Análise do Orçamento e do PPAG ficou para as 20h30 desta terça (15)

Ficou para as 20h30 desta terça-feira (15/12/09) a análise dos projetos do Orçamento do Estado para 2010 e da revisão...

15/12/2009 - 00:03
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Análise do Orçamento e do PPAG ficou para as 20h30 desta terça (15)

Ficou para as 20h30 desta terça-feira (15/12/09) a análise dos projetos do Orçamento do Estado para 2010 e da revisão do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2008-2011 pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Pela manhã, o deputado Juarez Távora (PV) solicitou que os projetos fossem retirados da pauta da reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária ampliada com a participação de membros das comissões permanentes. Nova reunião aconteceu à tarde, quando os relatores distribuíram cópias (avulsos) de seus pareceres.

O Projeto de Lei (PL) 3.808/09 dispõe sobre a revisão do PPAG, sendo relator o deputado Zé Maia (PSDB); e o 3.809/09 contém o Orçamento, sendo relator o deputado Lafayette de Andrada (PSDB). Ambos são do governador. O PPAG é uma lei que determina quanto e como o governo investirá os recursos públicos em áreas como saúde, educação, segurança, meio ambiente e estradas. Já o Orçamento, que estima receitas e fixa despesas em R$ 41,11 bilhões, abrange a administração direta e indireta e as empresas dependentes (Rádio Inconfidência, Epamig e Emater), além de trazer o orçamento de investimentos das empresas controladas pelo Estado, como Cemig e Copasa.

Saiba mais sobre o projeto do Orçamento

O projeto original do Orçamento prevê receita e despesa de R$ 41,11 bilhões em 2010, sendo R$ 10 bilhões destinados a investimentos. Do total da receita, R$ 24 bilhões serão originados da arrecadação do ICMS. Os projetos estruturadores do PPAG receberam R$ 5,31 bilhões, o que representa um aumento de R$ 300 milhões em relação a 2008. Todos esses números foram repassados pela secretária de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, na entrega dos dois projetos à Assembleia, em setembro. Segundo ela, apesar da crise econômica mundial, o governo conseguiu manter o patamar de investimentos em todas as áreas e será possível cumprir as metas programadas.

Entre os investimentos que serão feitos pelo Estado em 2010, destacam-se a ampliação do ensino técnico-profissionalizante, a reforma das escolas rurais, a reforma do Aeroporto Internacional de Confins e a realização do cinturão de segurança pública. Em relação à realização da Copa do Mundo de 2014 em Belo Horizonte, o Orçamento prevê o investimento de R$ 22 milhões para a execução da primeira etapa das obras previstas. Para a destinação desse valor, foi incluída na revisão do PPAG o projeto estruturador Copa do Mundo.

O orçamento de investimento das empresas controladas pelo Estado prevê recursos da ordem de R$ 5,25 bilhões. A Cemig e a Copasa destacam-se como as empresas com maiores investimentos, dirigidos para projetos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica e de saneamento básico e ambiental, representando 93,50% do total do orçamento de investimento das empresas controladas. Já a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) estima em R$ 170,44 milhões o total de investimentos previstos para 2010, sendo 54,90% relativos às obras da Cidade Administrativa.

Relator destaca rigidez orçamentária e engessamento do Estado

O parecer apresenta vários números para demonstrar a rigidez orçamentária. Dos R$ 41,11 bilhões, apenas R$ 20,46 bilhões (49,78%) são recursos livres ordinários. Segundo o relator, as receitas restantes referem-se a recursos vinculados, o que demonstra o elevado grau de rigidez, que se traduz no reduzido poder de alocação de recursos por parte do Estado.

