Relatório de Sustentabilidade 2008 é apresentado a comissão

O Relatório de Sustentabilidade 2008, documento preparado pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais (Sis...

23/02/2010 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Relatório de Sustentabilidade 2008 é apresentado a comissão

O Relatório de Sustentabilidade 2008, documento preparado pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais (Sisema), contendo um diagnóstico da gestão ambiental no Estado, foi apresentado nesta terça-feira (23/2/10) aos deputados da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A reunião foi pedida pelo deputado Almir Paraca (PT). O Sisema reúne todos os órgãos ambientais do Estado.

Trata-se do primeiro relatório de sustentabilidade elaborado por um órgão público no Brasil, conforme relatou o subsecretário de Inovação e Logística da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Thiago Alexsander Costa Grego. Ele destacou que o documento traz 79 indicadores, sendo nove econômicos, 30 ambientais e 40 sociais.

O relatório mostra, por exemplo, que houve queda de 29,3% no desmatamento no Estado no período 2006/07, na comparação com o biênio anterior. Em 2008, o Estado criou 14 Unidades de Conservação, somando 84 mil hectares de cobertura vegetal preservada. Além disso, destaca que o governo estadual investiu R$ 78 milhões no Fhidro, fundo estadual que visa a apoiar projetos de melhoria da qualidade e quantidade de água, e mais R$ 7,8 milhões na gestão de resíduos sólidos. Uma versão eletrônica do relatório está disponível no site da Semad.

Ao apresentar o relatório, Thiago Grego fez questão de ressaltar o objetivo de transparência e busca de uma gestão participativa do meio ambiente no Estado. Segundo ele, o documento mostra os avanços conquistados, mas também os pontos em que é preciso melhorar, "e a partir disso assumirmos compromissos públicos com metas definidas". Para o relatório de 2009, cuja coleta e processamento das informações começam em março deste ano, ele espera maior participação da sociedade no sentido de se alcançar os aperfeiçoamentos necessários, que serão obtidos a partir das críticas e sugestões apresentadas pelos interessados no assunto.

Ambientalista questiona tom otimista do documento

Algumas dessas críticas foram feitas na própria reunião. A superintendente executiva da Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda), Maria Dalce Ricas, inicialmente reconheceu o pioneirismo da iniciativa do governo, mas apontou que os resultados negativos foram citados de forma muito superficial ou nem mesmo mencionados.

Como aspectos positivos, ela destacou os avanços obtidos na coleta de lixo doméstico, no zoneamento econômico e ecológico e no controle das barragens. Mas questionou, entre outros pontos, o que chamou de "otimismo excessivo" nos dados sobre a criação das 14 Unidades de Conservação. "Criar uma Unidade de Conservação por decreto não significa que a área esteja efetivamente protegida", explicou, alertando que boa parte dessas unidades encontra-se nas mãos de terceiros.

O tom otimista do documento também foi mencionado pelo deputado Sávio Souza Cruz (PMDB). "É compreensível que um certo triunfalismo aconteça em um relatório produzido pelo próprio órgão", disse o parlamentar. Ao mostrar-se preocupado com o "desgaste do instituto do licenciamento ambiental", ele questionou quantos pedidos de licenciamento foram negados nos últimos anos. "A lógica da celeridade consolida a ideia de que o licenciamento é apenas uma etapa da implantação do empreendimento", criticou, referindo-se ao crescimento de 78% no número de autorizações ambientais concedidas em 2008 na comparação com 2007.

"A ideia do licenciamento ambiental como uma instância de decisão é algo que deve ser perseguido", afirmou Sávio Souza Cruz. Maria Dalce completou afirmando que "o governo carece de criticidade quando se trata de licenciamento para obras públicas". O deputado disse ainda esperar que o próximo Relatório de Sustentabilidade seja fundado em resultados concretos no que diz respeito à qualidade do ar, da água e da cobertura vegetal no Estado.

Elogios - Para o coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas, professor Mário Dantas, o Estado tem dado um exemplo no setor ambiental, principalmente no que diz respeito à gestão das águas. Ele defendeu a continuidade do trabalho ao longo dos próximos governos e elogiou a aglutinação de todos os órgãos ambientais do Estado no mesmo espaço físico, apesar de ter dúvida se o trabalho está sendo feito de forma conjunta.

Ao final da reunião, o presidente da comissão, deputado Fábio Avelar (PSC), elogiou a iniciativa da Semad de confeccionar o documento e destacou a coragem do órgão em apresentá-lo, expondo-se assim às críticas. "É obrigação da sociedade cobrar outros relatórios anuais, com os aperfeiçoamentos apontados", disse ele. Avelar informou ainda que durante a elaboração do próximo relatório deverá haver uma audiência pública da comissão para debatê-lo e sugerir aperfeiçoamentos.

Presenças - Deputados Fábio Avelar (PSC), presidente; Sávio Souza Cruz (PMDB), Gil Pereira (PP), Luiz Humberto Carneiro (PSDB) e Carlos Gomes (PT).

 

 

 

 

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