Ciclo de debates vai abordar pacto federativo e questão tributária

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais volta a discutir o pacto federativo e a questão tributária em evento marcado...

06/05/2010 - 00:03
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Ciclo de debates vai abordar pacto federativo e questão tributária

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais volta a discutir o pacto federativo e a questão tributária em evento marcado para os dias 19 e 20/5/10. É o Ciclo de Debates Pacto Federativo, Questão Tributária e Políticas Públicas no Brasil, que reunirá estudiosos, políticos, fiscais de tributos e representantes dos Executivos Federal e Estadual, entre outros. A abertura será às 20 horas do dia 19, no Plenário. Em seguida, haverá palestras do ex-governador do Rio Grande do Sul e integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, Germano Rigotto, e do ex-deputado federal Sérgio Miranda. O autor do requerimento para a realização do ciclo é o deputado Antônio Júlio (PMDB), membro da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da ALMG. Não é necessário se inscrever para participar do evento.

Ao longo de dois dias, convidados e interessados vão discutir a influência do pacto federativo e da questão tributária na autonomia e na atuação dos entes federados, especialmente no tocante à formulação, gestão e financiamento das políticas públicas. Para alguns, o arranjo federativo brasileiro acaba impondo responsabilidades demais aos municípios na prestação dos serviços públicos sem capacitá-los financeiramente para isso. Uma característica do sistema tributário no País seria calcar a arrecadação sobre o consumo e a produção, em detrimento da baixa tributação sobre o capital.

Programação - O pacto federativo e as políticas públicas é o tema de painel marcado para as 9 horas do dia 20. Na tarde desse mesmo dia, é a vez de discutir o pacto e a questão tributária. O evento se encerra com a discussão das alternativas de governança, tratando da participação popular, da questão metropolitana, dos consórcios e dos sistemas de pactuação com os sistemas Único de Saúde (SUS) e de Assistência Social (Suas). Saiba mais sobre o evento no site www.almg.gov.br, clicando em ícone no alto da página. Acompanhe ao vivo pela TV Assembleia, participe pelo 0800 709 2564 ou pelo próprio site, enviando perguntas e comentários.

Pacto federativo é tema que estará na agenda pública nas eleições 2010

A promoção do evento acontece numa época importante, que é a das eleições 2010. Na avaliação do presidente da Assembleia, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), o momento em que a população se volta para escolher o próximo presidente é propício para cobrar dos candidatos compromisso com um novo pacto federativo, que represente o fortalecimento e a maior autonomia dos municípios. "Não há como pensar no desenvolvimento de um país continental e complexo como o Brasil sem uma federação forte", destaca. O presidente lamenta ainda que os prefeitos precisem ficar "de pires na mão", dependendo dos repasses do Governo Federal.

Em seu discurso de posse na presidência da ALMG, Alberto Pinto Coelho defendeu a atuação do Legislativo guiada por três eixos prioritários: a valorização de temas relativos ao desenvolvimento social; a busca de um novo pacto federativo; e o desenvolvimento das vocações e potencialidades mineiras. Várias ações foram implementadas visando à redefinição do pacto federativo, entre elas a realização de eventos como o Seminário Legislativo Minas na Reforma Tributária, em 2003, e a instituição de comissões como a Especial da Reforma Tributária, em 2008.

O deputado Antônio Júlio afirma que a Assembleia está diante do desafio de discutir políticas que confrontem o impasse entre a concentração das receitas, "hoje praticamente todas na mão da União", e as crescentes obrigações dos municípios. Relator da Comissão Especial da Reforma Tributária e integrante da Comissão Extraordinária para o Enfrentamento da Crise Econômico-Financeira da Assembleia, o deputado defende que não haverá sucesso em uma proposta de reforma tributária que deixe de observar o pacto federativo e a autonomia de Estados e municípios. Ele avalia que os pré-candidatos à Presidência da República devem assumir o compromisso de discutir o tema.

PEC Federal - Tramita no Congresso Nacional a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 233/08, do presidente Lula, que trata da reforma tributária. Ela cria o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) e um novo ICMS, cujas alíquotas passarão a ser fixadas pelo Senado, em lei complementar. Ela foi anexada a outra proposta, a 31/07, do deputado Virgílio Guimarães (PT). O relatório da Comissão Especial da Reforma Tributária traz propostas para preservar a autonomia dos Estados e municípios para legislar sobre essa matéria, em especial sobre o ICMS. O texto foi encaminhado ao Colegiado de Presidentes de Assembleias Legislativas e também ao Congresso Nacional.

