Avanço das drogas é tema de fórum sobre segurança, entre 11 e 13/8

A violência e a criminalidade, temas que preocupam o cidadão, serão abordadas em fórum técnico promovido pela Assembl...

04/08/2010 - 00:07
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Avanço das drogas é tema de fórum sobre segurança, entre 11 e 13/8

A violência e a criminalidade, temas que preocupam o cidadão, serão abordadas em fórum técnico promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais e 67 entidades parceiras, entre a próxima quarta (11/8/10) e sexta-feira (13). Desta vez, o foco dos debates é o avanço das drogas e, em particular, do crack, do tráfico e do crime organizado. Entre as propostas que serão discutidas, destacam-se a criação de uma secretaria estadual de políticas públicas sobre drogas; a inclusão, no Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG), de projeto estruturador voltado para a dependência química; e o compartilhamento de informações entre as agências de inteligência das polícias federal, civil e militar.

Os debates do Fórum Técnico Segurança Pública: Drogas, Criminalidade e Violência terão início às 14 horas da quarta, no Plenário, com a participação de cerca de 600 inscritos. Entre os convidados do dia 11, estão o secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri; e o secretário de Estado de Defesa Social, Moacyr Lobato de Campos Filho. Atuará como debatedor o jornalista Eduardo Costa, da Rádio Itatiaia. Às 17h30, outro painel reunirá as polícias federal, civil e militar. Entre os convidados da manhã do dia 12, estão a secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena; o subsecretário de Políticas Antidrogas, Cloves Benevides; e os professores Luís Flávio Sapori, da PUC Minas, e Ronaldo Laranjeiras, da Universidade Federal de São Paulo.

Participe pela internet - Mesmo quem não se inscreveu no fórum técnico poderá participar das atividades. Os interessados poderão fazer perguntas online, através do site do Legislativo mineiro (www.almg.gov.br), durante as transmissões da TV Assembleia.

Saiba mais - A ideia de eventos institucionais como o fórum técnico é democratizar o debate, a formulação e o acompanhamento de políticas públicas. A programação engloba palestras, ministradas por expositores convidados, e atividades em grupos de trabalho, onde os participantes discutem propostas e formatam um documento, a ser votado na plenária final. No caso do fórum sobre as drogas, a votação será a partir das 9 horas da sexta-feira (13).

O evento foi precedido de 20 audiências promovidas pela Comissão de Segurança Pública da ALMG nas 18 Regiões Integradas de Segurança Pública (Risps), consideradas como etapa de interiorização. Além das sugestões vindas das diferentes regiões, representantes das entidades parceiras formataram propostas que vão subsidiar as atividades dos grupos de trabalho. Essas propostas foram discutidas nos meses de junho e julho pelas comissões técnicas interinstitucionais (CTIs). Os grupos de trabalho têm os mesmos temas das CTIs: "Crime organizado, tráfico de drogas e os desafios às políticas de segurança pública"; "Estratégias de prevenção à criminalidade e ao uso de drogas e sua intersetorialidade com as políticas sociais"; "Drogas: tratamento e reinserção do dependente químico"; e "Direitos fundamentais, grupos vulneráveis e violências".

Governos buscam soluções para minimizar problema do crack

Nas audiências promovidas pela Comissão de Segurança Pública da ALMG, o crack emergiu como mais um desafio a ser enfrentado por governos e sociedade, como atestam o presidente e a vice-presidente da comissão, deputado João Leite (PSDB) e deputada Maria Tereza Lara (PT). Segundo eles, o crack já chegou à zona rural e às cidades menores. Segundo o coordenador do Centro de Estudos e Pesquisa em Segurança Pública da PUC Minas, Luís Flávio Sapori, quando o crack chega a uma cidade, em um ou, no máximo, dois anos ocorre uma elevação acentuada do número de homicídios. Ele esclarece que a relação entre droga e violência está na dinâmica desse comércio e em sua ilegalidade.

Para tentar combater o problema, o governo federal lançou em maio o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, cujo comitê gestor é integrado por 15 órgãos do Executivo. A União pretende investir R$ 410 milhões, em 2010, para implementar as ações do plano, que tem três frentes: prevenção, combate e tratamento dos usuários. Em Minas, o serviço 181 Disque Denúncia Unificado (DDU) tem se mostrado ferramenta para enfrentar o tráfico de drogas. Idealizado pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) em parceria com o Instituto Minas pela Paz, o serviço já chega a 90 cidades, atingindo 60% da população do Estado, com a média de 4,6 mil denúncias/mês, muitas apontando para ações do tráfico de entorpecentes.

