Presidente da ALMG participa de homenagem a Tancredo
Neves
A capacidade de articulação política, a
personalidade e a história de Tancredo Neves ganharam uma nova
tradução, mais atraente para as novas gerações, com a reinauguração
de um casarão dedicado à memória do ex-presidente, nesta
quinta-feira (4/3/10), em São João del-Rei (Região Central do
Estado). O Memorial Tancredo Neves foi reaberto pelo governador
Aécio Neves e o presidente do Congresso, senador José Sarney
(PMDB-MA), acompanhados pelo presidente da Assembleia Legislativa de
Minas Gerais, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), e pelo deputado
federal Ciro Gomes (PSB-CE), entre outras autoridades.
A reinauguração do memorial aconteceu no início da
noite, logo após uma cerimônia religiosa no túmulo de Tancredo, no
cemitério da Igreja São Francisco de Assis, presidida pelo bispo de
São João del-Rei, Waldermar Chaves de Araújo. Aécio acompanhou a
cerimônia entre a mãe, Inês Maria Neves Faria, e o senador José
Sarney. Também estavam presentes o ex-ministro Francisco Dornelles,
o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e o vice-governador Antonio
Anastasia, entre outros.
Ao chegar de Belo Horizonte, onde já haviam
acontecido outras homenagens ao centenário do nascimento de seu avô,
Aécio Neves disse que nada era mais adequado que encerrar esse dia
em São João del-Rei, lembrando alguém com uma trajetória tão ligada
aos valores de sua terra. "O objetivo de 50 anos de vida pública foi
alcançado: o Brasil vive hoje uma democracia plena", discursou após
a cerimônia religiosa, parabenizando o ex-presidente José
Sarney.
O deputado Alberto Pinto Coelho ressaltou a ligação
de Tancredo com o Poder Legislativo, onde começou sua trajetória
política. "Foi um estadista forjado no Parlamento, teve a
oportunidade de ser vereador, deputado estadual, deputado federal,
senador, governador de Minas e presidente da República. Teve uma
visão sempre na vanguarda, comprometida com o interesse coletivo,
uma contribuição renovada no seu neto", declarou.
A homenagem religiosa a Tancredo foi anunciada por
um repique de sinos, seguida pela aposição de coroas de flores no
túmulo do ex-presidente, inclusive uma na forma da bandeira de
Minas. Ao final da homenagem, Fafá de Belém cantou o Hino Nacional,
repetindo algo que fez muitas vezes durante a campanha pelas
diretas, liderada por Tancredo Neves e Ulisses Guimarães.
Memorial - A capacidade de
articulação política de Tancredo, que tinha um bom trânsito entre
políticos de todas as tendências, é a marca da nova exposição em sua
homenagem. Móveis e ambientes em curvas suaves reproduzem a
sinuosidade dos caminhos abertos pelo ex-presidente até a
democracia. "Tancredo foi capaz de fazer uma ponte entre uma
ditadura sangrenta e a democracia, sem sangue e sem dor", afirmou o
curador da exposição, Marcello Dantas, diretor artístico do Museu da
Língua Portuguesa, em São Paulo.
O desafio dos organizadores foi mostrar a
trajetória de Tancredo de uma forma que atraia a população de hoje,
especialmente os jovens. "O memorial não pode ser uma casa de
nostalgia. É um local para manter viva a chama da memória. Para
isso, é fundamental falar a linguagem das pessoas de hoje", afirmou
Dantas. Em uma exposição organizada em oito salas, a vida de
Tancredo é revelada em efeitos como o de uma piscina que reflete as
palavras do ex-presidente projetadas na parede. Palavras como
"deixar as ondas se chocarem e analisar a espuma" traduzem o estilo
político de antever o futuro enquanto concilia os extremos e
constrói o presente.
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