Proposta do Estado de quitar dívida com Ipsemg será tema de audiência

A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária vai promover, na próxima terça-feira (13), uma audiência pública...

07/04/2010 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Proposta do Estado de quitar dívida com Ipsemg será tema de audiência

A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária vai promover, na próxima terça-feira (13), uma audiência pública para discutir o projeto do governador que autoriza o Executivo a quitar sua dívida com o Instituto de Previdência do Estado de Minas Gerais (Ipsemg). Solicitado pelo deputado Adelmo Carneiro Leão (PT), o debate terá como convidados o secretário de Estado de Fazenda, Simão Cirineu Dias; o presidente do instituto, Antônio Caram Filho; e a presidente do sindicado dos servidores do Ipsemg, o Sisipsemg, Antonieta de Cássia Dorledo de Faria. Ele será realizado às 19 horas, no Plenarinho IV da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

O agendamento da audiência foi o resultado de negociações envolvendo o presidente da comissão, deputado Zé Maia (PSDB); o relator do projeto, deputado Lafayette de Andrada (PSDB); e os deputados Adelmo Carneiro Leão (PT) e Antônio Júlio (PMDB), do bloco de oposição, entre outros parlamentares. As negociações ocorreram durante reunião da comissão realizada nesta quarta-feira (7/4/10), quando o relator apresentou o seu parecer, que opinou pela aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 35/07 na forma do substitutivo nº 2, que apresentou. Como parte das ações para viabilizar a audiência antes da aprovação do parecer, o deputado Adelmo Carneiro Leão pediu mais prazo para analisar o relatório de Andrada (pedido de vista do parecer).

Reunião extraordinária - Foi convocada ainda reunião extraordinária da comissão para esta quarta (7), às 20 horas. Na pauta da reunião, os Projetos de Lei (PLs) 3.501/09, do Tribunal de Justiça, que altera o quadro de cargos da Secretaria do Tribunal de Justiça; e 2.955/08, do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), que autoriza o Executivo a doar a Itanhandu o imóvel que especifica, destinado ao funcionamento de escola de tempo integral.

Parecer incorpora proposta do governador para incluir débitos de pequeno valor

O PLC 35/07 pretende equacionar definitivamente o problema da dívida do Tesouro do Estado com o Ipsemg, por meio da compensação contábil de débitos e créditos gerados ao longo dos anos. De acordo com o projeto original, o Tesouro propõe assumir os débitos relativos aos precatórios emitidos contra o instituto, no valor de R$ 686.407.497,23, conforme apurado em dezembro de 2009. Precatório é a dívida que o Estado tem de pagar, com decisão judicial transitada em julgado, ou seja, quando não cabe mais recurso ao Poder Judiciário.

O deputado Lafayette de Andrada apresentou o substitutivo nº 2, opinando pela rejeição do substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O novo texto foi apresentado para incorporar a proposta feita pelo governador de incluir os débitos caracterizados como requisitórios de pequeno valor (RPVs), apresentados contra o Ipsemg, quando os objetos das ações que os originaram forem anteriores à data de publicação da Lei Complementar 64, de 2002, que criou o Regime Próprio de Previdência e Assistência Social dos Servidores Públicos. O acréscimo, nesse caso, seria de cerca de R$ 70 milhões, referente aos RPVs previstos para 2010.

Além disso, o substitutivo nº 2 suprimiu o inciso II do artigo 1° do projeto, que autorizava o parcelamento do saldo remanescente em 120 parcelas mensais. Isto porque, com a quitação da dívida, ficaria extinto o saldo remanescente.

Na avaliação do relator, o projeto contribuirá para dotar o Ipsemg de capacidade para melhor executar suas funções, pois vai equacionar as pendências financeiras do instituto. Ele enfatiza que a soma dos débitos com precatórios e com RPVs representa uma obrigação superior à dívida do governo com a autarquia, calculada em R$ 607.261.435,21 em fevereiro de 2010, o que lhe permitirá "destinar maior volume de recursos para atenção à saúde do servidor". Segundo o parecer, o projeto não gera impacto sobre as contas públicas, pois é uma operação contábil envolvendo obrigações já previstas no Orçamento do Estado.

Deputados questionam o projeto

Os deputados Adelmo Carneiro Leão e Antônio Júlio fizeram várias críticas ao projeto, que foram rebatidas pelo relator, deputado Lafayette de Andrada. Para Leão, a proposição não resolve o problema do Ipsemg, que vive hoje uma situação "de calamidade". Ele também cobrou informações sobre os precatórios a serem assumidos pelo Tesouro: quantos, quais, de que natureza e em que momento serão pagos. Na avaliação do parlamentar do PT, se o Estado quitasse realmente a dívida com o instituto, este teria condições de honrar seus compromissos.

Somando-se a Leão na cobrança por uma audiência pública, o deputado Antônio Júlio avaliou que o Estado estaria fazendo apenas uma compensação contábil, acrescentando que os precatórios vão acabar não sendo pagos. "O Estado não tem segurança do que está fazendo, tanto é que o projeto está tramitando na Assembleia desde 2007", enfatizou. O parlamentar também questionou os valores informados para a dívida com o Ipsemg. Segundo ele, há três anos, o montante anunciado seria de mais de R$ 1 bilhão. Tanto Adelmo Leão quanto Antônio Júlio lembraram ainda a crise vivida hoje pelo Ipsemg, que se ressente com a falta de médicos e a precariedade do atendimento, com prejuízos também para os servidores que vêm do interior em busca de assistência na Capital.

Contraponto - Em resposta, o relator, deputado Lafayette de Andrada, repassou os números do acerto de contas, avaliando que esse seria um "negócio da China" para o Ipsemg. "Por que o projeto seria prejudicial ao instituto?", questionou. Já o presidente Zé Maia demonstrou preocupação com o prazo para aprovação do projeto pela Assembleia.

Justificativa da Seplag - De acordo com o relator, a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) informou que parte da dívida relativa à previdência já foi quitada por meio do pagamento, pelo Tesouro, de benefícios previdenciários concedidos pela autarquia. O restante da dívida será pago agora, com o Estado assumindo os precatórios e os RPVs.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Zé Maia (PSDB), presidente; Getúlio Neiva (PMDB), Adelmo Carneiro Leão (PT), Agostinho Patrus Filho (PV), Antônio Júlio (PMDB), Inácio Franco (PV) e Lafayette de Andrada (PSDB).

 

 

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