As chamadas despesas incomprimíveis somam R$ 27,91 bilhões (67,89% do total), excluídas as relativas às vinculações para saúde, educação e pesquisa. "Esse número demonstra o excessivo engessamento do Orçamento e as consequentes dificuldades para a eliminação de possíveis déficits nominais no decorrer da execução orçamentária de 2010, bem como para a alocação de recursos para novas ações", aponta o relator. As despesas incomprimíveis são aquelas que não podem ser reduzidas em decorrência de repartições ou vinculações constitucionais ou de sua essencialidade.

Relator fez análise das emendas apresentadas

O deputado Lafayette de Andrada explicou que, devido às restrições para a apresentação de emendas parlamentares e à escassez de recursos ordinários livres, houve um amplo acordo para se estabelecerem as prioridades de cada deputado. O relator apresentou diversas subemendas às emendas parlamentares, além de emendas solicitadas pelo Executivo. Das 731 propostas ao Orçamento, foram registradas 634 de iniciativa de parlamentares, sete de autoria de comissão, dez assinadas pelo bloco PT/PMDB/PCdoB e 80 de iniciativa popular. Esse balanço foi divulgado após o prazo final para apresentação de emendas ao PL 3.809/09.

Em seu parecer, o relator opinou pela aprovação de 549 emendas, incluídas as apresentadas por ele próprio, e pela rejeição de 268, totalizando 817. Entre as emendas acatadas pelo relator na forma de subemendas, estão as que tratam da construção, ampliação e reforma das unidades e dos campi da Uemg; ações de apoio a produtores rurais; construção de hospital; implantação de unidade do IML em Ribeirão das Neves; ampliação e reestruturação de espaços esportivos; pavimentação de rodovias; capacitação dos profissionais que trabalham na garantia dos direitos da criança e do adolescente e apoio a conselhos tutelares e de direitos; apoio às cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis; apoio à comercialização de produtos da economia popular solidária; apoio à produção de alimentos e à capacitação em comunidades indígenas e quilombolas.

Entre as emendas apresentadas pelo relator, uma atende à reivindicação de um movimento suprapartidário de Contagem, cujos integrantes estiveram na Assembleia na última semana. Eles solicitaram apoio institucional para garantir recursos, no Orçamento, para a construção de um novo fórum no município. Outras emendas do relator destinam recursos para o apoio a obras de infraestrutura nos municípios, pavimentação de rodovias, reforma e equipamentos para unidades básicas de saúde do Programa de Saúde da Família (PSF) e iluminação de quadras esportivas.

Confira outros números sobre o Orçamento

A receita tributária representa 71,08% da receita total e tem como principal componente o ICMS (84,42% do total), cuja previsão inicial foi baseada na estimativa de arrecadação para o exercício de 2009, acrescida das variações anuais previstas da taxa de inflação com base no IPCA (4,32%) e do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) (3,5%). Em valores nominais, estima-se um crescimento de 3,71% na receita tributária de 2010 em relação à receita orçada em 2009.

Despesa com pessoal - Dos R$ 41,11 bilhões da despesa fixada, 85% são despesas correntes, 14% despesas de capital e 1% é destinado à Reserva de Contingência. As despesas com pessoal e encargos sociais são as mais representativas, correspondendo a 40,53% da despesa fiscal total. A projeção da despesa foi realizada com base na folha de abril, com crescimento vegetativo de 1,83% ao ano. A esse valor foram agregados recursos destinados aos reajustes autorizados, bem como os necessários à cobertura de despesas decorrentes do preenchimento de cargos por concurso público.

Em valores nominais, há um crescimento de 6,49% dos gastos com pessoal e encargos sociais em relação à despesa orçada em 2009. Segundo o relator, porém, a participação desse grupo na despesa total do Estado manteve-se praticamente inalterada, com crescimento residual de 40,15% em 2009 para 40,53% em 2010. A despesa fixada com pessoal é de R$ 16,66 bilhões e está dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Entre as despesas correntes, há ainda os juros e encargos da dívida (R$ 1,88 bilhão), as transferências constitucionais aos municípios (R$ 7,4 bilhões) e a rubrica "outras despesas correntes" (R$ 8,89 bilhões), destinada ao custeio operacional dos órgãos e entidades da administração pública estadual. Juntos, os gastos nessas três rubricas representam 44,21% da despesa total estimada fixada para 2010.

