Crack é droga que mais preocupa Betim

O avanço do consumo de crack é o principal problema enfrentado pela cidade de Betim, no que diz respeito ao combate à...

19/05/2010 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Crack é droga que mais preocupa Betim

O avanço do consumo de crack é o principal problema enfrentado pela cidade de Betim, no que diz respeito ao combate às drogas. De acordo com a titular da Superintendência de Políticas Públicas sobre Drogas do município, Maria do Carmo Ferreira, dos 6,5 mil usuários atendidos pelo órgão desde o ano passado, 70% eram viciados em crack. Ela participou de audiência pública da Comissão Extraordinária de Políticas Públicas de Enfrentamento à Aids, às DSTs, ao Alcoolismo, às Drogas e Entorpecentes da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A reunião foi realizada nesta quarta-feira (19/5/10), na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Betim.

Maria do Carmo e os demais participantes da audiência destacaram que o melhor caminho para combater o avanço do crack e de outras drogas é o trabalho conjunto entre poder público, entidades e a sociedade em geral. "O enfrentamento das drogas e a construção de uma cultura da paz dependem da união de todas as esferas do poder e da sociedade", afirmou a deputada Maria Tereza Lara (PT), autora do requerimento para realização da reunião. O presidente da comissão, deputado Fahim Sawan (PSDB), concordou com ela. "Se os bandidos estão organizados, nós precisamos também nos organizar. Caso contrário, perderemos esta luta", disse o parlamentar.

Na opinião da representante da Subsecretaria de Políticas Antidrogas do Governo do Estado, Maria Cristina Alves, essas parcerias devem se dar sobretudo no âmbito municipal. "É nas cidades que o problema acontece e é nelas que devemos buscar as soluções", declarou. Maria Cristina afirmou ainda que nenhum órgão sozinho tem respostas para todos os problemas relacionados às drogas. O chefe da Adjuntoria de Justiça e Disciplina da Polícia Militar, Enoc Medeiros, e a presidente do Conselho de Políticas sobre Drogas de Betim, Cláudia Márcia Pessoa, também defenderam o trabalho em rede.

Delegada diz que abuso favorece crimes violentos

A delegada-adjunta de Polícia Civil de Betim, Maria de Fátima Ferreira, disse que o abuso de drogas está por trás da maioria dos crimes violentos. Segundo ela, nos casos de violência doméstica, 95% dos agressores estão sob efeito de entorpecentes ou em crise de abstinência. Apesar da relação com o crime, o presidente da OAB de Betim, Gilberto Sá, afirmou que as drogas não são questão de polícia, mas de saúde pública, e que uma legislação mais severa não vai resolver o problema.

O secretário municipal de Educação, Carlos Roberto de Souza, falou sobre o papel de sua área na prevenção do envolvimento de crianças e adolescentes com a criminalidade. Segundo ele, a Prefeitura de Betim já implantou a educação integral em 30 das 68 escolas municipais e pretende chegar a todas até 2012. Na avaliação de Souza, uma criança que passa a maior parte do dia na escola tem menos chances de ser recrutada pelo crime organizado. Para o superintendente de Reinserção dos Jovens da Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude, Cleiton Dutra, o jovem deve ser encarado como solução, e não como problema.

Saúde - A secretária municipal de Saúde, Conceição Rezende, apresentou os serviços oferecidos por Betim para prevenir e tratar doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), sobretudo a aids, e outras doenças infecto-contagiosas. De acordo com ela, há na cidade cerca de 2 mil pacientes com HIV, 500 com hepatites crônicas e 380 com outras doenças. Destes, 525 estão cadastrados e recebem tratamento e medicamentos dos serviços de saúde municipais. A secretária disse que a Prefeitura pretende ampliar esse atendimento.

Duas representantes de comunidades terapêuticas falaram sobre as dificuldades enfrentadas por essas entidades para tratar dependentes de drogas. A pastora Wanda Martins de Oliveira destacou a necessidade de se combater também drogas lícitas, como o álcool e o cigarro. Tânia Regina da Silva disse que o abuso de entorpecentes dificulta o tratamento de vítimas da aids, porque desorganiza a vida social dessas pessoas.

A Comissão Extraordinária foi criada no ano passado e realizou uma série de reuniões em Belo Horizonte e no interior. No fim dos trabalhos, ela vai apresentar um diagnóstico dos problemas relacionados às drogas e DSTs no Estado, e vai sugerir ações ao poder público.

Presenças - Deputado Fahim Sawan (PSDB), presidente da comissão, e deputada Maria Tereza Lara (PT).

 

 

 

 

 

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