Projeto que cria subsídio da educação recebe parecer sobre emendas

O Projeto de Lei (PL) 4.689/10, que fixa o subsídio das careiras do Grupo de Educação Básica do Poder Executivo e do ...

25/06/2010 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Projeto que cria subsídio da educação recebe parecer sobre emendas

O Projeto de Lei (PL) 4.689/10, que fixa o subsídio das careiras do Grupo de Educação Básica do Poder Executivo e do pessoal civil da Polícia Militar, está pronto para retornar ao Plenário para votação em 1º turno. A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou na tarde desta sexta-feira (25/6/10) parecer sobre as emendas apresentadas na fase de discussão da matéria em Plenário. Durante a reunião, a comissão analisou outros três projetos, entre eles o PL 4.663/10, em 2º turno, que reajusta os vencimentos dos servidores do Poder Judiciário. As duas proposições tramitam em regime de urgência.

O relator do PL 4.689/10, deputado Lafayette de Andrada (PSDB), opinou pela rejeição de todas as emendas, argumentando que a maioria delas apresentava vício de iniciativa ou incompatibilidade com o regime de subsídio. Foi acatada pelo relator apenas a proposta de emenda do governador antecipando para 1º de janeiro de 2011 a vigência da lei. O parecer pela rejeição das 51 emendas foi aprovado com votos contrários dos deputados Adelmo Carneiro Leão (PT) e Antônio Júlio (PMDB), que apoiaram, contudo, a emenda proposta pelo governador.

Lafayette de Andrada explicou que havia rejeitado emenda do deputado Padre João (PT) com o mesmo teor da proposta do Executivo por vício de iniciativa. Com isso, o governador encaminhou a proposta de emenda, resultado de acordo com as lideranças dos professores. As outras emendas propunham o atendimento de reivindicações apresentadas pelo Sindicato Único dos Trabalhadores da Educação (Sind-UTE), tais como a manutenção de algumas gratificações hoje pagas aos professores.

Polêmica - O deputado Antônio Júlio (PMDB) afirmou que o projeto é equivocado e também criticou o governo pelo envio da matéria à Assembleia antes de encerrar as discussões com o sindicato dos professores. O deputado Lafayette de Andrada discordou, dizendo que o acordo para o fim da greve da categoria era para envio do projeto até junho. Nesse momento, os servidores da educação, que acompanhavam a reunião das galerias do Plenarinho IV, protestaram, dizendo que o acordo não era esse. O relator disse que a categoria alcançou um "avanço gigantesco" com o projeto, que estabeleceria, nos cálculos dele, um piso que é o dobro do nacional. "Em alguns casos, o ganho foi de 80%", concluiu.

Para o deputado Carlin Moura (PCdoB), o piso é necessário como ponto de partida. No entanto, segundo a argumentação do parlamentar, a criação do subsídio prejudica direitos constitucionais da categoria. Para o deputado Weliton Prado (PT), o projeto não estabelece um piso salarial, mas um teto para a categoria. Ele comparou os vencimentos de várias carreiras de servidores estaduais com os de outros Estados para afirmar que os trabalhadores de Minas têm salários piores. O deputado Adelmo Carneiro Leão criticou a criação de subsídio para os professores e disse que eles precisariam ter salário, na forma da lei. Ele também alertou que o projeto não irá vigorar imediatamente e que as lideranças deverão ficar atentas e mobilizadas para garantir o cumprimento das medidas previstas. "Este governo não vai oferecer mais nada, porque teve sete anos para fazer isso e não fez", lamentou.

Relator rebate críticas da oposição

Mais uma vez o relator do projeto rebateu as críticas, dizendo que os direitos constitucionais não foram afetados. "O projeto não acaba com a carreira, cria a carreira, a progressão", afirmou. Ele destacou que o projeto é histórico, porque há 15 anos os servidores da educação não tinham reajuste. Na opinião dele, a criação da data-base é uma garantia de recomposição, ao menos, das perdas com a inflação.

Em defesa do fim do quinquênio, previsto no projeto, o deputado Zé Maia (PSDB) explicou aos servidores que o benefício implica um reajuste de 2% ao ano, enquanto que, com a revisão anual, eles poderiam receber bem mais que isso. "Não é possível que a categoria não consiga se mobilizar para conseguir isso com a previsão da data-base", argumentou. O deputado Gustavo Valadares (DEM) lembrou que, após os 15 anos sem aumento para a categoria, o governo enviou projeto com reajuste de 10% e agora os servidores terão, no mínimo mais 5%, segundo ele. "Há ainda uma sinalização de que essa revisão poderá ocorrer anualmente, com a data-base", completou.

O deputado Carlos Gomes (PT) defendeu a manutenção do quinquênio, por ser, na opinião dele, um direito adquirido. Ele defendeu a implantação do piso, alegando que ele já vem com atraso.

Reajuste para servidores do TJ já pode voltar ao Plenário em 2º turno

O PL 4.663/10, do Tribunal de Justiça, recebeu parecer pela aprovação sem alterações. O projeto prevê reajuste de 10,14% nos vencimentos dos servidores do Poder Judiciário a partir de janeiro de 2011. De acordo com o projeto, o padrão PJ-01 da Tabela de Escalonamento Vertical de Vencimentos constante no item "b" do Anexo X da Lei 13.467, de 2000 - que altera as carreiras do Judiciário - passa a ter o valor de R$ 813,40 após o reajuste de 10,14%. Esse padrão inicial é a referência para os demais padrões das carreiras.

