Comissão visita família de Ana Carolina, morta por suposto
maníaco
Deputados da Comissão de Segurança Pública da
Assembleia Legislativa de Minas Gerais estiveram em Contagem, na
manhã desta quinta-feira (11/2/10), na residência de dona Euzana,
mãe de Ana Carolina Menezes Assunção, uma das vítimas do suposto
maníaco sexual que seria o autor de pelo menos quatro homicídios de
mulheres na Grande BH. Além de dona Euzana, os parlamentares foram
recebidos também pelo viúvo de Ana Carolina, William Chaves, que
relembrou aos parlamentares os últimos momentos em que conversou com
a esposa pelo celular, antes de sua morte, e seu desespero em busca
de auxílio da Polícia. Os dois foram convidados para participar da
audiência pública que a comissão realiza sobre o assunto no próximo
dia 23, às 10 horas.
"Além de prestar a solidariedade da Assembleia aos
familiares diante de um crime tão cruel, também colhemos informações
importantes para subsidiar a audiência pública", afirmou o
presidente da comissão, deputado João Leite (PSDB) . Segundo ele,
também serão feitos contatos com familiares das outras vítimas com
os mesmos objetivos antes da audiência do dia 23.
Para João Leite, as informações repassadas pelo
marido de Ana Carolina após falar com ela pelo celular, e relatados
à comissão, reforçam que William não teria conseguido atendimento
imediato ao acionar o 190 quando suspeitou, durante o telefonema,
que a esposa estaria sendo vítima de um sequestro relâmpago em abril
do ano passado.
Segundo o presidente da comissão, mortes como a de
Ana Carolina poderiam ter sido evitadas se, na época, já estivesse
em vigor a Lei 18.721, sancionada este ano, que obriga as operadoras
de telefonia celular a fornecer informações sobre a localização de
aparelhos de clientes à autoridade da polícia judiciária. A nova
norma é resultado da aprovação, pela Assembléia Legislativa, no
último semestre de 2009, do Projeto de Lei 900/07, do deputado Délio
Malheiros (PV).
Segundo veiculado na imprensa, Ana Carolina Menezes
Assunção, 27 anos, empresária, foi abordada pelo criminoso, por
volta das 18 horas, quando ia à loja em que era sócia da mãe. Ela
estava com o filho de 1 ano e dois meses. Ana Carolina foi obrigada
a seguir em seu carro com o bandido e, diante da suspeita de
sequestro relâmpago, a PM foi chamada. Horas depois, o corpo da
vítima foi encontrado seminu no banco traseiro do carro, no bairro
João Pinheiro, na marginal da Via Expressa, em local deserto e de
pouca iluminação. Ela foi violentada e teria sido estrangulada por
um cadarço de tênis. O bebê não foi agredido e dormia sobre o peito
da mãe.
Presidente questiona sigilo policial em torno das
investigações
Diante dos sucessivos crimes contra mulheres, o
presidente da comissão questionou, após a visita à família de Ana
Carolina, a opção da Polícia por manter sigilo em torno das
investigações e do retrato falado do suspeito. "Isso parece não ter
surtido efeito pois o criminoso continuou agindo e queremos debater
esse ponto", adiantou o deputado.
Após deixar a residência em Contagem, o presidente
da comissão e a vice, deputada Maria Tereza Lara (PT), se dirigiram
ao Instituto Médico Legal com o objetivo de agilizar a liberação dos
restos mortais de Natália Cristina de Almeida Paiva, que seria outra
vítima do suposto assino em série. Nesta quarta, a Polícia confirmou
que é dela o corpo enterrado no Cemitério Público de Ribeirão das
Neves, como indigente, após laudo comparativo feito pelo IML na
arcada dentária da ossada exumada. Trâmites legais para que a
família de Natália obtivesse a certidão de óbito atrasaram o
sepultamento que estava previsto para as 10 horas desta quinta (11),
adiando-o para a tarde, no Cemitério Parque Renascer.
Natália saiu de casa no dia 7/9/09, no bairro
Margarida, por volta das 6 horas para ir à faculdade. Na noite de
8/9/09, seu carro foi encontrado no Barreiro de Baixo e ela havia
sido dada como desaparecida.
Presenças - Além do
presidente, participaram da visita a deputada Maria Tereza Lara (PT)
e os deputados Carlin Moura (PCdoB) e Célio Moreira (PSDB).
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