Agentes penitenciários não concordam com proposta do
governo
Não foi bem aceita por agentes penitenciários que
estiveram nesta quarta-feira (24/3/10) na Assembleia Legislativa de
Minas Gerais a proposta de reintegração dos demitidos durante a
greve de 2009, apresentada pelo deputado Lafayette de Andrada
(PSDB), em nome do Governo do Estado. A oferta é de que os 35
funcionários que ainda não voltaram ao trabalho se submetam a um
processo de qualificação e não mais para a mesma função, mas para
agente socioeducativo.
A proposta foi apresentada em reunião entre o
parlamentar tucano, o deputado Vanderlei Miranda (PMDB) e o
presidente da União Mineira dos Agentes de Segurança Penitenciária
(Unimasp), Ronan Rodrigues da Silva. A justificativa do governo é de
que esses funcionários já foram reprovados no processo a que se
submeteram para o cargo e não podem, por isso, ser admitidos na
mesma função.
Na opinião do deputado Vanderlei Miranda, a chance
só foi oferecida porque a própria Secretaria de Estado de Defesa
Social reconhece que o processo de afastamento dos funcionários foi
ilegal, pois não tiveram o direito de passar por processo
administrativo, que prevê ampla defesa aos acusados. Ronan Rodrigues
considerou que a nova proposta é um desrespeito à categoria. "Ontem
fechamos com a base (do governo) e a oposição que seríamos
readmitidos sem a requalificação. Hoje, a conversa é outra. Estão
nos tratando como moleques", reclamou.
Na terça-feira (23), o sindicalista se reuniu com
um grupo de deputados e o subsecretário de Estado de Administração
Prisional, Genilson Ribeiro Zeferino. A proposta apresentada pelos
parlamentares foi de que eles fossem imediatamente readmitidos e
depois encaminhados ao processo de qualificação. Lafayette de
Andrada, durante o encontro, se comprometeu a levar a sugestão ao
secretário de Estado de Governo, Danilo de Castro, e retornou com
uma posição do governo para a reunião desta quarta (24).
Diante do impasse, Ronan Rodrigues afirmou que
apresentará a proposta para os demais atingidos, mas não acredita na
aceitação. Vanderlei Miranda, que esteve à frente das negociações
desde a demissão dos agentes, confessou estar cansado e desgastado
com tantas idas e vindas. "Não vejo mais como prosseguir",
afirmou.
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