A recomposição dos vencimentos não beneficia, por outro lado, inativos, segurados e dependentes cujos proventos são calculados segundo o artigo 40 da Constituição Federal, modificado pela Emenda nº 41, de 2003. O artigo 3º do projeto estabelece ainda que a aplicação da lei fica condicionada ao cumprimento dos limites estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal. O relator foi o deputado Lafayette de Andrada (PSDB).

Os deputados Padre João (PT), Sargento Rodrigues (PDT) e Weliton Prado cumprimentaram os sindicatos da categoria pela conquista do reajuste.

Carreira estratégica - A comissão também analisou o PL 4.485/10, do governador, em 1º turno, que estabelece a estrutura da carreira estratégica de especialista em políticas públicas e gestão governamental. O objetivo do projeto é reestruturar a carreira de especialista em políticas públicas e gestão governamental, tratada na Lei 15.304, de 2004, que passa a ser prevista como carreira estratégica do Poder Executivo. Por essa razão, são propostas regras especiais para o desenvolvimento do servidor nessa carreira, como a acumulação de pontos como requisito para as progressões e promoções, segundo especificado no Anexo II do projeto. Nos termos atuais, o desenvolvimento na carreira está vinculado ao nível de escolaridade do servidor.

O projeto traz ainda, em seu Anexo IV, a nova tabela de vencimentos para a carreira, na qual está previsto aumento do valor em todos os seus níveis. Os dispositivos da lei começam a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2011. O projeto altera a tabela de vencimentos da carreira, prevendo reajuste da ordem de até 33% para os vencimentos.

O relator, deputado Lafayette de Andrada, opinou pela aprovação do projeto com as cinco emendas apresentadas pela Comissão de Constituição e Justiça e a emenda nº 6, da Comissão de Administração Pública. A emenda nº 1 esclarece que a aprovação no Curso Superior de Administração Púbica (Csap) é uma das etapas do concurso, e não requisito para entrar na carreira.

A emenda nº 2 estabeleceu que deverão ser atribuídos de dois a oito pontos aos referidos critérios de desenvolvimento na carreira. A emenda nº 3 retira a Avaliação de Desempenho (ADI) insatisfatória como penalidade para o servidor. "Na verdade, a ADI é um requisito para o desenvolvimento na carreira, não podendo ser tratada junto com outras penalidades previstas no projeto", afirma o relator em seu parecer. As emendas nºs 4 e 5, sugeridas pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, promovem ajustes ao projeto para adequá-lo à técnica legislativa.

A emenda nº 6 tem o objetivo de aperfeiçoar o projeto quanto à pontuação a ser atribuída aos servidores que ocuparem cargos de chefia ou gerência e outros cargos de provimento em comissão. Ela estabelece o tempo necessário de exercício no cargo de provimento em comissão para atingir a pontuação prevista no quadro. De acordo com o quadro do Anexo II do projeto, a pontuação, nesses casos, será de pontos por ano. Para tornar a redação mais clara, a emenda propõe que a expressão utilizada seja "pontos por ano de exercício".

Empréstimo - O PL 4.489/10 também recebeu parecer de 1º turno pela aprovação, na forma original. O projeto, do governador, autoriza o Executivo a prestar contragarantia à União para obter garantias em operação de crédito externo a ser celebrada entre a Copasa e a agência oficial alemã KFW, no valor de 100 milhões de euros. Os recursos serão aplicados na execução de atividades e projetos de despoluição da Bacia do Rio Paraopeba, em programa que abrange a construção e ampliação de sistemas de esgotamento sanitário, a construção de unidades de tratamento de resíduos e a execução de projetos de recuperação de mananciais de abastecimento e de educação ambiental.

O cumprimento de limites e condições será verificado pelo Ministério da Fazenda. A autorização legislativa é apenas uma condição prévia para a efetivação do empréstimo e prestação de garantia ou contragarantia, sendo necessárias outras medidas posteriores, normativas ou administrativas, para que a operação se concretize. O relator da matéria foi o deputado Inácio Franco (PV).

Análise adiada - A discussão do parecer sobre o Projeto de Lei Complementar (PLC) 60/10, do governador, que faz alterações nas carreiras da Polícia Civil, ficou adiada para a próxima reunião da comissão, na noite desta sexta-feira (25).

Presenças - Deputados Zé Maia (PSDB), presidente; Jayro Lessa (DEM), vice; Adelmo Carneiro Leão (PT), Antônio Júlio (PMDB), Inácio Franco (PV), Lafayette de Andrada (PSDB), Ivair Nogueira (PMDB), Weliton Prado (PT), Sargento Rodrigues (PDT), Padre João (PT), Paulo Guedes (PT), Carlin Moura (PCdoB), Gustavo Valadares (DEM), Carlos Gomes (PT), Mauri Torres (PSDB), Délio Malheiros (PV), Luiz Humberto Carneiro (PSDB) e as deputadas Ana Maria Resende (PSDB) e Maria Tereza Lara (PT).

 

 

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