Ameaça a quilombo em Belo Horizonte motiva audiência pública

A situação da comunidade quilombola Mangueiras, em Belo Horizonte, será tema de audiência pública na Assembleia Legis...

13/05/2010 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Ameaça a quilombo em Belo Horizonte motiva audiência pública

A situação da comunidade quilombola Mangueiras, em Belo Horizonte, será tema de audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A reunião, convocada pela Comissão de Direitos Humanos, está marcada para segunda-feira (17/5/2010), às 14 horas, no Auditório. O objetivo é discutir os impactos sobre a comunidade do Projeto de Lei Municipal 820/09, da Prefeitura de BH, que prevê mudanças na Lei de Uso e Ocupação do Solo na Capital. O requerimento para realização da audiência é dos deputados Irani Barbosa (PMDB) e Vanderlei Miranda (PMDB).

Entre outras alterações, o projeto da Prefeitura muda o zoneamento da região conhecida como Isidoro ou Granja Werneck, no Norte da cidade, onde vive a comunidade Mangueiras. De acordo com documento produzido pelo Núcleo de Estudos sobre Quilombos e Populações Tradicionais (NuQ) da UFMG, as novas regras aumentariam de 16,3 mil para 72 mil o número de unidades habitacionais permitidas na área. Isto abriria espaço para a construção de um conjunto de prédios, parte dos quais seriam utilizados como alojamentos durante a Copa do Mundo de 2014.

O documento do NuQ/UFMG informa que os projetos imobiliários para a região desconsideram o avançado processo de titulação do Quilombo Mangueiras pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), uma antiga reivindicação dos moradores.

A comunidade quilombola já sofreu impactos de outros empreendimentos realizados nos últimos anos no chamado Vetor Norte da Região Metropolitana, como a construção do Centro Administrativo do Estado, a ampliação do Aeroporto de Confins e as duplicações das rodovias MG-10 e MG-20. Esta última, segundo o documento, teria avançado sobre parte do território do Quilombo Mangueiras. A mudança no zoneamento gera temores, ainda, de entidades ambientais, já que a região do Isidoro é uma das últimas áreas verdes preservadas de Belo Horizonte.

História - De acordo com o NuQ/UFMG, a comunidade quilombola Mangueiras é composta por 19 famílias, descendentes de um casal de lavradores negros que viveu no local no século XIX. A área original ocupada pelo quilombo era de 387 mil metros quadrados, hoje reduzidos a 17 mil.

Foram convidados para a audiência pública o procurador da República na Área da Saúde e Índios e Quilombos, José Jairo Gomes; a procuradora da República na Área de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural, Zani Cajueiro de Souza; o ouvidor da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, Humberto Adami Júnior; a superintendente regional substituta do Incra, Luci Espeschit; o promotor de Justiça na Área de Direitos Difusos e Coletivos, Antônio Sérgio de Paula; o coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Patrimônio Cultural, Urbanismo e Habitação, Luciano Luz Badini Martins; o coordenador de Direitos Humanos da Defensoria Pública, Gustavo Corgozinho Meira; e o 2º secretário do Quilombo de Mangueiras, Maurício Moreira dos Santos.

 

 

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