Sindifisco defende mudar perfil da tributação, calcada hoje no consumo e mão de obra

Para o presidente do Sindicato dos Fiscais e Agentes Fiscais de Tributos de Minas Gerais (Sindifisco), Lindolfo Fernandes de Castro, quem paga imposto hoje no Brasil é a classe trabalhadora, já que cerca de 80% da tributação são feitos em cima do consumo e da mão de obra, segundo ele. Castro avalia que a grande discussão do ciclo de debates deve ser sobre o tamanho da carga tributária e seu perfil no País. "Hoje a renda e o patrimônio têm a menor carga de tributos, o que provoca grande distorção: quem paga imposto no País é o pobre", ressalta, acrescentando que uma reforma tributária deveria caminhar para modificar esse perfil.

Outro ponto polêmico, na avaliação de Lindolfo de Castro, é "a falta de transparência no cálculo dos tributos, na desoneração em Minas". Para o dirigente do Sindifisco, os benefícios fiscais no Estado indicam que não há controle sobre as desonerações: "É muita receita que vai para o ralo."

Participantes - São parceiros da ALMG na construção do ciclo de debates a Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte; as associações dos Funcionários Fiscais (Affemg-MG), dos Vereadores (Asvemg) e Mineira de Municípios (AMM); os Centros de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) e de Estudos Legislativos (CEL) da UFMG; a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas); a Frente Mineira de Prefeitos (FMP); o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária do Ministério Público (Caoet/MPMG); o Núcleo Jurídico de Políticas Públicas e o Observatório de Políticas Urbanas (Opur) da PUC Minas; as secretarias de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru) e de Fazenda (SEF); os sindicatos dos Economistas (Sindecon-MG), dos Fiscais e Agentes Fiscais de Tributos (Sindifisco-MG) e dos Técnicos em Tributação, Fiscalização e Arrecadação (Sinffaz-MG); e o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCMG).

Programação

19/5/10

* 20 horas: abertura - presidente da ALMG, deputado Alberto Pinto Coelho (PP); governador do Estado, Antonio Anastasia; presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Sérgio Resende; procurador-geral de Justiça, Alceu José Torres Marques; presidente do Tribunal de Contas, conselheiro Wanderley Ávila; defensor público-geral, Belmar Azze Ramos; presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM) e prefeito de Conselheiro Lafaiete, José Milton; presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado, Renato Rossi; pró-reitor de Extensão da PUC Minas, Wanderley Chieppe Felippe; presidente do Sindicato dos Fiscais e Agentes Fiscais de Tributos do Estado de Minas Gerais (Sindifisco) e representante da Associação dos Funcionários Fiscais do Estado (Affemg), Lindolfo Fernandes de Castro

* 20h30: painel Pacto federativo, questão tributária e políticas públicas no Brasil - com Germano Rigotto, membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República e ex-governador do Rio Grande do Sul (2003/06); e Sérgio Miranda, deputado federal por Minas de 1993 a 2006

20/5/10

* 9 horas: painel Pacto federativo e políticas públicas no Brasil - com Dércio Garcia Munhoz, consultor na área de Economia e membro consultivo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea); Fabrício de Oliveira, professor da Fundação João Pinheiro (FJP); Antônio Joaquim Fernandes Neto, procurador de Justiça da Procuradoria de Direitos Difusos e Coletivos do Ministério Público de Minas Gerais; Waldir Silva Salvador de Oliveira, superintendente da Associação Mineira de Municípios (AMM). A partir das 11 horas, debates coordenados pelo deputado Antônio Júlio (PMDB), autor do requerimento do ciclo de debates

14 horas: painel Pacto federativo e questão tributária no Brasil - com Celina Maria de Souza, pesquisadora associada do Centro de Recursos Humanos da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia; Marcelo Braga Rios, professor de Direito Tributário da PUC Minas; e Antônio Luiz Bernardes, representante do Sindifisco e da Affemg. A partir das 15h30, debates coordenados pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça, deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB)

16 horas: painel Pacto federativo e alternativas de governança - com o conselheiro do Tribunal de Contas de Minas Gerais Sebastião Helvécio; secretária de Estado Extraordinária de Relações Institucionais, Maria Coeli Simões Pires; e Marinella Araújo, professora e coordenadora do Núcleo Jurídico de Políticas Públicas do Programa de Pós-Graduação em Direito da PUC Minas. A partir das 17h30, debates coordenados pelo presidente da Comissão de Administração Pública, deputado Délio Malheiros (PV)

18 horas: encerramento, com o deputado Antônio Júlio (PMDB)

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br

Rua Rodrigues Caldas,30 :: Bairro Santo Agostinho :: CEP 30190 921 :: Belo Horizonte :: MG :: Brasil :: Telefone (31) 2108 7715