Presidente da Assembleia recebe propostas do Fórum de Segurança

O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), recebeu pessoalmente, na ...

13/08/2010 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Presidente da Assembleia recebe propostas do Fórum de Segurança

O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), recebeu pessoalmente, na tarde desta sexta-feira (13/8/10), as 42 propostas finais do Fórum Técnico Segurança Pública: Drogas, Criminalidade e Violência. Realizado pelo Legislativo mineiro, o evento contou com a participação de representantes dos três níveis de governo, sociedade civil organizada e profissionais de segurança pública.

Das 42 propostas, 20 foram priorizadas em votação plenária. Todas serão analisadas agora por uma comissão de representação eleita no fórum e pela Comissão de Segurança Pública da ALMG, a fim de se providenciarem os devidos encaminhamentos, como realização de audiências públicas, apresentação de proposições ou gestões junto a órgãos oficiais.

O deputado Alberto Pinto Coelho destacou a grande participação no fórum e repetiu o comentário feito na abertura do evento. "O êxito de uma iniciativa passa pela contribuição efetiva da sociedade civil organizada e suas instituições", declarou. O deputado classificou o documento final com as propostas aprovadas como uma joia preciosa, e acrescentou que os temas tratados são recorrentes, alarmantes e preocupantes.

Lembrando a passagem do Dia das Pessoas Privadas de Liberdade, a deputada Maria Tereza Lara (PT), vice presidente da Comissão de Segurança Pública da ALMG, criticou o sistema penitenciário no Brasil e em Minas. "Do jeito que está, o sistema só alimenta a violência. É preciso compromisso dos órgãos públicos com a ressocialização", afirmou. O deputado João Leite (PSDB), presidente da comissão, coordenou os trabalhos pela manhã.

Votação - Cerca de 150 inscritos participaram da votação final das propostas. Os debates e votações foram organizados em quatro grupos temáticos. O primeiro deles tratou do tema "Crime organizado, tráfico de drogas e os desafios às políticas de segurança pública". Duas propostas foram mais votadas nesse grupo, com 88 votos cada. Uma é a cobrança, junto ao Congresso Nacional, da regulamentação da competência dos órgãos de segurança pública e da aprovação de projetos de lei que tratam da organização básica das polícias. A outra é a inclusão, no currículo escolar dos ensinos fundamental e médio, do tema "Educação e Cidadania", que inclua aspectos de prevenção da violência, ao uso de drogas, à criminalidade, bem como questões acerca da segurança no trânsito e da reafirmação da importância da família.

O segundo grupo tratou do tema "Estratégias de prevenção à criminalidade e ao uso de drogas e sua intersetorialidade com as políticas sociais". Com 109 votos, a proposta que recebeu maior apoio foi a de intensificação de campanhas de conscientização que informem sobre a prevenção do álcool, do tabaco e outras drogas, de forma a ocupar inclusive o horário nobre da programação.

O tema "Drogas: tratamento e reinserção do dependente químico" foi discutido no terceiro grupo. Apoiada por 110 participantes, a proposta mais votada foi a de construção e ampliação de serviços especializados, com valorização de equipes multidisciplinares, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Rede Social Complementar de Atenção ao Dependente Químico, tais como Caps-ad e Caps-i, comunidades terapêuticas, moradias assistidas e hospitais, entre outras organizações da sociedade civil atuantes no tratamento dos dependentes químicos.

No quarto grupo, o tema foi "Direitos fundamentais, grupos vulneráveis e violências". A proposta campeã de votos, apoiada por 98 participantes, foi a de criação, em todo o Estado, no prazo máximo de 120 dias após a aprovação desta proposta, de instituições de acolhimento para mulheres, crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência em situação de risco ou vulnerabilidade social e egressos do sistema prisional. Essas instituições devem ser capazes de atender, em qualquer dia da semana e horário, tanto de forma transitória quanto por um período necessário à reestruturação dos pacientes.

Escolha de propostas exigiu empenho e compromisso dos participantes

A análise das sugestões aprovadas nos quatro grupos de trabalho e de novas propostas apresentadas pelos participantes durou toda a manhã e parte da tarde desta sexta-feira. Inicialmente, foram apreciados 29 destaques do rol inicial de 40 propostas priorizadas pelos grupos. Logo depois, foram analisadas oito novas propostas. Algumas provocaram debates, exigindo intervenções favoráveis e contrárias.

Foi o caso do Grupo 1, que retomou o debate de duas questões. Uma delas é a que estabelece a unificação das polícias Civil e Militar, com a desmilitarização da PM, tendo a nova polícia estadual um segmento uniformizado para a realização do policiamento ostensivo e preventivo e outro segmento para investigação e questões administrativas. Foram 125 votos pela manutenção da proposta e 77 votos para suprimi-la do documento final.

A outra é a realização de mudança constitucional para aprovação de leis que amparem as guardas municipais na utilização de arma de fogo. Foram 99 votos pela manutenção da proposta e 71 pela supressão. Uma proposta priorizada pelo Grupo 1 que foi suprimida do documento final do fórum técnico é a que tratava da concessão de porte de arma aos agentes de segurança socioeducativos, baseado em lei do Estado de Santa Catarina.

O Grupo 2 teve duas propostas aglutinadas com o Grupo 3. Uma delas inclui os dependentes químicos entre os beneficiados por cursos profissionalizantes, mediação de conflitos e atividades de assistência psicossocial, educacional e espiritual. Originalmente, esses benefícios estavam previstos para os detentos das penitenciárias estaduais e das Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (Apacs) e às famílias. Outra trata da regulamentação do Fundo Estadual de Prevenção, Fiscalização e Repressão de Entorpecentes (Funpren), que receberia recursos de bens apreendidos do tráfico de drogas.

No Grupo 3, uma questão bastante discutida foi a criação da Secretaria de Estado de Políticas Públicas sobre Drogas, em substituição à atual Subsecretaria. Alguns participantes alegaram que a criação de um novo órgão resultaria em mais divisão dos recursos disponíveis, com prejuízo das ações. Uma proposta alternativa foi transferir a Subsecretaria, hoje vinculada à Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude, para a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedese). No final, porém, foi mantida a proposta de criação da nova Secretaria.

E o Grupo 4 (Direitos Fundamentais, Grupos Vulneráveis e Violências) debateu, com mais ênfase - e aprovou - a inclusão dos agentes penitenciários e socioeducativos entre os profissionais de segurança que poderão vir a ser beneficiados com a concessão de aposentadoria integral em caso de doenças profissionais, acidentes de trabalho ou carga horária exaustiva. Todo o trabalho do dia durou cerca de nove horas.

 

 

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