Saneamento básico integrado é caminho para despoluição de Furnas

O desenvolvimento de um projeto de saneamento básico integrado, a elaboração de um mapeamento da origem da poluição e...

08/06/2010 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Saneamento básico integrado é caminho para despoluição de Furnas

O desenvolvimento de um projeto de saneamento básico integrado, a elaboração de um mapeamento da origem da poluição e a união do poder público e da sociedade civil foram alguns dos caminhos apontados para resolver o problema da poluição do Lago de Furnas. O assunto foi debatido em audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizada nesta terça-feira (8/6/10) em Alfenas, no Sul de Minas.

O presidente da Associação dos Usuários do Lago de Furnas (Asul), Eduardo Engel, explicou que a crescente poluição do reservatório está preocupando a comunidade. Segundo ele, é visível o aumento de plantas aquáticas na represa, o que seria prova do aumento dos índices de poluição. Eduardo Engel explicou que o aumento dessas plantas está diretamente ligado à presença de nitrogênio e fósforo na água, que funcionam como nutrientes e são lançados no lago pelos esgotos domésticos.

O presidente da Asul defendeu que seja feito um tratamento dos esgotos. De acordo com ele, é preciso que seja feito um tratamento específico, pois há um questionamento se o tratamento feito pela Copasa é capaz de retirar os poluentes da água. Segundo Eduardo Engel, estudos mostram que existe um tratamento próprio para a retirada desses nutrientes, cujo custo seria mais baixo. "A qualidade da água é importante para o turismo, mas também é uma questão de saúde pública", afirmou.

Saneamento integrado - O chefe do Departamento Operacional Sul da Copasa, Guilherme Frasson Neto, defendeu que os municípios da região se mobilizem para articular saneamento básico integrado. Segundo ele, os cerca de 150 municípios do entorno de Furnas precisam se unir para resolver o problema da poluição. "É preciso que todos se preocupem com seus resíduos sólidos e com os esgotos", afirmou.

Guilherme Frasson também falou sobre a necessidade de um mapeamento do saneamento básico na região. "É fundamental conhecer de onde vêm os resíduos e quais são suas características para que os investimentos possam ser feitos de forma coordenada e com maior eficácia", considerou. Ele explicou que a Copasa possui a concessão para tratamento de esgoto de 35 municípios do Sul de Minas e que tem grande interesse em aumentar sua presença na região.

Legislação - Sobre a questão do tratamento do esgoto, Guilherme Frasson explicou que o tratamento implementado pela Copasa é feito de acordo com as exigências da legislação. Ele defendeu a realização de um estudo para verificar se seria necessário alterar a lei para que o tratamento do esgoto despejado em lagos seja voltado para o controle dos nutrientes.

O presidente da comissão e autor do requerimento para a reunião, deputado Fábio Avelar (PSC), também considerou importante verificar se é necessário fazer alterações na legislação que trata do assunto. Com o objetivo de dar continuidade às discussões sobre o assunto, o parlamentar apresentou requerimentos, que devem ser aprovados na próxima reunião da comissão, para a realização de um debate público sobre a represa de Furnas e para realização de um estudo para viabilizar mudanças na legislação.

Municípios devem se preocupar com o saneamento básico

A superintendente regional de Meio Ambiente do Sul de Minas, Valéria Cristina Rezende, defendeu maior comprometimento dos municípios da região com o saneamento básico. "Para resolvermos o problema da poluição de Furnas, é fundamental que os gestores municipais se preocupem com o tratamento dos esgotos e com a destinação dos seus resíduos sólidos", afirmou.

Ela explicou que já foi feita fiscalização com o objetivo de verificar quais municípios deixaram de cumprir o prazo estabelecido (que expirou em março) para a instalação de estações de tratamento de esgoto. Segundo Valéria Rezende, os municípios que não cumpriram o prazo serão em breve autuados pelo Estado. Segundo ela, a Superintendência de Meio Ambiente tem procurado orientar os gestores municipais para que as decisões administrativas estejam de acordo com a regulamentação ambiental.

O engenheiro da Secretaria Municipal de Desenvolvimento de Meio Ambiente de Alfenas, Ademar Vilhena de Souza, explicou que a prefeitura tem procurado fazer sua parte para a limpeza do Lago de Furnas. Segundo ele, o município está investindo na questão do lixo e do esgoto. "Já estamos na fase de implantação da estação de tratamento do esgoto de Alfenas e também do aterro sanitário", informou. Ademar explicou ainda que o município também está investindo na despoluição de córregos da região.

Entidades defendem união para despoluição do lago

A união das várias instituições envolvidas com a represa, como as prefeituras, o comitê de bacias, o Ministério Público e Furnas Centrais Elétricas, para a criação de uma agenda positiva para a despoluição do lago foi defendida durante a audiência pública. Para o membro da Câmara Técnica de Turismo do Lago de Furnas, Rogério Ramos do Prado, a união da sociedade civil e das instituições públicas é fundamental para a solução do problema. "Precisamos estabelecer uma agenda unindo todos em torno da defesa do reservatório de Furnas", considerou.

Já o presidente da Associação Comercial de Alfenas, Francisco Cunha, afirmou que a comunidade tem grande interesse em desenvolver o turismo na região. "Mas o turismo só vai deslanchar a partir do momento em que tivermos um lago com condições de uso e com a infraestrutura necessária", afirmou. Na sua opinião, para a formulação de uma política de despoluição do lago, é fundamental a participação de todas as instituições, em especial de Furnas Centrais Elétricas, empresa responsável pela usina hidrelétrica que gerou o lago.

O promotor de Justiça Bergson Cardoso Guimarães falou sobre a importância dos fortalecimento dos conselhos municipais de meio ambiente com a participação da população. Ele afirmou que o Ministério Público está disponível para ajudar a solucionar o problema da poluição da represa de Furnas.

Bergson Cardoso defendeu também a construção de dois centros de referência com a participação de profissionais de várias áreas e de escolas para o estudo de soluções para os problemas do lago. "Seria interessante a criação de um centro no lado sul da represa, com sede em Alfenas, e um no lado norte, possivelmente em Capitólio", considerou.

Presenças - Deputado Fábio Avelar (PSC), presidente da comissão. Também participou da reunião o secretário do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Alfenas, José Leoni Bellini.

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br

Rua Rodrigues Caldas,30 :: Bairro Santo Agostinho :: CEP 30190 921 :: Belo Horizonte :: MG :: Brasil :: Telefone (31) 2108 7715