Acordo com massa falida porá fim a problemas da Capia

Uma dívida de R$ 7 milhões com encargos trabalhistas é um dos passivos da massa falida da Companhia Agropecuária Irmã...

14/06/2010 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Acordo com massa falida porá fim a problemas da Capia

Uma dívida de R$ 7 milhões com encargos trabalhistas é um dos passivos da massa falida da Companhia Agropecuária Irmãos Azevedo (Capia), de Campo do Meio, Sul de Minas. Mas a possibilidade de quitar parte dela foi definida na audiência pública realizada pela Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais nesta segunda-feira (14/6/10) no município. Solicitada pelo deputado Padre João (PT), a audiência foi feita na Câmara Municipal e teve intensa participação de trabalhadores rurais e sem-terra.

Com slogans e muitas manifestações, os trabalhadores e os sem-terra pediram a solução dos dois conflitos: o acerto de contas com os 1.200 trabalhadores demitidos a partir de meados da década de 90, com a falência da usina Ariadnópolis, da Capia; e a reforma agrária para as 340 famílias assentadas em parte dos terrenos da usina.

A promessa do síndico da massa falida da Capia, Samuel Magid Barouche, é de que o acordo poderá ser feito, desde que o Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) desaproprie as terras e as destine à reforma agrária. "Dessa forma, os recursos da desapropriação podem ser usados para indenizar os trabalhadores, resolvendo os dois problemas de uma vez". Ele informou ainda que um dos complicadores é uma ação judicial que está no Supremo Tribunal Federal (STF), que estaria emperrando qualquer tentativa de acordo ou quitação de débitos.

O resultado foi comemorado pelo deputado Padre João, que declarou ter saído da audiência com a sensação de missão cumprida. "Mas vamos procurar o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, possivelmente ainda esta semana, para tentar agilizar o acordo". A reunião com Cassel deve ser agendada para sexta-feira (18).

Para o representante dos sem-terra, Sílvio Neto, a reforma agrária nos 4 mil hectares ocupados pelas famílias é muito importante nessa hora. "São terras que ficaram improdutivas por muito tempo, e que agora, com a promessa da desapropriação, podem voltar a produzir em abundância".

Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Campo do Meio, Paulo Evandro Cardoso Fernandes, fez uma análise mais pessimista do acordo. Para ele, os antigos empregados da usina não têm qualquer outra opção de emprego. "Dos 1.200 trabalhadores, somente 400 entraram na Justiça. O que será dos demais?".

O sindicalista enfatizou as consequências do desemprego para o setor. "São centenas de famílias que viviam em função da usina e agora não têm qualquer futuro. Como fica a aposentadoria?", questionou. Ele acredita que muitos trabalhadores não conseguirão se aposentar, o que terá um impacto muito negativo não só para as famílias, mas para a economia de Campo do Meio.

Presença - Deputado Padre João (PT).

 

 

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