Comissão de Educação vai promover debate sobre Plano Decenal

A Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática promoverá um debate, na próxima semana, sobre o Plano Decen...

24/02/2010 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão de Educação vai promover debate sobre Plano Decenal

A Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática promoverá um debate, na próxima semana, sobre o Plano Decenal de Educação, que tramita na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A audiência pública acontecerá na quarta-feira (3), às 10h30, no Plenarinho II, e terá como convidados representantes das comissões de representação do Fórum Técnico Plano Decenal de Educação de Minas Gerais, do Seminário Legislativo Esporte: Infância e Adolescência e do Ciclo de Debates Alimentação Escolar. O objetivo é debater o conteúdo do parecer sobre 45 emendas apresentadas ao Plano, na sua discussão em 1º turno, em Plenário. Nesta quarta (24/2/10), o presidente da comissão, deputado Ruy Muniz (DEM), determinou a distribuição de cópias (avulsos) do seu parecer, a fim de embasar as discussões.

A audiência pública foi decidida depois de entendimentos entre os deputados Ruy Muniz, Deiró Marra (PR), vice-presidente, Carlin Moura (PCdoB), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e a deputada Gláucia Brandão (PPS), integrantes da comissão; e André Quintão (PT) e João Leite (PSDB), que estiveram à frente dos eventos sobre alimentação escolar e esportes, respectivamente. O deputado Carlin Moura, um dos autores do requerimento do fórum sobre o Plano Decenal, foi um dos que elogiaram a decisão do presidente de discutir o parecer sobre o Projeto de Lei (PL) 2.215/08, que traça objetivos e metas para a educação nos próximos dez anos. "Um plano dessa magnitude só pode ser construído com abertura e diálogo permanente", enfatizou Moura. O presidente determinou a realização de reunião na própria quarta (3), às 16 horas, para votar o parecer.

Por sugestão da deputada Gláucia Brandão, na próxima segunda (1º) acontecerá uma reunião informal com dois representantes das comissões de representação dos três eventos, a fim de buscar o consenso e possibilitar o avanço dos debates, na quarta (3). "A Assembleia tem o importante papel de ouvir os representantes populares também na análise do parecer", pontuou João Leite. Eleita pelos próprios participantes ao término dos eventos institucionais, a comissão de representação acompanha os seus desdobramentos e contribui para pressionar os órgãos competentes pela implementação das propostas aprovadas.

Saiba mais sobre a tramitação

Para subsidiar a tramitação do PL 2.215/08, a Assembleia promoveu um fórum técnico no ano passado, em parceria com diversos órgãos e entidades, inclusive com a realização de uma inédita consulta pública pela internet. Depois disso, a Comissão de Educação apresentou o substitutivo nº 1 ao projeto original do Executivo, que procurou levar em conta as 251 propostas do fórum. Diversos prazos e metas previstos pelo governo para atender a demandas da educação foram revistos. Mas participantes do fórum técnico fizeram críticas a propostas não incorporadas.

Agora o projeto está na Comissão de Educação para análise das emendas nºs 2 a 46, apresentadas em Plenário no encerramento da discussão do projeto em 1º turno, em dezembro de 2009. As emendas foram formuladas pelos seguintes deputados: Padre João (nºs 2 a 4); André Quintão (nºs 5 a 13); Wander Borges (PSB) (nº 14); Carlin Moura (nºs 15 a 37, 45 e 46) e deputada Gláucia Brandão (nºs 38 a 44).

O parecer do deputado Ruy Muniz opina pela aprovação das emendas nºs 38 a 44, na forma proposta; e das emendas nºs 5 a 8, 13, 26 e 46, na forma de subemendas; e pela rejeição das emendas nºs 9 a 12; 14 a 16; 18 a 25; 28 a 37 e 45. Com a aprovação da emenda nº 17, na forma da subemenda nº 1, fica prejudicada a nº 27; e, com a aprovação da nº 46, na forma da subemenda nº 1, ficam prejudicadas as nºs 2 e 3. Ao comentar seu parecer, o deputado ponderou que um governo responsável planeja o que faz e não assume compromissos financeiros que não pode cumprir, referindo-se às questões salariais do magistério.

Piso salarial é tratado no parecer

Uma das determinações do parecer diz respeito ao piso salarial e está contida na subemenda nº 1 à emenda nº 46, apresentada pelo relator. Ela foi formulada para "assegurar, a partir do primeiro ano de vigência do Plano, que o vencimento inicial das carreiras dos profissionais do magistério público da educação básica corresponda, no mínimo, ao valor determinado na Lei Federal 11.738, de 2008, para o Piso Salarial Profissional Nacional, a ser atualizado anualmente conforme o valor por aluno referente aos anos iniciais do ensino fundamental urbano, definido nacionalmente, nos termos da Lei 11.494, de 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb)".

