Demora no licenciamento ambiental impede 23 obras na MG-050

A construção de terceira faixa em 23 pontos da rodovia MG-050 vem sendo atrasada pela demora no licenciamento ambient...

24/03/2010 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Demora no licenciamento ambiental impede 23 obras na MG-050

A construção de terceira faixa em 23 pontos da rodovia MG-050 vem sendo atrasada pela demora no licenciamento ambiental das obras pelos órgãos estaduais e federais. A informação é do diretor executivo José Roberto Ometto, da empresa Nascente das Gerais, que é concessionária da rodovia e responsável pelas obras. Ometto foi um dos convidados de reunião realizada nesta quarta-feira (24/3/10) pela Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O objetivo do encontro foi discutir o Projeto de Lei (PL) 3.745/09, do deputado Antônio Carlos Arantes (PSC), que simplifica o licenciamento de obras rodoviárias de menor impacto ambiental.

Logo no início da reunião, Arantes afirmou que a agilização do licenciamento no caso de rodovias como a MG-050 é urgente em função das mortes que vêm ocorrendo em pontos mais perigosos da estrada. "Licença ambiental simplificada não significa agressão ao meio ambiente. Obras como implantação de terceira faixa ocorrem, em 90% dos casos, em áreas de vegetação rasteira", argumentou. Ele ressaltou que os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro já têm uma legislação mais simples para esses casos.

O PL 3.745/09 está sob exame da Comissão de Constituição e Justiça. O artigo 1° estabelece que, nos limites de faixa de domínio das rodovias que se encontrem em operação, não dependem de autorização dos órgãos ambientais: a supressão de vegetação nativa secundária, em estágio inicial de regeneração; a supressão de exemplares arbóreos exóticos; a poda de árvores nativas cujos galhos invadam o acostamento ou a faixa de rolamento, encubram a sinalização ou ofereçam risco iminente à segurança; a limpeza e o reparo de sistemas de drenagem, bueiros, canais e corta-rios; entre outros.

Outros exemplos de modificações que poderiam ser feitas sem a autorização dos órgãos ambientais são a implantação de terceira faixa, sem supressão de vegetação nativa arbórea, primária ou secundária, nos estágios médio e avançados de regeneração, e sem realocação de população; e a realização de obras para melhoria geométrica, a implantação de praças de pedágio, a prestação de serviços de atendimento aos usuários, a construção de postos gerais de fiscalização, balanças, passarelas, áreas de descanso, paradas de ônibus, unidades da polícia rodoviária e pátios de veículos apreendidos, sem supressão de vegetação nativa arbórea, primária ou secundária, nos estágios médio e avançado de regeneração, e sem realocação de população. O projeto também prevê que essas intervenções e obras podem ser objeto de consulta sobre a necessidade de autorização quando as áreas estiverem inseridas em unidades de conservação do Estado.

Representante da Associação do Meio Ambiente elogia projeto

O PL 3.745/09 foi elogiado pelo assessor da Associação Mineira de Defesa do Meio Ambiente (Amda), Francisco Mourão, que admitiu o "preciosismo" de alguns pontos da legislação ambiental e a necessidade de reduzir exigências burocráticas. Ele afirmou que muitas obras e ações de manutenção rodoviária são benéficas para o meio ambiente, uma vez que corrigem processos erosivos. Ele afirmou que a Amda, no entanto, irá sugerir acréscimos ao projeto, de forma a dar garantias especiais a áreas de proteção especial e de recarga hídrica, evitando que as melhorias rodoviárias gerem ocupação desordenada nessas áreas.

Mourão também disse que o projeto pode ser uma oportunidade para regulamentar a construção de corredores ecológicos, galerias para passagem de animais e arborização nas margens das rodovias, de forma a minimizar os efeitos da fragmentação das áreas de preservação. Arantes elogiou a postura "madura" da Amda e disse que a Assembleia está aberta a discutir melhorias no projeto.

Já o representante da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o diretor de Monitoramento e Fiscalização Ambiental João Paulo Sarmento, disse que é preciso tomar cuidado para que o projeto estadual não contrarie normas federais, como a que exige licenciamento para obras no entorno de até 10 quilômetros das unidades de conservação. Ele ressalvou que muitas obras aparentemente simples, como implantação de terceira faixa ou mesmo a limpeza de bueiros, podem ter impacto ambiental. "Pode ser o caso se o bueiro estiver erodido e for retirado o capim que o protege", afirmou Sarmento.

O diretor da Semad foi cobrado pelo deputado Gustavo Valadares (DEM), presidente da comissão, pelo fato de o órgão não ter respondido consulta feita pela Assembleia em outubro de 2009, sobre o PL 3.745/09. Valadares pediu agilidade. O engenheiro Leomar Fagundes Azevedo, representante do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG), disse que o órgão está pronto a se reunir com a Semad na semana que vem para discutir uma resposta comum à consulta da Assembleia.

Leomar Azevedo se uniu ao gestor de Meio Ambiente da empresa Nascentes das Gerais, Robson Fábio Lopez, no pedido de que se facilitem operações rotineiras nas rodovias, tais como limpeza e roçada da faixa de domínio. "Hoje, até poda de galho que cobre placa é difícil", afirmou Lopez. Ele acrescentou que, no caso da MG-050, há obras que aguardam há 14 meses um licenciamento do Ibama. Trata-se de trecho que margeia o Parque Nacional da Serra da Canastra, no em Capitólio (Centro-Oeste do Estado).

Presenças - Deputados Gustavo Valadares (DEM), presidente da comissão; Antônio Carlos Arantes (PSC) e Inácio Franco (PV). Também participou da reunião o gerente de Meio Ambiente da Diretoria de Projetos do DER-MG, Murilo Fonte Boa.

 

 

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