Comissão quer medida da ANS para regular venda de planos de saúde

A Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais vai enviar à Agência N...

05/05/2010 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão quer medida da ANS para regular venda de planos de saúde

A Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais vai enviar à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) um relatório sobre o atendimento dos hospitais a clientes de operadoras de planos de saúde. De acordo com o vice-presidente da comissão, deputado Délio Malheiros (PV), o objetivo é demonstrar que os planos são os principais responsáveis pela sobrecarga nos prontos-socorros dessas instituições. O parlamentar quer que a ANS baixe uma medida para impedir que as operadoras tenham mais clientes do que a rede de atendimento suporta. Nesta quarta-feira (5/5/10), a comissão visitou os hospitais Felício Rocho e Vera Cruz, em Belo Horizonte, para verificar in loco as situações de sobrecarga.

"A culpa é exclusivamente dos planos de saúde, que estão vendendo além da capacidade de atendimento. Os hospitais estão se desdobrando para atender a demanda", afirmou Malheiros. Segundo o deputado, os clientes dos planos encontram dificuldades para marcar consultas e acabam procurando os prontos-socorros, mesmo para casos sem gravidade.

Hospitais - A coordenadora do Pronto-Atendimento do Hospital Felício Rocho, Priscila Mendes, afirmou que a instituição adotou uma série de medidas para absorver o crescimento da demanda. Entre elas, estão a prioridade a pacientes mais graves, a contratação de um médico para atender exclusivamente situações de urgência e emergência e o aumento do número de consultórios, com a finalidade de agilizar o atendimento de casos de pequena gravidade.

Passam pelo Pronto-Atendimento do Felício Rocho de 9 a 10 mil pacientes por mês, em média. De acordo com o hospital, mais de 80% deles são clientes de planos de saúde. No momento da visita, pouco menos da metade dos lugares da sala de espera estavam ocupados. O Felício Rocho tem 342 leitos. A taxa de ocupação gira em torno de 100%.

O diretor técnico-assistencial do Hospital Vera Cruz, Fábio Botelho, atribuiu a sobrecarga ao aumento da população, que não é acompanhado, segundo ele, pelo crescimento do número de leitos. Ele isentou os planos de saúde de responsabilidade. "Se aumentam os clientes de planos, é porque está faltando alguma coisa na saúde pública", afirmou Botelho. O diretor disse que, apesar da procura constante, o hospital tem sido capaz de absorver a demanda. No momento da visita da comissão, a sala de espera do Pronto-Socorro do Vera Cruz estava lotada.

O Vera Cruz também adota a prioridade para pacientes graves e criou equipe para atender apenas casos suspeitos de dengue. O hospital tem 153 leitos, com taxa de ocupação de 90% a 95%, e seu Pronto-Socorro recebeu em abril 11,3 mil pacientes, cerca de 90% oriundos de planos de saúde.

Audiência pública - As visitas desta quarta-feira são um desdobramento de audiência pública realizada em 13 de abril deste ano pela Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte. Na ocasião, representantes da área de saúde, do Ministério Público e do Procon Assembleia defenderam a necessidade de regular a venda de planos de saúde para novos clientes, sobretudo da Unimed, maior operadora do setor. Representantes dos planos e da ANS foram convidados para a audiência, mas não compareceram.

Presença - Deputado Délio Malheiros (PV), vice-presidente da comissão.

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br

Rua Rodrigues Caldas,30 :: Bairro Santo Agostinho :: CEP 30190 921 :: Belo Horizonte :: MG :: Brasil :: Telefone (31) 2108 7715