Homenagem da ALMG reúne ex-combatentes na II Guerra
Mundial
Em Reunião Especial realizada no Plenário na noite
desta quinta-feira (27/5/10), a Assembleia Legislativa de Minas
Gerais comemorou os 65 anos do fim da II Guerra Mundial e homenageou
ex-combatentes mineiros da Força Expedicionária Brasileira (FEB).
Antes da solenidade, pracinhas da FEB se deslocaram da avenida
Francisco Sales em direção à ALMG em viaturas militares da década de
1940. Já na Casa, a homenagem, solicitada pelo deputado Rômulo
Veneroso (PV), foi aberta com a execução do Hino Nacional pela Banda
da Polícia Militar de Minas Gerais, que executou, também, o Hino da
Força Expedicionária.
Em meio a um Plenário lotado, e na presença de
ex-combatentes e seus familiares e ainda de crianças e adolescentes,
alunos da Escola Frei Orlando, o deputado Rômulo Veneroso relembrou
os dizeres estampados na entrada do Museu da FEB para ilustrar a
importância da homenagem: "Conspira contra a sua própria grandeza o
povo que não cultua seus feitos heróicos". Relembrando fatos
históricos que resultaram na entrada do Brasil na guerra, ele
destacou que o dia 8 de maio de 1945 representou a vitória da
democracia sobre o nazismo e o fascismo.
"O Brasil esteve presente e contribuiu com
eficiência e êxito. Os ex-combatentes, vários deles aqui presentes,
embarcaram para as frentes de combate tendo como ideal a construção
de um mundo melhor", frisou o parlamentar, lembrando que cerca de 25
mil brasileiros embarcaram para as frentes de combate, enfrentando
situações as mais adversas, tendo 481 deles perdido suas vidas em
combate. Rômulo Veneroso também defendeu o incentivo a iniciativas
que valorizem a data, citando exemplos de comemorações realizadas e
de livros lançados em alusão os 65 anos do fim da Segunda
Guerra.
Legado também para as novas gerações
Sócio da Associação dos Veteranos da Força
Expedicionária Brasileira de Belo Horizonte, Ricardo Pedrosa
ressaltou que, entre os milhares de brasileiros que se uniram na
época à recém-formada FEB para lutar na guerra, estavam em sua
maioria civis, muitos deles com idade média de 20 anos, que
enfrentariam o frio, a miséria e a saudade de casa. "Eram soldados
novatos, que se transformariam em verdadeiros guerreiros em busca de
liberdade, vivendo o inferno na Terra", destacou.
O representante dos veteranos da FEB ressaltou,
ainda, que, apesar das adversidades, as batalhas incumbidas aos
brasileiros seriam vencidas. Lamentou, contudo, que as novas
gerações não tenham a dimensão da importância da data. "Esse resgate
faz parte hoje da luta dos cerca de três mil ex-combatentes ainda
vivos no Brasil, que querem que essa história não morra".
Em breve, mas emocionado testemunho, o
ex-combatente Eduardo Augusto dos Santos falou do sentimento de ter
lutado na guerra e da morte de compatriotas nas frentes de batalha.
"Tenho orgulho de ter servido à minha pátria com dignidade, sem me
esquecer dos que ficaram por lá. Que Deus abençoe a todos
eles".
Deputado destaca que homenagem resgata patriotismo
Representando o presidente da Assembleia, deputado
Alberto Pinto Coelho (PP), o 1º vice-presidente da Casa, deputado
Doutor Viana (DEM), destacou a presença de alunos da Escola Frei
Orlando para defender a importância de que a juventude presencie
manifestações de patriotismo como o exemplo dos ex-combatentes e a
homenagem da ALMG.
"A rendição dos alemães e o suicídio de seu ditador
Adolf Hitler puseram fim, há 65 anos, à Segunda Guerra Mundial. Ao
juntar-se a esta comemoração, celebrada em todo o mundo, a
Assembleia mineira homenageia, especialmente, os ex-combatentes
mineiros que integraram a Força Expedicionária Brasileira", afirmou
Doutor Viana, pontuando que as gerações mais jovens não conseguem
imaginar como o Brasil foi afetado pelo conflito mundial.
Relembrando fatos históricos, o 1º vice-presidente
da ALMG destacou que, neutro no início, o Brasil se viu pressionado
para que forças americanas usassem portos e instalações aeronáuticas
rumo à África e ao Oriente, que haviam se transformado em arenas de
combate. Por essa razão, lembrou que, mesmo antes de o Brasil
formalizar sua ajuda aos Aliados, os alemães passaram a bombardear
navios mercantes brasileiros sob o argumento de que o País fornecia
material estratégico ao lado inimigo.
"A população indignada foi para as ruas exigir uma
declaração de guerra ao Eixo. Foi, portanto, um maciço clamor
popular que levou à entrada do Exército Brasileiro na guerra", disse
o deputado, destacando também a presença de voluntários entre os
expedicionários. O 1° vice-presidente da ALMG lembrou, ainda, que os
soldados brasileiros, mesmo numa posição taticamente pior,
desenvolveram técnicas de patrulha e de emboscada, vencendo batalhas
perigosas e enfrentando um inverno de até 25 graus negativos.
Após sua fala, Doutor Viana, acompanhado do
deputado Rômulo Veneroso, entregou placa alusiva à homenagem ao
diretor da Associação dos Veteranos da FEB de Belo Horizonte,
veterano capitão Divaldo Medrado. Durante as homenagens, foi exibido
também o documentário Caminhos dos Heróis, do músico João
Barone, integrante do grupo Paralamas do Sucesso, que está em
processo de finalização.
Também presente, o deputado federal Ciro Pedrosa
saudou os presentes, destacando, entre outros, a presença de
representantes de enfermeiras do Brasil, profissionais que
embarcaram para as frentes de batalha junto com os soldados. O
parlamentar manifestou sua satisfação de formar na Câmara Federal a
Frente Parlamentar de Revalorização da FEB.
Compuseram, ainda, a mesa da solenidade o chefe do
Estado Maior da 4ª Região Militar, coronel Amaury José Rodrigues,
representando o ministro da Defesa, Nelson Jobim; o comandante da 4ª
Região Militar, major Guilherme Nunes; e chefe da Assessoria
Parlamentar, brigadeiro José Magno Rezende de Araújo.
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