Melhoria do atendimento à saúde é desafio para o Ipsemg

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais ouviu, nesta terça-feira (16/12/09), o diretor de Saúde...

16/12/2009 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Melhoria do atendimento à saúde é desafio para o Ipsemg

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais ouviu, nesta terça-feira (16/12/09), o diretor de Saúde do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado (Ipsemg), Roberto Porto Fonseca, convidado para prestar informações sobre o funcionamento atual e as metas para o instituto em 2010. Os números apresentados pelo diretor aos deputados comprovam uma melhora nos serviços prestados pelo Ipsemg, mas o próprio Roberto Fonseca admitiu que os gastos atingiram o teto e que não há como avançar em 2010. Participantes da reunião demonstraram preocupação com o financiamento do instituto.

O requerimento que deu origem à reunião foi do 1º-vice presidente da ALMG, deputado Doutor Viana (DEM). Ele lembrou que o instituto teve um momento crítico no início da década e quis saber como está a situação hoje. O diretor Roberto Fonseca reconheceu que há sete anos ninguém queria se associar ao Ipsemg,: clínicas, médicos ou hospitais. "Hoje somos procurados por profissionais e clínicas que querem fazer parte do instituto", disse ele.

Segundo o diretor, a qualidade dos serviços prestados é inegável, apenas o alcance do atendimento no interior do Estado ainda precisa ser ampliado. "Mas para isso, são necessários mais recursos do que temos hoje", afirmou. Roberto Fonseca disse que não se consegue fazer o ideal em saúde com um investimento per capita de 25 a 30 reais por ano, como ocorre hoje no Brasil.

O presidente da comissão, deputado Carlos Mosconi (PSDB), e os deputados presentes reconheceram o esforço do Governo do Estado para equipar melhor o Ipsemg. Mas eles concordam que o atendimento ainda deixa a desejar no interior. "Sabemos que há avanços, mas se perguntarem aos usuários se estão satisfeitos, vão responder que não!", enfatizou o deputado Doutor Rinaldo (PSL). O deputado disse que as maiores queixas estão relacionadas à internação. "As pessoas até fazem os exames pelo Ipsemg, mas se precisam de internação no interior, não conseguem", afirmou. Segundo ele, ninguém quer operar pelo Ipsemg.

O deputado Fahim Sawan (PSDB) ressaltou os avanços conseguidos pela atual administração e afirmou que mais de 80% dos servidores utilizam hoje os serviços do Ipsemg. Para o deputado Domingos Sávio (PSDB), o Ipsemg muitas vezes desafoga o SUS.

Deputado defende contribuição também de dependentes

Segundo o diretor Roberto Fonseca, o Ipsemg é o plano de saúde mais barato do Estado. Os serviços são mantidos com a contribuição de 3,2% do salário de cada servidor, mais 1,6% de aporte do Governo do Estado. Cônjuges e dependentes dos servidores não contribuem. O deputado Neider Moreira (PPS) deixou a pergunta: "não seria hora de o governo rever a questão do financiamento do instituto?".

O deputado Doutor Ronaldo acredita que cônjuges e dependentes dos servidores também deveriam contribuir. Já o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) afirmou que Minas Gerais é o penúltimo Estado em investimentos na saúde. Em sua opinião, o custo do Ipsemg não deveria ser contabilizados na prestação de contas do Estado, uma vez que os gastos com a saúde são uma obrigação constitucional. "O governo também deve contribuir mais", opinou.

Questionado pelo deputado Adelmo Carneiro Leão sobre a dívida do Estado com o instituto, o diretor Roberto Fonseca disse que o governo vem honrando todos os compromissos e que o dinheiro da dívida está sendo aplicado prioritariamente na rede física e no atendimento no interior do Estado.

O deputado Carlos Pimenta (PDT) lembrou que é preciso regulamentar a Emenda Constitucional nº 29, que determina o percentual a ser gasto na saúde pelos entes públicos. Ele questionou o que acontecerá com o Ipsemg caso a ação direta de inconstitucionalidade que dá opção ao servidor de se associar ou não ao Ipsemg seja acatada pelo Superior Tribunal Federal (STF). O deputado Hely Tarqüínio (PV) lembrou que além de regulamentar a Emenda 29, é preciso também definir melhor o que vem a ser atenção à saúde, para garantir os recursos necessários para o setor.

Projeto para controlar poluição sonora tem parecer favorável

Na primeira fase da reunião, a Comissão de Saúde aprovou parecer de 1º turno favorável ao Projeto de Lei (PL) 3.803/09, do deputado Délio Malheiros (PV), que altera a Lei 7.302, de 1978, de modo a estabelecer novos limites para a poluição sonora no Estado. O relator, deputado Ruy Muniz (DEM), opinou pela aprovação do projeto em sua forma original. Em seu parecer, lembrou que a poluição sonora acarreta sérios problemas de saúde, sendo considerado pela Organização Mundial de Saúde o terceiro maior problema ambiental da atualidade.

Atento aos prejuízos causados pela perturbação sonora, o deputado Délio Malheiros, em seu projeto, estabelece limites diferentes dependendo do tipo de área, se urbana, rural, hospitalar, comercial etc. O projeto também procura coibir excessos na emissão de ruídos de máquinas e equipamentos utilizados em construção, demolições e obras em geral. O projeto prevê multas de mil a cinco mil Ufemgs (Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais) para quem desrespeitar os limites.

A Comissão de Saúde aprovou, ainda, parecer de 2º turno favorável ao PL 2.935/08, do deputado Arlen Santiago, que determina a utilização de seringas retráteis nos estabelecimentos de saúde, públicos e privados, do Estado. O objetivo do autor é reduzir o número de acidentes envolvendo profissionais de saúde, ao utilizarem seringas com agulhas convencionais. "Trata-se de uma questão de biossegurança", alertou o relator do projeto, deputado Doutor Rinaldo.

Em turno único, os deputados aprovaram parecer sobre o PL 3.885/09, do deputado Fahim Sawan (PSDB), que institui a Semana Estadual de Luta contra a Depressão, a ser comemorada na primeira semana de agosto. O relator, deputado Carlos Pimenta, opinou pela aprovação do texto em sua forma original.

Requerimento - A comissão aprovou requerimento do deputado Fahim Sawan, para que seja realizada audiência para debater a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 56, de autoria do deputado André Quintão (PT), que amplia a licença maternidade para 180 dias em todo o Estado.

Presenças - Deputados Carlos Mosconi (PSDB), presidente; Carlos Pimenta (PDT), vice; Hely Tarqüínio (PV), Doutor Rinaldo (PSL), Fahim Sawan (PSDB), Ruy Muniz (DEM), Doutor Ronaldo (PDT), Doutor Viana (DEM), Adelmo Carneiro Leão (PT), Neider Moreira (PPS) e Domingos Sávio (PSDB).

 

 

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