Expresso Cidadania recebe estudantes com deficiência
auditiva
As atividades do Expresso Cidadania na manhã desta
segunda-feira (26/4/10), em Belo Horizonte, foram um exemplo de
inclusão. Mais de 200 alunos da Escola Estadual Maurício Murgel,
entre os quais um grupo de estudantes com deficiência auditiva,
assistiram às palestras e participaram das oficinas do projeto,
realizadas no Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira, na
Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Os alunos surdos-mudos também não tiveram
dificuldade em acompanhar o esquete teatral, que tem como tema a
importância da participação política. Os intérpretes da Linguagem
Brasileira de Sinais (Libras) Jamille Veridiana e Wildmark Ferreira,
que trabalham na escola, traduziram a mensagem passada pela
apresentação teatral em gestos e expressões, que eram facilmente
apreendidos pelos alunos.
Esse foi o segundo dia de atividades do Expresso
Cidadania na Capital. Durante esta semana haverá sessões todos os
dias, até a próxima sexta-feira (30). Antes de chegar a Belo
Horizonte, a caravana do Expresso passou por 13 cidades no interior
do Estado. O projeto é uma iniciativa da Assembleia Legislativa de
Minas Gerais, em parceria com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e
com a Secretaria de Estado de Educação.
Palestras estimulam os jovens a expressarem suas
vontades
"O voto é a manifestação de sua pessoa, do que você
pensa. É a expressão da sua vontade", afirmou o chefe do cartório da
26ª Zonal Eleitoral de Belo Horizonte, Vinícius Vasconcelos. Ele
explicou também que o voto do jovem tem o mesmo valor do voto de um
artista ou empresário. Também recomendou aos estudantes que procurem
um candidato que defenda os interesses dos jovens e que tenham
propostas para a educação superior e que apresentem políticas
inclusivas.
Léo Noronha, professor da Escola do Legislativo,
disse que os jovens têm suas opiniões e desejos, e querem ser
ouvidos. Para o professor, o voto é uma oportunidade para expressar
essas opiniões, mas a participação política não pode parar por aí.
"Exerçam a cidadania em todos os ambientes de sua vida, a começar
pela escola", disse.
Um exemplo de cidadania é de Maria Augusta Vilane,
mãe do estudante Moisés Augusto, de 14 anos, que tem deficiência
auditiva. Ela não só acompanha a vida escolar de seu filho, como é
voluntária na Escola Estadual Maurício Murgel, onde ele estuda, e em
outras escolas. Ela avalia que muitos jovens não sabem o que é o
voto, e considera importante que eles aprendam o que isso significa.
"Hoje o meu filho está aprendendo o que é votar", declarou.
Novos eleitores - O
estudante Mayke de Jesus Oliveira, de 17 anos, é agora eleitor,
junto com outros 73 alunos da Escola Estadual Maurício Murgel. Com o
auxílio da intérprete de Libras Jamille Veridiana, ele passou os
dados necessários para a emissão do documento e saiu com o título em
mãos. Mayke afirmou que vai escolher os melhores candidatos.
A estudante Analupe Cristina, 17 anos, também
garantiu o direito de votar nas próximas eleições, em outubro.
Analupe, que também tem deficiência auditiva, faz questão de
participar. Para ela, é possível influenciar o País por meio do
voto.
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