Expresso Cidadania encerra atividades em
Barbacena
Após dois dias de atividades em Barbacena, nesta
sexta-feira (5/3/10) e na quinta (4), o Expresso Cidadania, projeto
da Assembleia Legislativa de Minas Gerais que estimula a
participação política e o voto consciente, conseguiu cumprir seu
objetivo na cidade. Obtiveram seus títulos de eleitores 238 jovens,
que foram atendidos no estande do Tribunal Regional Eleitoral
(TRE-MG), parceiro da ALMG no projeto juntamente com a Secretaria de
Estado de Educação. Estiveram presentes cerca de 800 estudantes de
seis escolas do município: Colégio Tiradentes e Escola Estadual
Embaixador José Bonifácio, na manhã de quinta (4); escolas estaduais
Professor Soares Ferreira e Senhora das Dores, à noite; e Gabriela
Ribeiro Andrada e Henrique Diniz, na manhã desta sexta (5).
Além do resultado quantitativo, qualitativamente
também o objetivo foi alcançado, tanto nas oficinas quanto na grande
novidade deste ano do Expresso - o painel Caleidoscópio. Nesse
local, os alunos votaram entre dois "planos de governo" propostos,
contendo cada um três prioridades de ação municipal sobre o meio
ambiente. Ao final das votações, os dois planos - Alfa e Bela -
ficaram rigorosamente empatados. O Plano Alfa traz as seguintes
metas: atendimento de 98% da população urbana pelo sistema de
saneamento básico, implantação de programas de conservação do solo e
de proteção dos mananciais e implementação da coleta seletiva em
todos os bairros. Já o Plano Beta tem estas metas: recuperação de
áreas degradadas críticas, instalação de aterro sanitário municipal
e incentivo à educação ambiental nas escolas públicas.
É importante lembrar que a votação foi precedida de
um trabalho de conscientização. No Caleidoscópio, os estudantes,
após tirarem seus títulos, foram estimulados a refletir sobre a
temática ambiental, tendo à disposição três painéis multimídia
interativos, três painéis fixos e as urnas eletrônicas. Eles viram
vídeos, textos e imagens com informações sobre acidentes ambientais
e suas causas, como a destinação errada de resíduos sólidos,
ocupação desordenada do solo e mau uso dos recursos hídricos.
Depois, em grupos, os participantes trocaram opiniões sobre o
assunto, sob a orientação de um mediador para, só então, votar.
Oficinas trabalham imagem, som, palavra e
corpo
Após as palestras, os alunos são encaminhados para
fazerem seus títulos e depois para a área de oficinas, onde podem
optar entre uma das quatro - Palavra, Imagem, Corpo e Som. Em todas
elas, o eixo central das discussões e das atividades práticas é a
participação política, o direito à cidadania. Na oficina da Palavra,
os responsáveis Carla, Antônio Carlos e Meire primeiramente
conversam com os alunos para observar o que cada um captou da
apresentação teatral e das falas dos palestrantes. São então
mostrados textos com conteúdos políticos, na forma de charges,
notícias da internet, artigos de jornal. Ao final, cada jovem produz
uma síntese no formato de texto sobre o que lhe foi apresentado.
Sob a responsabilidade de Alex, Warley, Tomaz e
Reinaldo, a oficina da Imagem permite aos adolescentes usarem
recursos de vídeo e fotografia para produzir conteúdo enfocando a
importância do envolvimento nas questões políticas. Na avaliação de
Alex, as temáticas mais abordadas se equilibraram entre corrupção,
de um lado, e questões relacionadas à conscientização política, de
outro. Duas câmeras são disponibilizadas para os grupos, que têm um
tempo para elaborar um roteiro, redigir um texto e gravar um vídeo.
O material produzido é disponibilizado no site Youtube. Para
acessar, basta ir ao site da Assembleia: www.almg.gov.br/expresso.
Raquel e Frederico foram os responsáveis pela
oficina Corpo. A primeira explica que a proposta consiste na busca
de conscientização do uso do corpo como instrumento que produz um
discurso político. Baseada na metodologia do Teatro do Oprimido (de
Augusto Boal), a oficina atua com a premissa da autonomia de opinião
e de pensamento para cada indivíduo. A atividade começa com
apresentações que fazem uso da expressão corporal. Para conseguir
que as pessoas se liberem, vencendo a inibição, são realizados
"jogos" utilizando o teatro mamulengo, por exemplo. Depois é
simulada uma situação de opressão que tenha sido vivida por alguém
do grupo. Como resultado, os estudantes montam um esquete teatral
com base nessa vivência.
A oficina Som, coordenada por Cristiano e Pablo,
trabalha com os alunos possibilidades sonoras de criação. A ideia é
propor a criação de jingles enfocando três temas: o porquê do voto,
a participação política e o Expresso Cidadania. Os spots podem ser
paródias de músicas já conhecidas ou criações dos grupos. Os alunos
têm à disposição instrumentos musicais - violão, pandeirola e bongô
- para fazerem suas produções. Ao final, grava-se e é usado um
software de edição de áudio para a montagem. Depois, o arquivo é
postado na rede social MySpace e também fica disponível do site da
ALMG.
Equipe vai a escola colher opiniões sobre
projeto
Uma equipe da Escola do Legislativo visitou uma das
escolas que participaram do Expresso na quinta-feira, a Professor
Soares Ferreira. Com o objetivo de obter um feedback das
atividades do projeto, foi realizada reunião no local. A diretora da
escola, Irene Patrús, avaliou que o Expresso trouxe entusiasmo para
os jovens. Endossando essa fala, alunos presentes disseram que o
projeto contribui para a descoberta de que o jovem tem poder. Todos
elogiaram as oficinas e a possibilidade de tirarem seus títulos.
Constataram ainda que todo o trabalho foi fundamental para mudarem a
visão estereotipada e negativa que tinham da política.
Por outro lado, alguns estudantes criticaram a
duração das palestras, consideradas muito longas, e acharam curto o
tempo para as oficinas. Também sugeriram a realização do projeto
somente durante o dia, uma vez que à noite, muitos alunos têm hora
marcada para pegar ônibus para casa.
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