Do ponto de vista do usuário, o melhor para o
trânsito de Belo Horizonte é investir em transporte coletivo. Apesar
de ter optado pela implantação do BRT (transporte rápido de ônibus),
para a Copa 2014, a BHTrans não desconsidera a importância do metrô
na rede integrada. A avaliação é do diretor-presidente do órgão,
Ramon Victor Cesar, um dos participantes do Ciclo de Debates
Desafios da Mobilidade Urbana da Região Metropolitana de Belo
Horizonte, que a Assembleia Legislativa de Minas Gerais realiza
nos dias 25 e 26 de agosto, no Plenário, a partir de 14 horas.
Inscrições - Cerca de 250
inscrições já foram feitas, com interessados de 20 cidades, entre
elas, Belo Horizonte, São Paulo, Viçosa, Nepomuceno, Ouro Branco e
vários municípios da Região Metropolitana. As informações foram
passadas nesta quarta-feira (18/8/10), pelo deputado Carlin Moura
(PCdoB), autor, junto com a deputada Maria Tereza Lara (PT), do
requerimento que solicitou o ciclo. O deputado destacou a
importância do envolvimento das entidades parceiras "pois o sucesso
do evento depende de todos". Lembrando o Fórum Técnico Segurança
Pública, Drogas, Criminalidade e Violência, Carlin Moura afirmou que
o ciclo sobre mobilidade urbana é o outro evento de maior destaque
na Assembleia neste ano. "Em minhas andanças em Belo Horizonte e
cidades vizinhas, noto que é um tema que desperta muito interesse da
população", disse.
Com inscrições abertas até a próxima terça-feira
(24), o ciclo vai discutir o planejamento urbano, as políticas
públicas de transporte e mobilidade urbana sustentável e a
integração dos sistemas de transporte na Região Metropolitana de
Belo Horizonte. Mais de 30 entidades são parceiras da Assembleia,
entre órgãos governamentais, não governamentais e entidades de
classe, como associações e sindicatos. As inscrições são gratuitas e
podem ser feitas pela internet, ou pessoalmente, no Centro de
Atendimento ao Cidadão da ALMG, na Rua Rodrigues Caldas, 30. Durante
a transmissão do evento pela TV Assembleia, os interessados podem
participar pelo 0800 709 2564 ou pela internet, através do
formulário a ser disponiblizado no hotsite.
Rede integrada prevê BRT, metrô e
micro-ônibus
Para o diretor-presidente da BHTrans, Ramon Cesar,
a solução dos problemas de trânsito passa pela integração de todos
os modos de transporte. "Os problemas atuais de trânsito estão
associados ao grande crescimento da frota motorizada individual
(automóvel e motos). Daí a necessidade de um conjunto de ações
visando a adequação e melhoria do transporte coletivo e não
motorizado, complementada com ações para os demais modos, além de
ações de planejamento urbano", enfatiza.
Segundo Ramon Cesar, a prioridade deve ser tornar o
transporte coletivo mais atraente em relação ao individual, com a
implantação de uma rede de corredores de transporte de alta e média
capacidade, como metrô e corredores de BRT (transporte rápido de
ônibus). Ele acrescenta que a melhoria do transporte de massa está
aliada à implantação do BRT, "porém conjugado com serviços
complementares, como as linhas de micro-ônibus em vilas e favelas",
acrescenta.
Vários motivos levaram a Prefeitura de Belo
Horizonte a apostar na tecnologia do BRT, segundo o diretor da
BHTrans, mas sem desconsiderar a necessidade e importância do metrô
na rede integrada. Por isso, Ramon Cesar garante que a Prefeitura
defende a ampliação da capacidade da linha 1 e a construção das
linhas 2 e 3 do metrô e "tem feito muitos esforços no sentido de se
garantir recursos federais para sua realização, através de uma
operação de PPP (Parceria Público-Privada)".
A defesa e decisão pela tecnologia de corredor tipo
BRT, de acordo com diretrizes do Ministério das Cidades, se deve,
segundo Ramon Cesar, à maior rapidez de implantação, custos menores
por quilômetro e maior flexibilidade de operação. Ele informa,
ainda, que a rapidez se deve a fatores como a existência de uma
indústria de ônibus brasileira e por não se exigir obras complexas
subterrâneas. "Além disso, os custos por quilômetro são estimados em
pelo menos 10 vezes menos que um metrô, diferença que pode aumentar
dependendo da complexidade das obras subterrâneas do metrô".
Copa - O início das obras
da Copa está previsto para 2011, e na avaliação de Ramon Cesar, as
de maior impacto são a readequação do Anel Rodoviário e a duplicação
da Avenida Pedro I, além do alargamento parcial da Avenida Pedro II.
As demais obras são de estações e adequações viárias, com menor
impacto na circulação. Mas o dirigente garante que as obras
possuirão um Plano de Desvio de Tráfego, monitorado constantemente
pela equipe de operação da BHTrans, garantindo o menor impacto
possível à circulação e à segurança do trânsito.
"O legado que fica, para além da Copa 2014, será a
diminuição do tempo das viagens no transporte coletivo e aumento dos
níveis de qualidade e conforto. As intervenções viárias previstas
melhorarão a articulação entre as regiões Noroeste, Pampulha, Venda
Nova, Norte e Nordeste, trazendo também o desenvolvimento para estas
regiões", garante.
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