Moradores de Dom Joaquim reclamam de antenas próximas a capela

Indefinições quanto à exata localização da área autorizada para instalação de antenas de serviço telefônico em Dom Jo...

01/07/2010 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Moradores de Dom Joaquim reclamam de antenas próximas a capela

Indefinições quanto à exata localização da área autorizada para instalação de antenas de serviço telefônico em Dom Joaquim (Região Central do Estado) criaram um impasse entre a administração municipal e as empresas Claro e Oi. Antenas das duas empresas foram instaladas próximas à Capela do Padre Bento, que foi erguida em 1770 e é considerada um marco histórico do Arraial de São Domingos do Rio do Peixe, que deu origem ao município. Moradores consideram que as antenas descaracterizaram a capela e pedem a realocação dos equipamentos.

O assunto foi discutido durante a visita que o deputado Carlin Moura (PCdoB), representando a Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, fez à cidade, a pedido do morador Domingos Xavier. O encontro foi realizado no entorno da capela e teve a presença de autoridades municipais, representantes da Claro e moradores da cidade. A Oi não enviou representantes ao encontro.

O engenheiro da Claro, Leonardo Peres, informou que foram realizados estudos técnicos que apontavam as proximidades da capela como local ideal para a instalação da antena. Ele explicou que a empresa venceu licitação para exploração do serviço de telefonia na região, por meio do programa Minas Comunica, do Governo do Estado.

O advogado Bruno Viana, que representa a Claro, esclareceu que a Câmara Municipal de Dom Joaquim autorizou a instalação da antena por meio da Lei Municipal 843, de 2007. Segundo ele, todos os documentos referentes à autorização para a instalação da antena, incluindo os alvarás para licenças de construção e funcionamento, deixam claro que a área autorizada é próxima à capela. As antenas da Claro e da Oi foram instaladas há cerca de dois anos.

O presidente da Câmara Municipal, vereador Cláudio Márcio Madureira, confirmou que houve a autorização, mas disse que o local para a instalação da antena seria em outro morro, que fica ao lado. O prefeito de Dom Joaquim, Romani Frois, disse que as antenas já estavam instaladas quando assumiu a prefeitura. O secretário municipal de Cultura e Turismo, Dirceu Thomaz Rabelo, que também fazia parte da gestão municipal anterior, afirmou que as antenas não estão no local em que sua instalação havia sido autorizada. "A capelinha é para nós o que o Pão de Açúcar é para o Rio de Janeiro", comentou o secretário.

Carlin Moura disse que, pela leitura da Lei Municipal 843, entende-se que as antenas deveriam ter sido instaladas em outro local.

Moradores - Acompanharam a visita também vários moradores da cidade, que se posicionaram contrários à permanência das antenas ao lado da capela. O morador Domingos Xavier contou que vem tomando uma série de providências para que se chegue a uma solução para a questão. "Eu entrei nessa história porque amo Dom Joaquim", declarou. Xavier disse que entrou em contato com deputados e com a Anatel, procurou a imprensa e as empresas de telefonia, e acredita que a visita da Comissão de Cultura foi resultado desse esforço.

A moradora Terezinha Cândido conta que antes das antenas era possível ver a capela de sua casa. "Aquelas torres não poderiam estar ali, é um absurdo", desabafa. Para Wander Teixeira, as antenas foram "uma afronta à cultura da cidade". "A capela faz parte da nossa história, aquilo é único", completou.

Ministério Público recomenda realocação de antenas

O promotor Luiz Felipe Cheib informou que a Capela do Padre Bento já foi inventariada pela administração municipal, passo necessário para o processo de tombamento. No entendimento do promotor, esse fato já impediria a instalação das antenas no entorno da capela sem a devida autorização do Conselho de Patrimônio do município. Ele disse que será proposto às empresas um termo de ajustamento de conduta para realocação das instalações, e explicou que ainda não houve avanços nesse sentido porque o Ministério Público aguarda a resposta da Oi sobre o assunto. O promotor informou ainda que, caso não haja acordo no sentido de realocar as antenas, será movida uma ação civil pública.

A vereadora Rosilene Conceição Silva defende a retirada das antenas do local, mas manifestou preocupação com uma possível interrupção do serviço de telefonia no caso de realocação das instalações. O promotor Luiz Felipe Cheib garantiu que o próprio termo de ajustamento de conduta traz a determinação de que os serviços não devem ser interrompidos. Para o deputado Carlin Moura, não há motivos para preocupação nesse sentido, pois acredita que a Claro, sendo uma empresa de grande porte, tem tecnologia para contornar esse problema.

O parlamentar defendeu a elaboração de uma lei estadual que defina, de forma clara, as condições necessárias para a instalação de antenas de telefonia, para evitar problemas como o de Dom Joaquim. Ele também informou que a Comissão de Cultura já fez pedido junto ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) para o tombamento da Capela do Padre Bento.

Presença - Deputado Carlin Moura (PCdoB).

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br

Rua Rodrigues Caldas,30 :: Bairro Santo Agostinho :: CEP 30190 921 :: Belo Horizonte :: MG :: Brasil :: Telefone (31) 2108 7715