Especialistas falam da crise da representação durante evento da ALMG

No segundo dia de painéis direcionados aos deputados e servidores como parte das ações de Planejamento Estratégico da...

11/02/2010 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Especialistas falam da crise da representação durante evento da ALMG

No segundo dia de painéis direcionados aos deputados e servidores como parte das ações de Planejamento Estratégico da Assembleia Legislativa de Minas Gerais para os próximos dez anos, mestres e doutores em Ciência Política e Filosofia falaram sobre o tema "Dilemas da representação e o papel dos parlamentos nas democracias contemporâneas". O mestre e professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), Paulo Roberto da Costa Kramer, considerou a representação no País como equivocada, uma vez que abre espaço para grupos sociais para fins ilícitos como os ligados ao tráfico de drogas e milícias. Em uma análise histórica da democracia e do liberalismo no Brasil e no mundo, o especialista afirmou que as democracias não liberais tem se alastrado e que a democracia de audiência, pautada pela influência da mídia, pode estar se tornando uma tendência.

Crise na representação - Para o professor e mestre em Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP), Cícero Romão Resende de Araújo, há uma crise da representação política em curso no mundo, que tem sido uma oportunidade de revisão do conceito de representatividade. Sobre o parlamento, ele afirma que o órgão, que sobrevive a séculos de mudanças políticas, tem a dupla função de representar e governar, o que gera uma tensão entre a representação das partes e do todo. "A crise reflete o questionamento do partido, como forma de representatividade. Hoje, a comunidade acadêmica inicia uma discussão sobre a desvinculação da democracia à existência dos partidos políticos, e o parlamento deve estar atento a esse debate", finalizou.

A discussão dos dilemas da representação a partir da face da participação política cívica, ou não eleitoral, foi feita pela professora do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais, Cláudia Feres Faria, mestre em Ciência Política e doutora em Sociologia e Política. Para ela, problemas como a menor credibilidade dos partidos, os escândalos políticos e a opacidade dos mandatos sustentariam a chamada crise da representatividade. Para alguns autores, porém, não seria uma crise, mas uma "metamorfose" ou requalificação da representação.

Ela acentuou a complexidade de formas do eleitorado contemporâneo, não mais pensado apenas por sua residência, mas também por gênero, raça, etc. Com isso, para ela, grupos antes excluídos tornam-se presentes, requalificando o conceito de participação. Entre as inovações da ALMG, a professora citou as Audiências Públicas e as discussões regionais sobre o PPAG.

 

 

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