Comissão da Minascaixa deve prorrogar trabalhos por 30 dias

Prorrogar por 30 dias o trabalho da Comissão Especial da Minascaixa; aumentar o valor do desconto para quitação dos i...

30/03/2010 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão da Minascaixa deve prorrogar trabalhos por 30 dias

Prorrogar por 30 dias o trabalho da Comissão Especial da Minascaixa; aumentar o valor do desconto para quitação dos imóveis, através de um projeto de lei na Assembleia Legislativa de Minas Gerais; facilitar o pagamento através do parcelamento em pequenas prestações; e intensificar o cadastramento das famílias para apresentar dados atualizados ao Governo do Estado. Essas foram as principais propostas tiradas de duas audiências públicas dessa comissão nesta terça-feira (30/3/10), em Santana do Paraíso e Coronel Fabriciano, municípios da Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA).

Além de autoridades das duas cidades, participaram cerca de 160 mutuários da Minascaixa, na reunião de Santana do Paraíso, pela manhã, e cerca de 100 mutuários em Fabriciano. Na primeira cidade, há 286 imóveis financiados pelo banco extinto em 1991. Já na segunda cidade, são 20 imóveis. Ao todo, no Estado, são 610 mutuários da Minascaixa, sendo 400 na RMVA.

Criada em 26 de fevereiro deste ano, a Comissão Especial da Minascaixa tem prazo de 60 dias para fazer os estudos e apresentar propostas para a regularização patrimonial dos imóveis da Minascaixa e discutir a Política Estadual de Moradia de Interesse Popular. Os imóveis constam do Anexo I da Lei 13.439, de 1999. A lei autoriza o Executivo a negociar e a alienar os direitos, os créditos e os bens imóveis da extinta Minascaixa e os adquiridos pelo Estado no processo de alienação das ações representativas do controle acionário dos bancos estaduais Credireal e Bemge.

A presidente da comissão, deputada Cecília Ferramenta (PT), que solicitou as reuniões, disse que, desde o ano passado, está empenhada na solução do problema. Em novembro de 2009, foi realizada reunião na região, quando foi anunciado que imóveis financiados pela Minascaixa iam ser leiloados. Ferramenta afirmou que procurou o vice-governador Antônio Anastasia que, prontamente, suspendeu os leilões.

Cecília Ferramenta lembrou que, nas reuniões já realizadas pela comissão especial, foi possível ouvir representantes da Secretaria de Estado de Fazenda e da MGI, empresa que administra os contratos da Minascaixa. "Pudemos observar que eles estão abertos para solucionar o problema", destacou. A deputada comunicou que vai fazer um requerimento pedindo a prorrogação dos trabalhos por mais 30 dias, para dar tempo de todos os mutuários se recadastrarem, Ele também convocou os mutuários para que façam o recadastramento de seus imóveis, facilitando a atualização dos dados pela MGI.

Outra proposta defendida pela parlamentar é a de que a prestação a ser paga pelo mutuário não ultrapasse 25% da renda familiar. Mas ela ponderou que há casos em que o mutuário está desempregado e não tem como pagar valor algum.

Convidados defendem anistia das dívidas

O prefeito de Santana do Paraíso, Joaquim Correia de Melo, defendeu a anistia da dívida nos casos de desemprego. Também nessa linha, os presidentes das Associações de Moradores do Residencial Paraíso e de Águas Claras, respectivamente Albeni Martins Lisboa e Varlei Cândido Assis, defenderam a anistia das dívidas para todos os mutuários. "Se não for possível a anistia, que se pague valor simbólico pelo financiamento", disse.

O presidente da Câmara Municipal, vereador Pastor Etevaldo, defendeu que é preciso fazer valer a Constituição Federal que, em seu artigo 5° , garante vários direitos, entre eles o da moradia. Também o vereador de Santana do Paraíso, Antônio Afonso Duarte (Zizinho), avaliou que as casas da Minascaixa deveriam ser consideradas de caráter social. "A maioria dos moradores ganha um salário mínimo, sendo que há também muitos desempregados e sem renda alguma", reforçou.

Fabriciano - Da reunião em Coronel Fabriciano, participaram não só representantes de mutuários da cidade mas também de outros municípios da região. O procurador do município de São José do Goiabal, Geraldo Elias da Silva, disse que a prefeitura local representa 40 famílias da cidade que têm casas financiadas pela Minascaixa. Ele relatou que a situação lá é mais complicada, pois o Governo já promoveu leilão e entrou com ação para retomar os imóveis. Mas a prefeitura entrou com recurso e impediu que as famílias fossem retiradas das casas.

O presidente da Associação de Pais e Amigos de Cava Grande e Marliéria, José Carlos Mateus, registrou que, em setembro de 2009, foram leiloadas e arrematadas cinco casas em Cava Grande, que é um distrito de Marliéria. "Tomar as casas dos pequenos é fácil. Por que o governo não faz o mesmo com os grandes?", indignou-se, afirmando ainda que o Estado está criando uma tragédia social com essa atitude.

Presenças - Deputada Cecília Ferramenta (PT), presidente da comissão. Da reunião em Santana do Paraíso, também participaram o vice prefeito do município, Raimundo José de Almeida, os vereadores Geraldo Ferreira Pires e Manoel do Nascimento Assis e a advogada Sandra Maria Machado de Melo. Da reunião em Coronel Fabriciano, participaram o prefeito da cidade, Chico Simões, e o de São Domingos do Prata, Fernando Rolla; o vereador de Pingo D´agua, João Água; o presidente da Câmara Municipal de São José do Goiabal, vereador Geraldo Magela; o vereador de Coronel Fabriciano, Marcos da Luz; e o presidente da Associação Comunitária, Cultural e Artística Shalon, pastor Nilson Teixeira.

 

 

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