CCJ busca entendimentos sobre projeto para subsídio da Educação

Após a apreciação de pareceres a vários projetos que estavam na pauta, a reunião da Comissão de Constituição e Justiç...

22/06/2010 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

CCJ busca entendimentos sobre projeto para subsídio da Educação

Após a apreciação de pareceres a vários projetos que estavam na pauta, a reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) foi suspensa no fim da manhã desta terça-feira (22/6/10) para a busca de entendimentos sobre proposição do governador que fixa o subsídio de profissionais da educação e pessoal civil da Polícia Militar. O Projeto de Lei (PL) em questão, 4.689/10, que tramita em 1º turno sob regime de urgência, levou centenas de servidores da educação às galerias do Plenarinho IV e ao saguão anexo.

A pauta da reunião chegou a ser invertida a requerimento do deputado Gilberto Abramo (PRB), para deixar a apreciação do projeto para o final, mas o presidente da CCJ, deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), anunciou a suspensão de seu exame em função de novos entendimentos que ainda seriam necessários e marcou reunião extraordinária para a noite desta terça (22), às 19h45.

Antes da supensão, o deputado padre João (PT) pediu a palavra para dizer que reconhecia ter havido avanços nas negociações do governo com os professores, resultando no próprio envio do projeto de lei à Assembleia após o encerramento da greve. Também ressaltou que a retomada das negociações com a categoria teve a participação da Assembleia, inclusive com a intermediação direta do presidente da Casa, deputado Alberto Pinto Coelho. Contudo, fez uma série de críticas ao enumerar pontos que ainda gerariam impasse, destacando que o projeto de lei trataria de forma desigual servidores de algumas carreiras e reduziria percentuais de vantagens de outras.

Impasses - Segundo Padre João, a progressão de carreira sofreria uma queda de 22% para 10% em relação a níveis e de 3% para 2,5% em relação a graus estipulados, faltando, ainda, uma clara definição sobre a periodicidade dos reajustes a serem concedidos aos servidores. Ele também ressaltou que os professores da educação básica querem manter sua carga horária em 24 horas semanais, mas recebendo conforme a tabela de 30 horas.

A proposição, contudo, condiciona as duas situações. Pelo projeto, o posicionamento dos professores de educação básica na tabela será feito no subsídio correspondente à carga de 24 horas semanais, podendo ser requerida ampliação da jornada para 30 horas, com aumento de remuneração. Padre João citou ainda que haveria incoerências no projeto, como o corte de gratificações para uns e sua manutenção para outros, como no caso de diretores e chefes.

Outros pontos enumerados foram mudanças nas regras de avaliação de diretores, cuja remuneração levaria em conta o número de alunos da escola, e não a sua qualidade; a redução de 25% para 20% na gratificação de vice-diretores; e a não inclusão, na própria proposta de lei, de pontos relativos à aposentoria, deixados para regulamentação posterior.

Segundo Padre João, existe ainda a preocupação com o risco de o Governo não vir a cumprir os acertos de ganhos no futuro em função de limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. "Por isso os cálculos devem ser acertados de forma imediata", cobrou, lembrando que havia a expectativa de que o PL pudesse passar pela CCJ e pelas comissões de Administração Pública e de Fiscalização Financeira e Orçamentária ainda nesta terça (22), para estar em condições de ser votado na reunião Extraordinária de Plenário desta noite .

Já o deputado Antônio Júlio (PMDB defendeu uma discussão mais abrangente sobre o PL 4.689/10. "Todas as vezes que votamos um projeto da educação a toque de caixa, dá errado. Em um primeiro momento pode agradar a todos, mas depois vai dar problema", afirmou o parlamentar. Ele questionou o prazo longo para implantação do projeto, em março de 2011, e o fato de ele só ser implementado se houver condições financeiras.

Para o deputado Célio Moreira (PSDB), que elogiou a proposição, o PL contribuirá para elevar o padrão salarial da educação. "O pessoal da educação vem sofrendo com esse salário", afirmou, ressaltando que nenhum deputado é contrário ao interesse dos professores.

Weliton Prado (PT) disse ter apresentado, na CCJ e no Plenário, emendas ao PL 4.689/10, que atenderiam uma série de 17 reivindicações do Sindi-UTE. Entre elas, ele destacou a manutenção dos quinquênios e biênios para aqueles que têm direito adquirido; e a manutenção do auxílio-transporte e auxílio-alimentação.

Saiba mais sobre projeto da Educação e civis da PMMG

O PL 4.689/10 fixa o subsídio das carreiras da Educação e pessoal civil da Polícia Militar incorpora parte das vantagens e adicionais e reposiciona os servidores nas tabelas salariais. De acordo com a mensagem do governador, Antonio Anastasia, a intenção é reduzir as disparidades entre as remunerações de servidores com a mesma função e aumentar o salário inicial, a fim de tornar a carreira mais atraente. Os principais pontos do projeto são explicados pela secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, em uma Exposição de Motivos.

Na área do magistério, são contempladas duas carreiras, de professor de Educação Básica e Especialista em Educação Básica. Na área administrativa da Educação Básica, seis carreiras: Analistas Educacional e de Educação Básica, Assistentes Técnico de Educação Básica, da Educação e Técnico Educacional e Auxiliar de Serviços da Educação Básica. Na Polícia Militar, cinco carreiras: Professor de Educação Básica da Polícia Militar, Especialista em Educação Básica da PM, Analista de Gestão da PM, Assistente Administrativo da PM e Auxiliar Administrativo da PM.

Aumento - O projeto determina que o servidor posicionado na tabela de subsídio terá um aumento mínimo de 5% no valor de sua remuneração em 28 de fevereiro de 2011. Para esse cálculo, exclui-se o adicional de férias; adicional pela prestação de serviço extraordinário; pagamento por exercício de cargo de provimento em comissão ou função de direção, chefia e assessoramento; o prêmio por produtividade; abonos salariais e parcelas decorrentes de acerto de valores com vigência anterior a fevereiro de 2011. Em alguns casos, dependendo do reposicionamento, o aumento pode ser maior.

O projeto também define uma série de adicionais a serem incorporados ao subsídio e determina que o curso superior, com licenciatura plena, passa a ser requisito para ingresso na carreira de Professor de Educação Básica. O modelo de subsídio adotado não altera as regras de promoção, progressão e avaliação de desempenho, já vigentes.

Posicionamento e irredutibilidade - Os servidores serão posicionados na tabela de subsídio correspondente à respectiva carga horária. Se não for possível posicioná-lo em nível e grau que corresponda, no mínimo, à soma das vantagens incorporáveis, o servidor receberá uma vantagem pessoal (adicional) para assegurar a irredutibilidade remuneratória.

Para definição do nível da tabela em que ocorrerá o posicionamento, será observado o requisito de escolaridade do cargo ocupado pelo servidor em 28 de fevereiro de 2011. Para definição do grau de posicionamento, será observada a soma das vantagens incorporáveis recebidas pelo servidor em 28 de fevereiro de 2011.

O servidor que quiser continuar a receber a remuneração pelo modelo anterior, poderá fazer essa opção em até 90 dias a partir da data do primeiro pagamento do novo subsídio. Se não escolher voltar ao modelo antigo de remuneração, perderá essa possibilidade. Já o servidor que retornar ao modelo antigo poderá, a cada ano, decidir migrar para a modalidade de subsídio.

 

 

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