Inquérito conclui pelo indiciamento de PMs de Ouro Branco

Fatos novos apurados pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais agravam as denúncias...

26/05/2010 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Inquérito conclui pelo indiciamento de PMs de Ouro Branco

Fatos novos apurados pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais agravam as denúncias de violência praticada por quatro policiais militares em outubro do ano passado contra cidadãos de Ouro Branco. A comissão reuniu-se com autoridades na Câmara Municipal da cidade na manhã desta quarta-feira (26/5/10) e ouviu as duas vítimas: o comerciante Aprígio Pinto e o carpinteiro Antônio Arielton Moura da Silva, que foram atingidos por socos, golpes de cassetete e balas de borracha.

O deputado Durval Ângelo (PT), presidente da comissão, já tinha recebido um relatório sobre as agressões, preparado pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, presidida pela vereadora Maria Aparecida Junqueira Campos. No entanto, os depoimentos mostraram que os policiais envolvidos desacataram a médica do Hospital Raimundo Campos, que lhes pediu que retirassem as algemas para socorrer os agredidos, e teriam tentado coagir as testemunhas durante tomada de depoimentos no inquérito na Polícia Civil.

No dia 3 de outubro de 2009, um domingo, a PM foi acionada por vizinhos para baixar o som no bar de Aprígio Pinto. Como ainda não eram 22 horas, Aprígio obedeceu parcialmente. Insatisfeito, o sargento Pedro Paulo da Cunha teria arrancado a tomada da parede. Ao protestar, Aprígio foi agredido a socos na cabeça e golpes de cassetete, algemado e trancado na viatura. Sua esposa também teria sido golpeada no braço. O carpinteiro Antônio Arielton veio em seu socorro e foi atingido por projéteis de borracha no peito e abdome, disparados pelo cabo Paulo Henrique Alves. Foi deixado sangrando no chão, acreditando ter sido atingido por balas de verdade.

As delegadas de Polícia Civil Cândida Paula Junqueira e Gláucia Rodrigues Pereira esclareceram que os testemunhos colhidos na delegacia foram prestados sem coação, embora por coincidência o sargento Cunha estivesse de serviço naquele dia. "Tanto assim que a conclusão foi pelo indiciamento", disse Cândida Junqueira. Foram indiciados o sargento Pedro Paulo da Cunha, o cabo Paulo Henrique Alves e os soldados Juliano Silva Ornelas e Rodrigo Alexandre de Oliveira, que participaram das agressões.

O deputado Durval Ângelo pediu que a médica Fabiana Leite Rangel seja ouvida sobre a tentativa de cerceamento do seu dever de cuidar dos feridos, e também quer saber se o advogado das vítimas foi impedido de acompanhar os depoimentos. O capitão Cláudio Silva da Costa, comandante da 65ª Cia. da Polícia Militar, assegurou que os crimes militares de lesão corporal e falsidade ideológica são severamente punidos, inclusive com a transferência dos militares e sua retirada da lista para promoção.

Representantes do Judiciário presentes à reunião relataram o acúmulo de processos na cidade e a escassez de juízes, promotores e defensores públicos. Vereadores deram depoimento sobre o aumento recente da criminalidade no município. Em Ouro Branco, a média era de um crime de morte por ano. Desde outubro de 2009, já ocorreram sete homicídios na cidade.

Presenças - Deputado Durval Ângelo (PT), presidente. Além dos citados, compuseram a mesa Rosângela Ferreira da Costa Braga, procuradora da Prefeitura; Thalita Pedras Figueiredo Souza, assessora da juíza da comarca; Fernanda Barbosa Pereira, da Promotoria de Justiça; José Inácio Pereira, defensor público; e o vereador João da Fraga Duarte.

 

 

 

 

 

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