Adolescentes mostram talentos no lançamento do programa
Vida
O lançamento do programa Vida (Valorização,
Integração e Desenvolvimento do Adolescente Trabalhador), na tarde
desta sexta-feira (13/8/10), se transformou numa festa emocionante,
com apresentações artísticas e depoimentos de jovens que já
trabalharam na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Os jovens
lotaram o Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira, cantaram,
dançaram e participaram de oficinas de vídeo, fotografia e desenho,
numa demonstração de alegria e envolvimento com o programa. A
jornalista Helena Barone, da TV Assembleia, comandou a apresentação
do lançamento.
Também estiveram presentes dezenas de servidores,
vários diretores, gerentes e chefes de gabinetes. O diretor-geral da
ALMG, Eduardo Moreira, falou de sua convivência com os adolescentes
trabalhadores ao longo de seus 30 anos de casa. "Tive a felicidade
de conviver com meninos que se destacaram por sua presteza,
dedicação e discrição. Alguns estão aqui até hoje e se tornaram
grandes amigos", disse Eduardo. Ele parabenizou a equipe que
coordena o Vida, enfatizando o quanto foi acertada a decisão da Casa
ao criar uma diretoria específica de Recursos Humanos, em 2007, para
concentrar os esforços de capacitação e valorização de todos os que
trabalham no Legislativo.
Jovens falam sobre importância da
experiência...
Abrãao Loamir Soares, que saiu da Assembleia em
2006 e hoje é soldado da Aeronáutica, agradeceu a oportunidade de
voltar ao local "onde tudo começou" e falou da satisfação em dividir
a sua experiência com os novos trabalhadores mirins. "Consegui aqui
o que todo adolescente quer - o primeiro emprego, para comprar
roupas, tênis e não depender de pai e mãe. Mas o que mais me ajudou
foi aprender a ter responsabilidade, profissionalismo e
companheirismo, respeito e disciplina". Hoje com 22 anos, há três na
Aeronáutica, onde pretende seguir carreira, Abraão deixa uma
mensagem para os novatos: "A partir do momento em que a gente muda e
almeja uma coisa com dedicação, vem a vitória".
Há um ano na Assembleia, Eliane Pereira dos Anjos,
17 anos, trabalha na Diretoria de Comunicação Institucional, como
recepcionista. Antes de ser selecionada pela Assprom, já tinha
passado por uma experiência anterior como vendedora num shopping
popular. "Não dá nem para comparar os dois empregos", diz ela. "Aqui
tenho a oportunidade de conviver com pessoas de todos os níveis e
diversas profissões, aprendi como lidar com o público, passei por
treinamento e 99% das pessoas me respeitam, me ajudam, me apoiam,
dão conselhos e me incentivam. Na comunicação, só tenho a agradecer,
lá só tenho amigos. Meu sonho? Passar num concurso público da
Assembleia e me formar em Ciência da Computação."
Guilherme Amorim trabalhou na Assprom entre os anos
de 2006 e 2008, e hoje cursa o primeiro período de História na PUC
Minas. O egresso da Associação Profissionalizante reconheceu a
importância da Assembleia em sua vida. "Por ser uma casa que tem uma
história brilhante em Minas Gerais, a minha vontade de entender e
estudar o histórico do País falou muito alto. Daí a minha escolha
pelo curso superior de História", disse.
Cíntia Gonçalves, 18 anos, há dois trabalha na
Assembleia. Com o seu contrato chegando ao fim, se diz agradecida
pela oportunidade que lhe foi dada. "Pude fazer uma das coisas que
mais gosto, que é cantar, no lugar que me deu a melhor oportunidade
da minha vida. Só tenho a agradecer, tanto à Assprom quanto à
Assembleia, que abriram as portas para a realização dos meus
sonhos", concluiu.
Víctor Silva, 18 anos, resolveu seguir a carreira
militar. Após ter trabalhado por quase dois anos na Assembleia,
disse que a experiência foi muita válida e que, daqui, deu o
primeiro passo para a sua carreira profissional. "Hoje desenvolvo
trabalhos na área administrativa da Aeronáutica, onde sou soldado.
Os conhecimentos que adquiri nos setores da Assembleia me ajudam
muito nas tarefas que desenvolvo hoje, no Batalhão de Infantaria da
Força Aérea", afirmou.
Programa valoriza o adolescente trabalhador
Para o gerente geral de Recursos Humanos, Wamberto
Dias da Silva, "as intenções do programa estão bem claras na própria
palavra que o denomina: Vida - Valorização, Integração e
Desenvolvimento do Adolescente Trabalhador". O programa, segundo
ele, reconhece no adolescente uma pessoa que contribui e exerce um
trabalho fundamental para o bom desempenho da Casa. "E isso é
importante para o jovem que está em fase de formação e precisa se
sentir valorizado e preparado para o mercado de trabalho."
Parceria da Diretoria de Recursos Humanos com a
Diretoria de Infraestrutura, através do Setor de Acompanhamento e
Orientação aos Trabalhadores Mirins (Setram), o programa, na
verdade, é o reconhecimento de um trabalho que já vem sendo
realizado há mais de três décadas pela Assembleia. "A ideia é
aprimorar todo o esforço que vem sendo feito pelo Setram ao longo
desse tempo", diz Wamberto. "A avaliação que fazemos é muito
positiva. Tivemos a preocupação de envolver os adolescentes na
elaboração do programa, a Casa percebeu a importância da iniciativa,
o que nos deixa muito otimistas quanto à continuidade do projeto".
Há 16 anos trabalhando no Setram e há oito como
coordenadora, Eliana de Fátima Magalhães Gomes também não esconde
seu entusiasmo. "É um grande incentivo para todos nós que
trabalhamos há anos com os adolescentes, um grande reconhecimento.
No decorrer desse período, vimos o nascimento do o Estatuto da
Criança e do Adolescente e acompanhamos todas as mudanças sociais e
culturais que surgiram a partir de então. Antes, era possível
contratar crianças a partir de 12 anos; o estatuto mudou essa
cultura e nós nos adaptamos."
Segundo Eliana, desde que, há 35 anos, a Assembleia
passou a dar espaço ao trabalhador mirim, milhares de adolescentes
passaram pela Casa, em média 200 por ano. O sistema é de
rotatividade, a cada três meses saem e entram novas turmas. No
momento, somando os 192 contratados (alguns já prestes a sair) e a
turma dos novos, que acabam de chegar, a Assembleia conta com 220
trabalhadores mirins. O critério de escolha é sempre social, frisa.
São selecionados adolescentes cuja condição social exige uma atenção
maior.
Jovens participam de oficinas
Após a solenidade de lançamento do programa,
seguida do show de calouros, com a apresentação de talentos mirins,
os adolescentes se dividiram entre quatro oficinas: vídeo,
fotografia, teatro e desenho. Com cerca de 20 inscritos, a oficina
de vídeo foi coordenada por funcionários da TV Assembleia. A de
fotografia, com mais de 30 inscritos, teve a coordenação dos
fotógrafos Guilherme Bergamini e William Dias, do setor de
Fotografia da Diretoria de Comunicação. A de desenho, com mais de 20
inscritos, foi coordenada pelo trabalhador mirim Lucas Rodrigues
Alves, com apoio da servidora Etianete Simões. A de teatro contou
com cerca de 25 inscritos e foi coordenada por Cláudia Bento.
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