Plano Decenal de Educação está pronto para ser votado pelo Plenário

O Plano Decenal de Educação está pronto para ser votado pelo Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em 1...

10/03/2010 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Plano Decenal de Educação está pronto para ser votado pelo Plenário

O Plano Decenal de Educação está pronto para ser votado pelo Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em 1º turno. Nesta quarta-feira (10/3/10), a Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática aprovou o parecer sobre as 45 emendas apresentadas ao Plano durante sua discussão no Plenário, em dezembro de 2009. O relator e presidente da comissão, deputado Ruy Muniz (DEM), destacou que o parecer é resultado de uma construção coletiva, citando a colaboração de parlamentares e da sociedade civil organizada na sua elaboração. Ele disse esperar que o projeto tenha a tramitação concluída na ALMG ainda em março.

Na semana passada, a comissão promoveu um encontro informal e uma audiência com movimentos sociais que geraram alterações no relatório apresentado antes. Entre elas, a menção à vinculação de nutricionistas à administração pública; o acompanhamento social em escolas estaduais de ensino fundamental; o aumento do número de aulas de educação física para os ensinos fundamental e médio; e a ênfase na aquisição de produtos da agricultura familiar na alimentação escolar. A negociação foi feita com representantes das comissões de representação do Fórum Técnico Plano Decenal de Educação de Minas Gerais, do Seminário Legislativo Esporte: Infância e Adolescência e do Ciclo de Debates Alimentação Escolar.

O Plano Decenal de Educação, que traça objetivos e metas para a educação nos próximos dez anos, está detalhado no Projeto de Lei (PL) 2.215/08, do governador, e foi objeto de fórum técnico realizado no ano passado, inclusive com uma inédita consulta pública pela internet. O fórum foi solicitado pelo deputado Carlin Moura (PCdoB) e pela ex-deputada Elisa Costa (PT).

Piso nacional está contemplado

Os deputados Ruy Muniz e Carlin Moura destacaram a aplicação do piso nacional para os professores da educação básica como um dos aspectos positivos do relatório. Muniz lembrou que esta é uma reivindicação antiga dos trabalhadores, e Moura ressaltou que o piso definido no projeto é baseado no vencimento básico e não na remuneração (vencimento mais vantagens). "Quando falamos em remuneração, estamos, na verdade, falando em teto e não em piso", enfatizou.

Já o deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) avaliou que, se houve divergências na tramitação do PL 2.215/08, várias propostas dos movimentos sociais foram incorporadas. Eles terão também a oportunidade de acompanhar a implementação do Plano Decenal, tendo em vista que ele será avaliado de dois em dois anos pelo Executivo, em articulação com a ALMG, os municípios e a sociedade.

Os nomes de outros parlamentares que participaram do processo foram citados na reunião desta quarta (10): Deiró Marra (PR), vice-presidente, João Leite (PSDB), Padre João (PT) e deputada Gláucia Brandão (PPS), além da ex-deputada Maria Lúcia Mendonça.

Piso - O piso salarial está contemplado na subemenda nº 1 à emenda nº 46, apresentada pelo relator. A emenda original é do deputado Carlin Moura. A subemenda assegura, "a partir do primeiro ano de vigência do Plano, que o vencimento inicial das carreiras dos profissionais do magistério público da educação básica corresponda, no mínimo, ao valor determinado na Lei Federal 11.738, de 2008, para o piso salarial profissional nacional, a ser atualizado anualmente conforme o valor por aluno referente aos anos iniciais do ensino fundamental urbano, definido nacionalmente, nos termos da Lei 11.494, de 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb)".

Em 2010, o valor do piso nacional, determinado pela Advocacia-Geral da União, é de R$ 1.024,00, segundo informa a consultoria da Comissão de Educação. Esse valor foi determinado pela queda da arrecadação decorrente da crise econômica mundial.

Confira o resultado

Na audiência da última quarta-feira (3), a comissão explicou que, das 45 emendas, 13 foram modificadas, acatando as reivindicações dos movimentos sociais; quatro tiveram a rejeição mantida, tendo em vista óbices de natureza constitucional e legal; quatro tiveram parecer pela aprovação na forma proposta; três foram prejudicadas, pois estavam contempladas no substitutivo nº 1, apresentado pela comissão no 1º turno; seis subemendas do relator tiveram a concordância dos representantes sociais e outras 15 com parecer pela rejeição tiveram a argumentação também acatada.

Dessa forma, o relator opinou pela aprovação das emendas nºs 38, 41, 43 e 44, na forma proposta; das emendas nºs 5 a 8, 10, 12, 13, 16, 17, 25, 26, 29, 32, 34, 35, 39, 40, 42 e 46, na forma das subemendas nº 1, que apresentou; e pela rejeição das emendas nºs 4, 9, 11, 14, 15, 18 a 24, 28, 30, 31, 33, 36, 37 e 45. Com a aprovação da subemenda nº 1 à emenda nº 17, fica prejudicada a emenda nº 27; com a aprovação da subemenda nº 1 à emenda nº 46, ficam prejudicadas as emendas nºs 2 e 3.