Ruy Muniz enfatiza que manteve a referência à Lei Federal 11.738 como paradigma para a implementação do piso salarial em Minas, por considerar essa lei um marco para consolidar a valorização dos profissionais de educação básica. Ele explica que as emendas nºs 2, 3 e 46 acrescentam itens para a implementação do piso salarial nacional para os profissionais do magistério público da educação básica. Mas pondera que o substitutivo nº 1 já tratou dessa matéria, só que o fez com base na atual interpretação do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento de ação cautelar na ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra a Lei 11.738: de que a referência para o pagamento do piso, até o julgamento final da ação, é a remuneração (vencimento mais vantagens).

Ainda segundo o relator, ao reexaminar a matéria e "considerando os legítimos anseios dos profissionais de educação", entendeu ser preciso reorientar o tratamento dado à questão do piso salarial, excluindo a menção à remuneração. "Tal exclusão não ofende a determinação do STF, que apenas faculta aos Estados e municípios a interpretação de que o piso pode ser entendido como remuneração, se assim se considerar mais conveniente", destaca o parecer.

Ensino Normal e certificação - A emenda nº 17, também do deputado Carlin Moura, foi acatada na forma de uma subemenda, a fim de ampliar a oferta de vagas em Curso Normal de nível médio para formação de docentes para atuar na educação infantil. Já a emenda nº 18 teve parecer pela rejeição. Essa emenda buscava suprimir item que determina o desenvolvimento e a implementação, em dois anos, de sistemas de certificação ocupacional de educadores e demais profissionais da educação.

No parecer, o relator informa que emendas apresentadas pelo deputado Carlin Moura já estariam contempladas em trechos do substitutivo nº 1 ou não teriam sido acatadas, durante análise do projeto pela comissão, em 1º turno.

Alimentação escolar e índios - As emendas nºs 5 a 8 e 13, do deputado André Quintão, que tratam de alimentação escolar, acompanhamento social e política educação indígena, tiveram parecer pela aprovação, na forma de subemendas. A subemenda nº 1 à emenda nº 6, por exemplo, acrescenta dispositivo que o Estado poderá estabelecer convênios e parcerias com órgãos e entidades governamentais e não governamentais, em especial com instituições de ensino superior, para elaborar programas e ações de apoio técnico e operacional, por nutricionistas, para controle, avaliação e monitoramento da qualidade da alimentação escolar.

A subemenda nº 1 à emenda nº 8 amplia, em cinco anos, o alcance das ações de acompanhamento sociofamiliar para alunos de ensino médio e suas famílias, pertencentes a comunidades que apresentem baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ou vulnerabilidade social intensa, de forma a atender a todas as regiões do Estado. Na avaliação de Ruy Muniz, as ações de acompanhamento social devem convergir para o atendimento do ensino médio, o que é atestado pela existência de programas em andamento e por fontes de financiamento asseguradas.

A subemenda nº 1 à emenda nº 13 assegura a participação de representantes das comunidades indígenas na definição dos padrões de atendimento e dos projetos educativos e pedagógicos e na formação de critérios para a avaliação sistêmica da educação indígena.

Educação física - Todas as emendas apresentadas pela deputada Gláucia Brandão foram acatadas na íntegra. Entre elas, as nºs 39, que garante que a educação física seja ministrada em todas as séries ou anos dos ciclos do ensino fundamental na rede estadual, por professores habilitados e com carga horária mínima de duas aulas semanais; 41, que determina a ampliação progressiva do número de escolas públicas que desenvolvam projetos esportivos e socioeducativos em horários extraturno e nos finais de semana; e 42, que garante que a educação física seja ministrada em todas as séries do ensino médio da rede estadual por professores habilitados e com carga horária mínima de duas aulas semanais.

As emendas do deputado Padre João foram consideradas prejudicadas, e a do deputado Wander Borges teve parecer pela rejeição.

Requerimentos aprovados

* Dos deputados Délio Malheiros (PV), Ruy Muniz e Carlin Moura: de audiência pública com a Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte, para debater as perspectivas de funcionamento da Universidade Vale do Rio Verde (Unincor) e a situação dos alunos, tendo em vista as crises acadêmica e financeira da instituição. A audiência será na próxima terça (2).

* Do deputado Paulo Guedes (PT): de audiência para receber a professora Edinéia Mendes Batista, ex-diretora da Escola Estadual Presidente Olegário Maciel, localizada em Manga. Ela apresentará denúncia de perseguição política que teria provocado sua exoneração sem justa causa.

* Do deputado Ruy Muniz: de reunião com convidados para debater o Programa de Educação Profissional (PEP), da Secretaria de Estado da Educação.

* Do deputado Carlin Moura: de audiência pública para receber a direção da Escola Estadual Professora Maria de Magalhães Pinto, localizada em Igarapé, cuja construção, de inspiração neoclássica, é patrimônio histórico e cultural do município. Na reunião, será lançada nova edição da revista Magalhães.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Ruy Muniz (DEM), presidente; Deiró Marra (PR), vice-presidente; Carlin Moura (PCdoB), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), André Quintão (PT), João Leite (PSDB) e deputada Gláucia Brandão (PPS).

 

 

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