Projeto sobre ensino profissionalizante recebe parecer favorável

A Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática da Assembleia Legislativa de Minas Gerais deu parecer favor...

05/05/2010 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Projeto sobre ensino profissionalizante recebe parecer favorável

A Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática da Assembleia Legislativa de Minas Gerais deu parecer favorável na manhã desta quarta-feira (5/5/10) ao Projeto de Lei (PL) 4.350/10, do deputado Sebastião Costa (PPS), que trata do ensino profissionalizante no Estado e tramita em 1º turno. O relator, deputado Lafayette de Andrada (PSDB), opinou pela aprovação da matéria com as emendas n°s 1 e 2, apresentadas pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e que suprimem quatro dos seis artigos do projeto original.

As emendas ao projeto suprimem os artigos 1°, 4° e 5° do texto original (emenda nº 1) e o artigo 2° (emenda n° 2). O artigo 3º, mantido, estabelece que os cursos técnicos poderão funcionar com o mínimo de 800 horas anuais e 200 dias de atividade educacional, na forma do que dispõe o artigo 24 da Lei Federal 9.394, de 1996, ajustando, nesse prazo, sua matriz curricular de disciplinas profissionalizantes com as do ensino regular. O artigo 6° trata da vigência da lei. A matéria está pronta para entrar na pauta do Plenário.

O parecer do relator destaca que os demais artigos foram suprimidos diante do entendimento de que esbarram na competência estadual do parlamentar para legislar e que, no Estado, a Secretaria de Educação desenvolve a modalidade de ensino objeto do projeto por meio do Programa de Educação Profissional (PEP). Instituído em outubro de 2007, esse programa tem o objetivo de qualificar para o trabalho alunos do 2º e 3º anos do ensino médio das escolas estaduais e jovens de 18 a 24 anos que já concluíram o ensino médio. No ano no ano passado o PEP ultrapassou a meta inicial de atingir 110 mil alunos até dezembro de 2010.

Artigos suprimidos - O artigo 1° do projeto original estabelece que o Estado incentivará o ensino profissionalizante, em todos os níveis escolares, dando ainda apoio aos cursos livres de treinamento e capacitação, incentivando a criação de cursos técnicos para a formação de profissionais.

O artigo 2º propõe que, caso haja cursos profissionalizantes independentes ou livres com matriz curricular semelhante ao exigido pela legislação, os mesmos poderão ter a devida autorização legal para o seu funcionamento a partir da data em que forem implantados. Isso se dará mediante requerimento dos organizadores dos cursos aos órgãos competentes da Secretaria de Estado de Educação, mediante inspeção e se estiverem com a sua estrutura devidamente identificada com as normas regulamentares.

Já o artigo 4° prevê que as superintendências da Secretaria de Estado de Educação incentivarão as unidades que estiverem sob sua responsabilidade a promover atividades e programação voltadas para a formação profissional. O artigo 5º estabelece que o Conselho Estadual de Educação baixará normas específicas relativas ao artigo anterior de modo a incentivar e facilitar a estruturação de unidades escolares dos ensinos fundamental e médio.

Situação de profissionais da educação motiva requerimentos

Foram aprovados, também, requerimentos relacionados à situação de trabalhadores no ensino. Um deles, dos deputados Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Ruy Muniz (DEM), Carlin Moura (PCdoB) e Lafayette de Andrada (PSDB), trata de visita à secretária de Estado do Planejamento para tratar das aposentadorias especiais dos servidores da Educação. Dalmo Ribeiro lembrou que o assunto foi motivo de audiência pública na comissão que preside, de Constituição e Justiça, em 30 de março, quando foram debatidas questões como a concessão de aposentadoria especial na educação e a revisão da Lei 15.293, de 2004, em virtude de alteração na Lei de Diretrizes e Bases da Educação.

Outro requerimento, dos deputados Dalmo Ribeiro Silva e Lafayette de Andrada, é para envio de ofício ao governador manifestando preocupação com a greve dos professores da rede estadual e a expectativa de que haja o diálogo entre as partes e a instituição de uma comissão de negociação.

A comissão aprovou ainda requerimento do deputado Carlin Moura (PCdoB) para a realização de audiência pública visando tratar da totalidade dos benefícios funcionais e previdenciários para os profissionais da educação, e não apenas da aposentadoria especial.

A discussão dos requerimentos motivou debate em torno da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), por meio da qual o Governo Federal impôs limites a Estados e municípios para despesas com a folha de pessoal. "A greve dos professores é justa, mas além dos limites da lei, o Governo Federal suga os recursos, ficando com 70% da receita do País e deixando apenas 17% aos Estados e 13% aos municípios", registrou o deputado Lafayette de Andrada.

Plano Decenal - O deputado Carlin Moura (PCdoB), por sua vez, disse que em Minas o limite da LRF ainda não foi atingido, e entende que decisão do Tribunal Superior Eleitoral impede hoje apenas a apreciação de projetos de revisão geral de remuneração de servidor público, em função do ano eleitoral. "Para projetos relacionados a cargos e carreira, que não são de revisão geral, ainda há prazo hábil até 30 de junho, tanto que votamos nesta quarta (5) projeto criando cargos para o Tribunal de Justiça", disse o deputado. Nesse sentido, ele fez um apelo para que até 30 de junho o Plenário vote em 2º turno o projeto contendo o Plano Decenal de Educação, estabelecendo a adoção do piso nacional do professor da educação básica.

Outros requerimentos - O deputado Carlin Moura teve aprovados outros quatro requerimentos, sendo dois de audiência pública, uma para comemorar os 25 anos da "Lei do Grêmio Livre", Lei Federal 7.398/84 e a outra, preferencialmente no município de Itaobim, para debater a situação da Escola Família Agrícola Bontempo, mantida pela Associação Escola Família Agrícola do Médio e Baixo Jequitinhonha.

O terceiro solicita pedido de informações à Secretaria Municipal de Educação de Ibirité sobre os motivos do não pagamento de vencimentos de servidores daquela municipalidade e o último requerimento, conjunto com a deputada Gláucia Brandão (PPS), para que seja encaminhado à Secretaria de Estado da Educação pedido de providências para apoiar a edição da "Revista Magalhães" e de "Suplemento Literário", produzidos pela Escola Estadual Professora Maria de Magalhães Pinto, no município de Igarapé, e para que seja celebrado convênio para a cobertura da quadra de esportes da mesma escola, conforme vídeo e notas taquigráficas da audiência pública realizada pela comissão em 28 de abril, a serem encaminhados junto ao pedido.

Presenças - Deputados Ruy Muniz (DEM), presidente; Carlin Moura (PCdoB), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e Lafayette de Andrada (PSDB).

 

 

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