Comissão sobre a Arbitragem conclui relatório e apresenta projeto

Após quase dois meses de trabalho, a Comissão Especial sobre a Arbitragem da Assembleia Legislativa de Minas Gerais v...

24/03/2010 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão sobre a Arbitragem conclui relatório e apresenta projeto

Após quase dois meses de trabalho, a Comissão Especial sobre a Arbitragem da Assembleia Legislativa de Minas Gerais votou seu relatório final. O documento, lido na tarde desta quarta-feira (24/3/10), contém a minuta de projeto de lei disciplinando o uso pela administração pública desta forma de solução de conflitos que dispensa a intervenção do Poder Judiciário.

O relator, deputado Neider Moreira (PPS), ressaltou que teve a preocupação de elaborar um projeto de uma legislação que dê a celeridade necessária para o Estado realizar seus negócios, que não engesse o sistema de arbitragem em Minas e que não afronte a lei federal sobre a matéria (Lei 9.307, de 1996), elogiada, diga-se de passagem, por advogados participantes das reuniões realizadas pela Comissão Especial.

O presidente da comissão, deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), destacou o trabalho dos parlamentares e agradeceu a participação dos convidados. "Os depoimentos foram de grande valia para a elaboração do relatório final", disse. Segundo ele, "foi um aprendizado proporcionado por cabeças iluminadas do mundo jurídico brasileiro".

Agilidade - O relatório do deputado Neider Moreira traçou um histórico do uso da arbitragem no País e fez um resumo das atividades da comissão, que realizou sua primeira reunião em 24 de novembro do ano passado. O relator destacou a alta eficiência das câmaras de arbitragem atualmente em funcionamento no País e a rapidez do processo em comparação com o Judiciário.

De acordo com Neider, a arbitragem não fere o princípio da publicidade, não obstrui o livre acesso ao Judiciário e é um instrumento legítimo de solução de conflitos, reconhecido inclusive pelo Supremo Tribunal Federal. O documento considera que ser árbitro não é profissão, mas um status em determinado momento, e informa que é desnecessária a homologação da decisão arbitral pelo Judiciário.

O projeto será agora protocolado para que entre em tramitação. A matéria deve ser analisada por três comissões antes de ir a votação em Plenário: Constituição e Justiça (CCJ), Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) e Administração Pública. Neider Moreira lembrou que é provável que a proposição receba neste caminho emendas e aperfeiçoamento dos parlamentares.

Sugestões - Além de apresentar o projeto de lei, o parecer acena com sugestões para que o uso da arbitragem seja ampliado no Estado. Para tanto, propõe a realização de seminários sobre o tema, organizados pela ALMG; elaboração de cursos específicos pela Escola do Legislativo, a serem ministrados principalmente no interior; produção de cartilhas para serem distribuídas em prefeituras, câmaras municipais e universidades; e recomendação ao Poder Executivo para que adote o sistema com mais frequência em seus contratos.

Entenda o projeto proposto pela Comissão Especial:

* Enumera os requisitos necessários para que a pessoa exerça a função de árbitro, entre eles a nacionalidade brasileira, o conhecimento técnico compatível com a natureza do contrato e ser integrante da Câmara Arbitral inscrita no Cadastro Geral de Fornecedores de Serviços do Estado.

* Estabelece o uso nos contratos da chamada cláusula cheia, pela qual as partes decidem de antemão qual instituição arbitral poderá mediar eventual conflito. Se for cláusula vazia, as partes podem eventualmente recorrer ao Judiciário para decidir quem será o árbitro, o que pode causar grande perda de tempo.

* Determina que a arbitragem relativa aos contratos internacionais em que o Estado for parte atenda às normas e aos tratados internacionais com eficácia no ordenamento jurídico nacional.

* Adoção preferencial de Câmara Arbitral que tenha sede no Estado.

Presenças - Deputados Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), presidente; Ivair Nogueira (PMDB), vice; Neider Moreira (PPS) e Lafayette de Andrada (PSDB).

 

 

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