Pastora recebe no Plenário título de cidadã honorária do
Estado
A pastora Esmeralda Campelo Vilela, da Comunidade
Evangélica Betesda, recebeu, na noite desta quinta-feira (29/4/10),
o título de cidadã honorária do Estado durante Reunião Especial no
Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O título foi
concedido à pastora por meio de decreto do governador, a
requerimento do deputado Vanderlei Miranda (PMDB), que durante a
solenidade destacou a contribuição dada à sociedade por Esmeralda,
também educadora e agente social.
"Sua biografia reflete a virtude de muitas mulheres
que se fazem presentes nas páginas da Bíblia", disse o deputado,
ressaltando a dedicação da homenageada para integrar a fé com
valores éticos. Ele lembrou que, nascida em 1928 na cidade de
Carolina, no estado do Maranhão, Esmeralda é filha dos primeiros
missionários entre os índios Craôs. Tendo estudado em Recife, em
regime de internato, formou-se depois no curso de magistério. Em
1948, se casou e fundou, junto com o marido, diversas instituições
educacionais, como a Escola Técnica de Química Industrial e a
Faculdade de Ciências Econômicas do Sul de Minas, ambas em
Itajubá.
Em seu discurso, o deputado lembrou, ainda,
passagens relacionadas à morte da mãe de Esmeralda, ocorrida um mês
após o parto. Seguindo uma tradição da tribo, índios Craôs queriam
enterrar a recém-nascida junto com o corpo da mãe, costume pregado
toda vez que uma mulher morria em decorrência do parto. "Mas
policiais chegaram a tempo de salvá-la. Deus tinha um propósito para
ela", exaltou Vanderlei Miranda.
Homenageada destaca que luta continua
Esmeralda recebeu o título das mãos do deputado,
que representou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado
Alberto Pinto Coelho (PP), tendo o diploma sido conduzido ao
Plenário por cadetes do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.
Esmeralda, que também participou da fundação de
várias igrejas em Minas e preside a Fundação Esmeralda Campelo
(Funesc), instituição filantrópica voltada para crianças e
adolescentes carentes, agradeceu a homenagem lembrando de momentos
de sua vida quando, ainda pequena, chegou a questionar por que Deus
tinha permitido a morte da mãe, afirmando ter compreendido, depois,
a glória da presença de Deus por meio da natureza e da palavra.
"O presente que estou recebendo neste dia é a
manifestação graciosa de Deus à minha vida", disse, destacando que
ainda há muito que lutar por uma sociedade melhor. "Não é este o
momento de desanimar, mas não há como sorrir sempre, sabendo que na
favela, nas esquinas e até na mansão há muita dor e pranto, e que a
dor e a pobreza consomem meninos de rua", emocionou-se ela, também
autora de livros e peças teatrais e diretora da Editora Rhema.
Ao final, os convidados ouviram a soprano Elisete
Costa na interpretação do Hino Pai Nosso, canção religiosa de
domínio público. A soprano também abriu a solenidade interpretando o
Hino Nacional. Além do autor do requerimento e da pastora,
compuseram a mesa da solenidade o ex-deputado estadual e federal
pastor Paulo Almada, o vice-presidente da Igreja Batista das
Alterosas, Giácomo José Jorge, além do pastor Túlio de César Borges.
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