Presos de Fabriciano confirmam denúncias de
tortura
Em visita ao presídio de Coronel Fabriciano (Vale
do Aço) na manhã desta segunda-feira (22/2/10), a Comissão de
Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais confirmou
as denúncias de torturas e maus-tratos na unidade. Os detentos
reafirmaram as agressões, inclusive mostrando marcas pelo corpo, mas
disseram que elas se referem à gestão passada. Tanto o presidente da
comissão, deputado Durval Ângelo (PT), quanto a ouvidora do sistema
prisional, Marlene Alves de Almeida, garantiram apuração e
acompanhamento do caso. Agora, uma audiência na Câmara Municipal dá
prosseguimento ao trabalho.
O atual diretor do presídio, Edmar Soares de Sousa,
que acompanhou a visita, informou que os agentes penitenciários
acusados já foram ouvidos pela Corregedoria, mas nenhum deles foi
ainda afastado - fato que recebeu críticas dos detentos. Sousa
assumiu a direção da unidade há cerca de 15 dias, depois de o
ex-diretor Ulisses Leonardo Barbosa Melo ser afastado do cargo por
causa das denúncias de espancamento de presos.
A visita da Comissão de Direitos Humanos à cidade
ocorre um dia depois de tentativa de fuga no presídio, em uma cela
com 15 detentos. A vigilância interveio e, para conter o tumulto da
noite de domingo (21), foram usados tiros de borracha. O presídio de
Coronel Fabriciano tem capacidade para 194 presos, mas abriga hoje
313.
Convidados - Foram
convidados para participar da audiência os vereadores de Coronel
Fabriciano Marcos da Luz Evangelista Lima Martins, Luciano Lugão da
Silva e Wailson Lima Madeira; a corregedora Luciana Nobre Moura e a
ouvidora Marlene Alves de Almeida, ambas do Sistema Prisional do
Estado, além do promotor de Justiça da cidade, Ary Pedrosa
Bittencourt.
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