Ciclo de debates vai abordar implantação do sistema BRT em
BH
A implantação do transporte rápido de ônibus (BRT)
em três corredores de trânsito de Belo Horizonte deverá ser uma das
principais discussões do Ciclo de Debates Desafios da Mobilidade
Urbana nas Regiões Metropolitanas, que a Assembleia Legislativa
de Minas Gerais realizará no dia 26 de agosto. Além desse, temas
como a implantação do metrô, a integração do sistema viário e das
tarifas vão ser abordados e estão em discussão pela comissão
organizadora, composta por técnicos da ALMG e representantes de
várias entidades. A quinta reunião preparatória foi realizada nesta
segunda-feira (24/5/10).
Solicitado pelo deputado Carlin Moura (PCdoB) e
pela deputada Maria Tereza Lara (PT), o evento tem o objetivo de
discutir as políticas públicas de transporte e mobilidade urbana e o
planejamento do trânsito nas Regiões Metropolitanas de Belo
Horizonte e do Vale do Aço. De acordo com o requerimento de Carlin
Moura, pensar a mobilidade é mais que tratar apenas de transporte e
trânsito, "é buscar medidas e procedimentos que contribuam para a
sustentabilidade em áreas urbanas".
BRT sai até a Copa de 2014
Já com um financiamento previsto de R$ 1 bilhão em
recursos do PAC, por meio de financiamento da Caixa Econômica
Federal, segundo o representante da BHTrans, Tomás Alexandre
Ahouagi, o BRT é o sistema que já vem funcionando com algumas
especificidades em Belo Horizonte, como os terminais regionais de
linhas alimentadoras e linhas troncais das estações do Barreiro,
Diamante e Venda Nova. Para a implantação completa do modelo ainda
será preciso a construção da pista exclusiva e das estações fechadas
ao longo dos percursos, com pré-pagamento e embarque e desembarque
no mesmo nível da via pública. É o modelo que funciona em
Curitiba.
Segundo Alexandre Ahouagi, para a Copa de 2014, que
o Brasil sediará, os recursos são para a implantação das pistas
exclusivas das avenidas Antônio Carlos/Pedro I, Pedro II/Carlos Luz
e Cristiano Machado. Quando do funcionamento do BRT, todo o sistema
de transporte público de Belo Horizonte deverá ser reestruturado.
Na reunião desta segunda-feira (24), uma grande
preocupação demonstrada pelos participantes foi quanto à desordem do
sistema de transporte público, com a falta de uma definição de
modelo e de integração das tarifas. Por isso, foi sugerido que o
ciclo de debates contemple as três esferas de poder, federal,
estadual e municipal, para que cada um exponha seus projetos para
Belo Horizonte e Região Metropolitana, bem como um diagnóstico da
situação atual.
Fórum - Para o
representante da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana
de Belo Horizonte, José Antônio Coutinho, o evento deve conter um
produto como resultado dos debates e centrar as discussões em sete
eixos: Plano Diretor de Desenvolvimento da Região Metropolitana de
Belo Horizonte; projetos prioritários sobre mobilidade para os
vetores de Belo Horizonte; terminais metropolitanos de integração;
transporte de passageiros na malha ferroviária da RMBH; sistema
viário de transporte rápido; obras viárias do Dnit, como arcos norte
e sul, anel rodoviário, alça de Betim; e atualização do Plano
Nacional de Logística do PAC para Minas Gerais.
Coutinho deu ênfase ao eixo sobre transporte
ferroviário, garantindo que se trata da implantação mais barata, já
que aproveita a malha ferroviária de carga existente, que tem 835 km
no Estado, com quatro ramais em Belo Horizonte. Já a subsecretária
de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, Maria
Madalena Franco Garcia, acrescentou que a integração do sistema só
funcionará se houver a integração tarifária. O representante da
Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Adão Rodrigues, disse
que o ciclo de debates deve resultar na implantação de um fórum
permanente para tratar da mobilidade urbana. E lembrou que o metrô
de Belo Horizonte não recebe recursos há oito anos, "mais pelo nosso
desordenamento, que não definimos o que queremos para o transporte
público, do que por qualquer outro motivo".
Parceiros - São parceiras
da Assembleia na construção do ciclo de debates as seguintes
entidades e órgãos: BHTrans, Federação dos Trabalhadores em
Transportes Rodoviários do Estado de Minas Gerais (Fettrominas);
Prefeitura Municipal de Contagem; Secretaria Municipal de Políticas
Urbanas de Belo Horizonte (Smurbe); Sindicato das Empresas de
Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH); Centro de
Vida Independente de Belo Horizonte (CVI); Associação Gestora dos
Benefícios Sociais dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários
(Astromig); Secretaria de Estado de Transporte, Comunicação e Obras
Públicas (Setop); Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e
Política Urbana (Sedru); Cedeplar-UFMG; CBTU; Movimento de Defesa do
Metrô.
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