Para prevenir e tratar, escola de tempo integral e projeto estruturador

Para a deputada Maria Tereza Lara, é preciso um somatório de esforços dos três níveis de governo, a fim de resolver o problema. Ela e o deputado João Leite enfatizam a necessidade do investimento em prevenção. Ambos cobram a articulação das políticas públicas em áreas como saúde, educação e esporte, a fim de alcançar crianças e jovens. Para a deputada, a expansão da escola de tempo integral seria uma estratégia eficaz. Já o deputado defende um projeto estruturador que contemple ações de prevenção e de tratamento dos dependentes. Considerados prioritários, os estruturadores têm recurso garantido e gerenciamento integrado no PPAG - uma lei que contém o planejamento de investimentos do governo para quatro anos. A escola de tempo integral e o projeto estruturador foram sugestões apresentadas pelas CTIs.

Se as ações de prevenção são fragmentadas e desarticuladas, o tratamento carece de oportunidades. De acordo com o Centro Mineiro de Toxicomania, mais de 40% das pessoas que procuram o local em Belo Horizonte o fazem por causa do crack. Mas o acesso ao tratamento é ainda reduzido. Para se ter ideia do problema, há somente 18 Centros de Apoio Psicossocial-Álcool e Drogas (Caps-AD) instalados em Minas, que possui 853 municípios. Já a Associação Mineira das Comunidades Terapêuticas e Instituições Afins estima que existam no Estado cerca de 300 unidades. As comunidades terapêuticas são instituições de tratamento dos usuários de drogas do terceiro setor que sobrevivem de doações, na maioria dos casos, e de convênios com órgãos públicos.

Abordagem sistêmica - O subsecretário de Políticas Antidrogas da Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude (Seej), Cloves Benevides, aponta para uma abordagem sistêmica do problema das drogas, com pesos iguais para as ações de repressão qualificada, de prevenção e de tratamento dos usuários. Ele lamenta que as escolas brasileiras ainda não saibam lidar com a toxicomania, informando que a grade curricular do ensino superior não trata nem o álcool e o tabaco como deveria.

Programação do fórum técnico

11/8/10

* 13 horas: credenciamento

* 14 horas: abertura - com o presidente da ALMG, deputado Alberto Pinto Coelho (PP); ministro da Justiça, Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto; governador Antonio Anastasia; presidente do TJMG, Cláudio Costa; procurador-geral de Justiça, Alceu José Torres Marques; defensora pública-geral em exercício, Jeanne Pereira Barbosa; e prefeito de Conselheiro Lafaiete, José Milton

* 14h30: painel "Segurança pública: drogas, criminalidade e violência" - os expositores são o secretário nacional de Segurança Pública e vice-presidente do Conselho Nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri; e o secretário de Estado de Defesa Social, Moacyr Lobato de Campos Filho. Os debatedores são os jornalistas Caco Barcellos, da Rede Globo, e Eduardo Costa, da Itatiaia. Os debates acontecem a partir das 16h30

* 17 horas: painel "Crime organizado, tráfico de drogas e os desafios às políticas de segurança pública" - os expositores são o delegado regional de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal em Minas, Marcelo Eduardo Freitas; diretor de Inteligência da PMMG, coronel Wilson Chagas Cardoso; delegada chefe da Divisão Especializada de Investigação Antidrogas da Polícia Civil, Andréa Ferreira Silva Araújo; e superintendente de Integração do Sistema de Defesa Social da Secretaria de Estado de Defesa Social, Geórgia Ribeiro Rocha. Os debates são a partir das 19 horas

12/8/10

* 9 horas: painel "Criminalidade e drogas: estratégias de prevenção, intersetorialidade e tratamento à dependência química" - os expositores são a secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena; subsecretário de Políticas Antidrogas da Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude (Seej), Cloves Benevides; coordenador do Centro de Estudos e Pesquisa em Segurança Pública da PUC Minas e secretário executivo do Instituto Minas Pela Paz, Luís Flávio Sapori; e o coordenador do Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Drogas, Ronaldo Laranjeiras, que é professor do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

* 10h30: painel "Direitos fundamentais, grupos vulneráveis e violências" - são expositores o secretário especial de Direitos Humanos e presidente da Comissão Municipal de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo, José Gregori, que foi ministro da Justiça de 2000 a 2002; comandante da Academia de Polícia Militar, coronel Fábio Manhães Xavier, que foi delegado para as Forças de Polícia da América Latina e Caribe pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (2006 a 2008); delegada chefe da Divisão Especializada da Mulher, Idoso e Deficiente da Polícia Civil, Silvana Fiorilo Rocha de Resende; diretor-geral do Hospital da Polícia Civil, Jorge Sarsur Neto; e presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas, subtenente Luiz Gonzaga Ribeiro. Os debates acontecem a partir das 11h45

* 14 horas: atividades dos grupos de trabalho:

- Grupo 1: "Crime organizado, tráfico de drogas e os desafios às políticas de segurança pública"

- Grupo 2: "Estratégias de prevenção à criminalidade e ao uso de drogas e sua intersetorialidade com as políticas sociais"

- Grupo 3: "Drogas: tratamento e reinserção do dependente químico"

- Grupo 4: "Direitos fundamentais, grupos vulneráveis e violências"

13/8/10

* 9 horas: plenária final: discussão, votação e priorização de propostas e eleição da comissão de representação

 

 

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