Policiais sob ameaça de despejo pedem apoio do Estado e da ALMG

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais ouviu, nesta sexta-feira (12/3/10), as queix...

12/03/2010 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Policiais sob ameaça de despejo pedem apoio do Estado e da ALMG

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais ouviu, nesta sexta-feira (12/3/10), as queixas e reivindicações de famílias de policiais que vivem em imóveis funcionais do Governo do Estado, por correrem risco de vida em suas antigas moradias. Após quatro anos nesta situação, vários servidores estão ameaçados de despejo pelo próprio Estado. O requerimento para que fossem ouvidos os policiais e seus familiares é de autoria do próprio presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT).

Logo no início da reunião, Durval Ângelo lamentou a ausência de representantes da Polícia Militar e disse que convocará essas autoridades sob a força da lei, posteriormente, já que o convite não foi suficiente. Ele também afirmou que os moradores dos imóveis funcionais estão sendo vítimas de insinuações de que estariam se aproveitando da situação. "Há policiais que dizem ser muito cômodo para essas famílias beneficiadas, que elas não desejariam se credenciar para outros programas habitacionais do governo porque hoje não pagariam nada para ocupar os imóveis do Estado", afirmou o deputado.

Familiares de policiais presentes na reunião repudiaram as acusações de oportunismo. Esposa de policial, Dorcas de Morais disse que a família tentou se credenciar para o Promorar Militar (Programa de Apoio Habitacional dos Militares do Estado), mas não conseguiu. "Para dar entrada na documentação, a gente teria que pagar R$ 7 mil em média", afirmou Dorcas. Esse valor incluiria a despesa com avaliação do imóvel, registro e ITBI. Vários policiais presentes também disseram que a demora na liberação de recursos do Promorar levou diversas empresas imobiliárias a recusarem financiamentos por meio do programa.

O Promorar foi criado no final de 2008, por meio da Lei 17.949, que instituiu o Fundo de Apoio Habitacional aos Militares do Estado de Minas Gerais (Fahmemg). É específico para os servidores militares. Já os policiais civis e agentes de segurança penitenciária são atendidos pelo Programa Lares Geraes-Segurança Pública (PLSP), de 2006. A pressão para que os servidores assumam esses financiamentos, no entanto, foi criticada tanto por Durval Ângelo quanto pelo presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares (Aspra), subtenente PM Luiz Gonzaga Ribeiro. "A PM não pode ser incentivadora do despejo", afirmou Ribeiro.

Durval Ângelo disse que a Comissão de Direitos Humanos, entre outros requerimentos, deverá solicitar ao Governo do Estado que prorrogue a cessão dos imóveis funcionais para as famílias que ainda permanecem em risco ou não têm alternativa de moradia. Essa prorrogação já aconteceu há dois anos e o deputado acredita que ela precisa continuar.

Deputado quer programa de proteção aos policiais

Luiz Gonzaga Ribeiro cobrou do Estado a criação de um programa específico para a proteção, auxílio e assistência aos agentes de segurança vítimas de ameaça de morte e risco de vida. Ele apresentou ao presidente da Comissão de Direitos Humanos uma sugestão de projeto de lei que institui este programa. O projeto prevê que o Estado alugue imóveis para atender as famílias ameaçadas, mas vai além, estipulando medidas como escolta, suspensão temporária de atividades funcionais, assistência social, médica e psicológica, apoio financeiro, entre outras.

Ainda que um programa desse tipo gere despesas para o Estado, sendo portanto de iniciativa privativa do Poder Executivo, o deputado Durval Ângelo declarou apoio à proposta e assumiu o compromisso de apresentá-la oficialmente à Assembleia, assumindo sua autoria. Ele também disse que pedirá ao Estado informações sobre as sindicâncias realizadas sobre as cerca de 300 famílias que vivem nos imóveis funcionais. Destas, cerca de 50 estariam sob ameaça de despejo, uma vez que as sindicâncias teriam apontado que elas não mais estariam em situação de risco.

Apesar de considerar inaceitável a tentativa de despejar famílias que ainda podem estar sob ameaça, Luiz Gonzaga Ribeiro incentivou os policiais a tentarem novamente se credenciar nos programas habitacionais. Ele chamou atenção para o fato de a Cohab ter deixado de exigir que os interessados tenham ficha limpa no SPC/Serasa. O gerente de Comercialização da Cohab-MG, Ronaldo Soares do Carmo, disse que o Lares Geraes e demais programas habitacionais estão em pleno funcionamento e atenderam muitas famílias nos últimos anos. Segundo Ribeiro, o Promorar já autorizou 2,5 mil contratos para os servidores militares.

Presença - Deputado Durval Ângelo (PT), presidente da comissão.

 

 

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