Fórum técnico sobre segurança pública terá drogas como foco

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais e as entidades parceiras definiram, nesta sexta-feira (14/5/10), o nome e o ...

14/05/2010 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Fórum técnico sobre segurança pública terá drogas como foco

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais e as entidades parceiras definiram, nesta sexta-feira (14/5/10), o nome e o temário do fórum técnico sobre segurança pública que o Legislativo promoverá entre os dias 11 e 13 de agosto: Segurança pública: drogas, criminalidade e violência. Deputados e cerca de 30 entidades participaram de reunião preparatória no Plenarinho I, quando também foram levantados nomes de expositores e debatedores. Ficou definido que os parceiros encaminharão suas sugestões de nomes à ALMG até a próxima sexta (21), quando ocorrerá nova reunião para discutir ainda o regulamento do fórum. O próximo encontro será às 9h30.

A reunião foi conduzida pelo presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado João Leite (PSDB), acompanhado da vice-presidente da comissão, deputada Maria Tereza Lara (PT), e do 3º-secretário da ALMG, deputado Sargento Rodrigues (PDT). Antes da definição do nome do evento, João Leite defendeu a ideia de focar o debate, desta vez, no problema das drogas, lembrando que este foi um tema recorrente nas audiências que a comissão tem promovido no interior, nas sedes das Regiões Integradas de Segurança Pública (Risps). Essas audiências, no total de 18, serão consideradas a fase de interiorização do fórum. Em reunião anterior, o deputado adiantou que a abordagem será intersetorial, envolvendo prevenção, repressão e tratamento dos usuários de drogas.

Droga como potencializadora da violência e criminalidade é o foco do evento

Entre os objetivos do fórum técnico, definidos nesta sexta (14), destacam-se: refletir sobre os resultados das audiências da comissão no interior; avaliar os desafios impostos pela criminalidade, em especial pelo crime organizado e pelo tráfico de drogas; discutir as políticas de prevenção à criminalidade e ao uso de drogas; e avaliar as políticas públicas de tratamento da dependência química, bem como a vitimização de grupos sociais vulneráveis às diversas formas de violência.

Na abertura, marcada para as 20 horas do dia 11 de agosto, representantes da União e do Estado serão expositores, e os debatedores, jornalistas com atuação na área. No dia 12, pela manhã, dois expositores falarão sobre cada tema: Crime organizado, tráfico de drogas e os desafios à segurança pública; Criminalidade e drogas: estratégias de prevenção, intersetorialidade e tratamento da dependência química; e Direitos fundamentais, grupos vulneráveis e violências.

As exposições da manhã vão subsidiar a atuação dos grupos de trabalho do fórum técnico, a partir das 14 horas. No dia 13, será votado o documento final do fórum, além de eleitos os integrantes da comissão de representação, encarregada de acompanhar os desdobramentos do evento e cobrar pela implementação das propostas aprovadas. A plenária final terá início às 9 horas.

Atuação das CTIs - Nos grupos de trabalho, os participantes vão discutir, votar e priorizar propostas vindas das chamadas Comissões Técnicas Interinstitucionais (CTIs), cujos integrantes ainda serão definidos pelas entidades parceiras. Essas comissões ficarão encarregadas de formatar o documento-base dos grupos, a partir do relatório das audiências públicas da Comissão de Segurança Pública e de propostas que vierem a ser apresentadas. As audiências serão concluídas no dia 10 de junho, e no dia seguinte, as CTIs começarão a trabalhar, concluindo sua tarefa até o dia 23 de julho. Na última semana de julho, todos os documentos serão consolidados.

Deputados e entidades discutem tema do evento

Nesta sexta-feira (14), a discussão foi sobre o tema apropriado para o fórum, com destaque para a seguinte questão: se era preciso ampliar o foco, tendo em vista a complexidade do assunto; ou se seria mais efetivo fazer um recorte, enfatizando as drogas. Entre os que defenderam ampliar o tema estava o deputado Sargento Rodrigues, ex-presidente da Comissão de Segurança Pública. Na avaliação dele, a droga é uma questão preocupante, mas é preciso ir além. "Não há como debater segurança sem a abordagem ampla", acentuou. No caso das drogas, destacou ser preciso envolver o Governo Federal, que tem competência para atuar, por exemplo, nas fronteiras brasileiras, "por onde passam drogas e armamento pesado". Ele classificou a União de inerte nessa área.

Em defesa da ênfase nas drogas, falaram o presidente João Leite e a vice-presidente, deputada Maria Tereza Lara. "A droga é um problema gravíssimo; está nas escolas, nas prisões e até nos canaviais, como averiguamos, com registro de trabalhadores usando crack. Estamos prendendo mais gente e abrindo novas vagas nos presídios do Estado, mas não temos tratamento para as drogas", lamentou João Leite. Respondendo ao deputado Sargento Rodrigues, a vice-presidente ponderou que Minas Gerais tem investido, sim, na defesa social, mas que é preciso ouvir o Governo Federal sobre o que ele tem feito pelo setor, chamando atenção para o que for preciso melhorar.

Projeto estruturador - O representante da Associação das Comunidades Terapêuticas de Minas Gerais, Zilton Silva, também defendeu que o fórum técnico privilegie a questão das drogas, ponderando que falta financiamento para prevenir e tratar. "O traficante está nas escolas, e nós também precisamos priorizá-las, atuando na prevenção", enfatizou. Tanto ele quanto o deputado João Leite defenderam que o tratamento do usuário de drogas seja adotado pelo Governo Estadual como um projeto estruturador do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG). Considerados prioritários, os estruturadores têm recursos garantidos e gerenciamento integrado.

Confira a programação das audiências da Comissão de Segurança Pública

O deputado João Leite aproveitou a reunião preparatória para informar os participantes sobre as audiências públicas que a comissão ainda vai promover, nas Risps: em Vespasiano (17/5), Contagem (24/5), Divinópolis (25/5), Belo Horizonte (1º/6), Poços de Caldas (7/6), Lavras (8/6) e em Betim (10/6). Ele também recebeu reivindicação de que seja realizada audiência da comissão para discutir a vitimização dos profissionais da área de segurança pública, com ênfase nas doenças do trabalho, no alcoolismo e na depressão, entre outros problemas. A proposta foi defendida por Sandra Mara Albuquerque Bossio, do Centro pela Mobilização Nacional.

Busca de resultados - Em nome do presidente Alberto Pinto Coelho (PP), o secretário-geral da Mesa da ALMG, José Geraldo de Oliveira Prado, agradeceu a participação das entidades na reunião preparatória e destacou o trabalho realizado pela Comissão de Segurança Pública. Segundo ele, o fórum técnico é uma demonstração de que a Assembleia tem uma atuação voltada para o acompanhamento das políticas públicas, com foco nos resultados.

Um dos resultados do Seminário Legislativo Segurança para todos: propostas para uma sociedade mais segura, promovido em 2006 pela ALMG, foi destacado pelo deputado Sargento Rodrigues: a garantia de carreira jurídica para o cargo de delegado de polícia. A Emenda à Constituição que viabilizou a conquista originou-se da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 14/07, de Rodrigues.

Presenças - Além dos deputados citados, participaram da reunião preparatória cerca de 30 entidades da sociedade civil e de instituições públicas, entre eles representantes de conselhos comunitários de segurança pública (conseps), dos Executivos Federal e Estadual, do Ministério Público, da Defensoria Pública e de entidades classistas e da sociedade civil envolvidas com o tema.

 

 

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