Direitos Humanos visita moradores ameaçados de expulsão

Novos pedidos de reintegração de posse ameaçam as 160 famílias que moram nas chamadas "torres gêmeas" do bairro Santa...

24/02/2010 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Direitos Humanos visita moradores ameaçados de expulsão

Novos pedidos de reintegração de posse ameaçam as 160 famílias que moram nas chamadas "torres gêmeas" do bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte. Novas mobilizações foram feitas através da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, para evitar que essas famílias sejam retiradas e possam permanecer nos imóveis.

O deputado Durval Angelo (PT), presidente da comissão, esteve no local na tarde desta quarta-feira (24/2/10) e convidou a todos para comparecerem a uma audiência na Assembleia Legislativa, a partir das 9 horas da próxima sexta-feira (26), na qual são aguardados autoridades da Prefeitura e o síndico da massa falida das construtoras Jet Engenharia e Incorporações Ltda e ICC, à qual pertence o imóvel. O deputado lembrou que há muitos anos sua comissão atua em favor dos moradores, mas que a situação não apresenta melhoras. "O Poder Público continua não investindo, a questão continua se arrastando na Justiça e vocês não podem relaxar na luta. Se cochilar, o cachimbo cai", disse o parlamentar.

Há cerca de 15 anos, quando ocorreu a falência das construtoras, inúmeras famílias de desabrigados invadiram pacificamente os dois prédios inacabados de 16 pavimentos cada na Rua Clorita, no bairro Santa Tereza, denominados Residencial San Martin, mas apelidados de torres gêmeas. Desde então vivem sem rede de esgotos, sem elevadores, com um emaranhado de ligações elétricas clandestinas saindo dos postes. As escadas são precárias e sem iluminação. O esgoto escorre pelo terreno no local onde seriam as garagens. A grande vantagem ali é a localização e a proximidade da estação Santa Tereza do metrô.

Cada apartamento pronto custaria R$ 35 mil

Com ajuda do Serviço de Assistência Judiciária da PUCMinas, através do professor Fábio Alves dos Santos, os moradores resistiram a várias investidas para desalojá-los. Engenheiros e arquitetos da PUC doaram projetos para a conclusão das obras. A proposta do advogado Fábio Santos é a obtenção de um empréstimo do Ministério das Cidades para o pagamento de R$ 1,7 milhão à massa falida e para a conclusão das unidades. Ele calcula que cada apartamento pronto custaria R$ 35 mil, uma quantia bem inferior aos R$ 50 mil que a Prefeitura tem que gastar para construir uma unidade habitacional para moradores carentes na Capital.

O vereador Paulo Lamac, líder do prefeito Márcio Lacerda na Câmara de Belo Horizonte, colocou-se a favor da reivindicação dos moradores e explicou que foi feita vistoria recentemente nos prédios pela Sudecap, ordenada pelo prefeito, para apurar denúncias de que os prédios estariam instáveis. Comprometeu-se a participar da audiência da próxima sexta-feira.

Padre Elias, da paróquia de Santa Tereza, representantes da Pastoral de Rua e diversos moradores dos prédios foram ao microfone para falar da precariedade, da apreensão e da angústia que vivem diariamente. Durval Ângelo apontou o Cabo Cadeado, um militar reformado com o qual ele e o prof. Fábio já se haviam confrontado em outras tentativas de expulsão dos moradores. "Hoje o cabo Cadeado é um convertido à causa de vocês. Está aqui para ajudar", disse ele. O deputado e o advogado visitaram algumas unidades habitacionais. Numa delas, a piauiense Marinalva Barros, mora há dois anos com o marido pedreiro, uma filha, e outro casal, com dois filhos. Ela contou que veio de Teresina em busca de melhores oportunidades de trabalho para o marido e comprou aquela posse por R$ 1,6 mil.

Presenças: Deputado Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão.

 

 

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