Mãe de aluna e escola de Belo Horizonte trocam acusações

Depoimentos de pais, colegas e ex-empregadores em favor da professora Silvana Silva Groppo de Carvalho marcaram o fin...

12/05/2010 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Mãe de aluna e escola de Belo Horizonte trocam acusações

Depoimentos de pais, colegas e ex-empregadores em favor da professora Silvana Silva Groppo de Carvalho marcaram o final da audiência pública que a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizou nesta quarta-feira (12/5/10), para discutir a denúncia de agressão física e moral que teria sido praticada pela educadora contra uma aluna do Colégio Pedro II, em Belo Horizonte. A reunião foi requerida pelo presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT).

Silvana contou que trabalha há dois meses na escola e que uma aluna, L., de dez anos, foi repreendida em sala de aula no dia 15 de março por ter quebrado a caneta de um colega durante uma brincadeira da qual participavam vários estudantes. Indignada, a menina tentou ligar para a mãe, mas a professora tomou dela o celular, pois o uso do aparelho em sala é proibido na escola.

Esse episódio desencadeou uma série de desentendimentos, que vão desde acusações de adulteração de documentos escolares até denúncia de ameaças de agressões físicas por parte da mãe da menina, Rejane Carla Faria, contra a professora. O deputado Durval Ângelo recolheu os documentos e avisou que vai encaminhá-los à perícia técnica da Polícia Civil para que ela apure se houve e quem é o responsável pela suposta fraude.

Falta de entendimento provocou a audiência pública

O caso poderia tranquilamente ser resolvido no âmbito da escola, conforme relatou Durval Ângelo. Ele se disse favorável à chamada Justiça restaurativa, na qual as partes envolvidas chegam a um acordo sem a necessidade de buscar a via judicial. O deputado citou inclusive que foi procurado pelo deputado Ruy Muniz (DEM), proprietário do colégio, pedindo que a audiência não acontecesse. Mas ponderou que a falta de entendimento entre as partes não lhe deu outra alternativa senão manter a reunião, que inclusive trouxe outras questões que agora precisarão envolver outros órgãos.

O promotor Rodrigo Filgueira de Oliveira afirmou que vai repassar o caso a pelo menos quatro promotorias de Justiça do Ministério Público, uma vez que as denúncias envolvem questões como violência contra a criança, falsidade ideológica, calúnia e até ameaças. Um vídeo feito com uma câmera escondida pela menina L. demonstrou, segundo o promotor, um despreparo da professora, cuja identificação não ficou clara, no trato com crianças.

Para o presidente da Federação das Associações de Pais e Alunos das Escolas Públicas de Minas Gerais, Mário de Assis, a violência deixou de ser característica apenas das escolas públicas. Considerou todas as denúncias muito sérias, mas fez um apelo aos envolvidos no caso utilizando uma frase famosa do ex-Beatle John Lennon: "Deem uma chance à paz".

A diretora do Colégio Pedro II, Telma Regina Garcia de Angelis, relatou que não é a primeira vez que Rejane Carla Faria se envolve em confusão com professoras da escola. O diretor financeiro da instituição, Ronaldo Antônio de Angelis, acrescentou que a perseguição à professora Silvana se deve ao fato de ela não ter atendido aos caprichos da menina L. e que registrou na delegacia uma suposta ameaça de agressão física que a educadora teria recebido de Rejane.

Requerimentos pedem providências em relação à segurança do trabalho

Foram aprovados oito requerimentos do deputado Durval Ângelo, produzidos a partir da última audiência pública da comissão, realizada na segunda-feira (10), na qual foram discutidas as frequentes violações de direitos humanos de operários da construção civil em Belo Horizonte e Região Metropolitana. Os requerimentos pedem:

* que seja encaminhado ao secretário de Estado de Educação e ao presidente do Conselho Estadual de Educação pedido de providências para que se aborde nas escolas públicas e particulares do Estado, durante o ano letivo, o tema "Saúde e Segurança do Trabalho";

* envio de cópia das notas taquigráficas da audiência pública ao superintendente regional do Trabalho e Emprego, à procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho 3ª Região, ao superintendente regional do INSS, ao chefe do Gabinete Militar do governador e coordenador estadual da Defesa Civil, ao comandante-geral do Corpo de Bombeiros, à coordenadora de Vigilância em Saúde do Trabalhador da Secretaria de Estado de Saúde, ao presidente do Crea-MG, ao presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-MG), ao presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada (Sicepot-MG), ao presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil em Belo Horizonte e Região Metropolitana e ao presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Federativas do Estado;

* encaminhamento à Superintendência Regional do Trabalho de cópia das mesmas notas taquigráficas e pedido de providências para fiscalizar as condições de segurança dos trabalhadores que executam obras nos prédios da ALMG;

* envio à Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados cópia das notas taquigráficas da mesma reunião e pedido de providências para realização de audiência pública para discutir o tema "Saúde e Segurança do Trabalho";

* seja encaminhado ao governador do Estado pedido de providências para realizar, em caráter permanente, campanhas sobre o tema "Saúde e Segurança do Trabalho", com ênfase no setor da construção civil, utilizando-se os veículos de comunicação estatais;

* ofício ao chefe da Polícia Civil pedindo providências para a elaboração e divulgação de relatórios sobre as perícias realizadas em obras da construção civil em que ocorram acidentes fatais;

* correspondência aos Ministérios do Trabalho, da Previdência e da Saúde solicitando providências para a realização de audiência conjunta para discutir o tema "Saúde e Segurança do Trabalho - formas de prevenção de acidentes que podem resultar em mortes e mutilações";

* e seja encaminhado ao presidente da Assembleia, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), pedido de providências para a realização de uma série de reportagens, pela TV Assembleia, sobre o tema "Saúde e Segurança no Trabalho", com ênfase no setor da construção civil.

Foi aprovado ainda um requerimento do deputado Weliton Prado (PT), em que solicita uma audiência pública para debater as ameaças e perseguições sofridas pelos professores da rede estadual de ensino que lutam pela implementação do piso nacional do magistério de R$ 1.312 no Estado.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Fahim Sawan (PSDB), vice; Ruy Muniz (DEM) e deputada Gláucia Brandão (PPS).

 

 

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