As emendas foram formuladas pelos seguintes deputados: Padre João (nºs 2 a 4); André Quintão (nºs 5 a 13); Wander Borges, do PSB (nº 14); Carlin Moura (nºs 15 a 37, 45 e 46) e deputada Gláucia Brandão (nºs 38 a 44).

Parecer incorporou sugestões dos movimentos sociais

O relator apresentou as seguintes subemendas a emendas, acatando as reivindicações dos movimentos sociais nos encontros realizados na última semana:

* Subemenda à emenda nº 6: o novo texto dota o Estado de nutricionistas habilitados, com vínculo com a administração pública, para coordenar as ações dos programas de alimentação escolar.

* Subemenda à emenda nº 10: determina a implantação, em cinco anos, nas escolas estaduais de ensino fundamental prioritariamente situadas em áreas de maior vulnerabilidade social, de ações de acompanhamento social para atendimento de alunos e suas famílias pertencentes a comunidades que apresentem baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ou vulnerabilidade social intensa. Antes o parecer era pela rejeição.

* Subemenda nº 1 à emenda nº 12: determina que, do total de recursos que o Estado vier a suplementar dos repasses da União para a alimentação escolar, pelo menos 30% sejam destinados à aquisição regionalizada de produtos da agricultura familiar.

* Subemenda nº 1 à emenda nº 13: o novo texto assegura a participação de lideranças políticas das comunidades indígenas na definição de padrões de atendimento e dos projetos educativos e pedagógicos e na formação de critérios para a avaliação sistêmica da educação indígena. Anteriormente, a expressão utilizada pelo relator era "representantes das comunidades indígenas".

* Subemendas às emendas nºs 16, 25, 29, 32, 34 e 35: previsão de possibilidade de licença remunerada para pós-gradução de professor sem prejuízo à carreira (nº 16); inclusão de prioridade para a educação no campo em programas de transporte escolar (nº 25); inclusão de texto referente à consolidação das escolas do campo (nº 29); inclusão de texto para que se evite a transferência de alunos do campo para escolas de áreas urbanas (nº 32); retirada de expressão considerada restritiva da promoção da educação profissional no campo, determinando-se a implantação, "em dois anos, de educação profissional destinada aos alunos de escolas indígenas, quilombolas e do campo, considerada a vocação e os arranjos produtivos locais" (nº 34); e inclusão de texto com referência expressa à formação de educadores indígenas, do campo e quilombolas (nº 35). As emendas anteriormente haviam recebido parecer pela rejeição.

* Subemendas às emendas nºs 39 e 42: antes com parecer pela aprovação, as emendas originais receberam subemendas, a fim de alterar de duas para três o número de aulas semanais de educação física nos ensinos fundamental e médio. O texto das subemendas garantem que a educação física seja ministrada em todas as séries dos dois níveis de ensino na rede estadual por professores habilitados e com carga horária mínima de três aulas semanais.

* Subemenda nº 1 à emenda nº 40: originalmente, a emenda determinava que fossem universalizados, em três anos, os exames de acuidade visual e auditiva e a avaliação postural, funcional e cognitiva dos alunos das escolas públicas de ensino fundamental. Foi incluída no texto a avaliação nutricional.

Outras subemendas - Anteriormente, o deputado Ruy Muniz havia apresentado subemendas a algumas emendas. Elas preveem:

* implementação de programas de capacitação continuada de recursos humanos envolvidos na execução do programa de alimentação escolar (subemenda nº 1 à emenda nº 5).

* efetivação de programas de educação alimentar e nutricional nas escolas de educação básica, com o objetivo de estimular a formação de hábitos alimentares saudáveis (subemenda nº 1 à emenda nº 7).

* ampliação, em cinco anos, do alcance das ações de acompanhamento sociofamiliar para alunos das escolas de ensino médio, bem como de suas famílias, pertencentes a comunidades que apresentem baixo IDH ou vulnerabilidade social intensa, de forma a atender a todas as regiões do Estado (subemenda nº 1 à emenda nº 8).

* ampliação da oferta de vagas em curso normal de nível médio para formação de docentes para atuar na educação infantil (subemenda nº 1 à emenda nº 17).

* desenvolvimento de programas de formação inicial em nível superior e de capacitação continuada para os dirigentes de instituições de educação infantil (subemenda nº 1 à emenda nº 26).

Agricultura familiar - O deputado Ruy Muniz anunciou que a comissão deverá promover, em parceria com a Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial, uma série de cinco audiências públicas em regiões do Estado. O objetivo é esclarecer os agricultores familiares sobre direitos e benefícios garantidos em lei para o segmento, como financiamentos, subsídios e garantia de fornecimento de produtos para a alimentação escolar.

A comissão aprovou ainda proposições que dispensam a apreciação do Plenário.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Ruy Muniz (DEM), presidente; Carlin Moura (PCdoB) e Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), além da ex-deputada Maria Lúcia Mendonça.

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br

Rua Rodrigues Caldas,30 :: Bairro Santo Agostinho :: CEP 30190 921 :: Belo Horizonte :: MG :: Brasil :: Telefone (31) 2108 7715