Saúde, segurança, previdência e educação têm maior peso na composição da despesa

As funções com maior peso na composição da despesa são saúde (10,84%), segurança pública (12,15%), previdência social (13,23%) e educação (11,33%). A comparação com os exercícios anteriores mostra o incremento substancial nos gastos com as funções assistência social, ciência e tecnologia, cultura, desporto e lazer, energia e urbanismo. Na assistência social, a implantação do Projeto Travessia consome R$ 40,9 milhões dos R$ 202,5 milhões de investimentos previstos nessa função. Outros R$ 75 milhões são destinados à Poupança Jovem. No Fundo para a Infância e a Adolescência (FIA), os investimentos somam R$ 7,6 milhões.

Na saúde, 27,37% dos R$ 4,519 bilhões de investimentos previstos são em ações direcionadas para a regionalização - urgência e emergência, sendo que 21,1% destes são para o fortalecimento e melhoria da qualidade dos hospitais do SUS e para o financiamento de reforma, construção e equipamento das unidades básicas de saúde do Programa Saúde da Família (PSF). Na promoção e execução de ações de saúde estão previstos R$ 52,89 milhões. Outros 11,38% do total previsto para a função são gastos no programa Farmácia de Minas.

Dos R$ 293,7 milhões de investimentos previstos em ciência e tecnologia, 73,3% são destinados à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), para ações de fomento às atividades de pesquisa e inovação tecnológica. Na função desporto e lazer houve um incremento de 102,8% em relação ao ano anterior, e, dos R$ 121,7 milhões de investimentos previstos, R$ 49,5 milhões (40,71%) são destinados à ampliação e reestruturação de espaços esportivos e de atividades físicas.

Os investimentos previstos na função energia somam R$ 75,2 milhões (260,3% superior ao valor aprovado para 2009), dos quais R$ 75 milhões (99,7%) são destinados à universalização do acesso à energia elétrica no campo. Em contrapartida, algumas funções tiveram redução de recursos quando se compara a despesa orçamentária em relação à receita prevista para 2008. As maiores reduções foram nas funções saneamento (-47,9%), transporte (-20,7%) e indústria (-10,4%).

Serviço da dívida - As despesas com amortização e serviço da dívida estão orçadas em R$ 3,14 bilhões (7,6% da despesa orçamentária total). A amortização consome R$ 1,26 bilhão e o serviço da dívida (juros e outros encargos), R$ 1,88 bilhão. Em relação a 2009, o total da dívida cresceu 3,32%, em função do aumento de 81,41% dos gastos com a amortização do principal. O gasto com o serviço da dívida, por sua vez, caiu 19,82% no mesmo período.

PPAG recebeu 315 emendas, sendo 99 da Comissão de Participação Popular

O PL 3.808/09, que contém a revisão do PPAG 2008-2011 para o exercício de 2010, foi relatado pelo deputado Zé Maia (PSDB). A proposição recebeu um total de 315 emendas, sendo 163 apresentadas por parlamentares (nºs 1 a 163), 99 pela Comissão de Participação Popular, a partir de sugestões populares colhidas nas audiências de revisão do PPAG em todo o Estado (nºs 164 a 262) e 53 pelo relator (nºs 263 a 315). Além das próprias emendas, o relator acatou outras 104, sendo 46 na forma original, 54 na forma de subemendas nº 1 e duas na forma de subemendas nº s 1 e 2 para cada uma delas. As demais emendas foram prejudicadas ou rejeitadas.

O projeto do PPAG contém a operacionalização da estratégia delineada no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI) 2007-2023, apresentando, de forma consolidada, as alterações promovidas nas diretrizes, objetivos, indicadores, programas, ações e metas da administração pública estadual. São 11 áreas de resultados, cada uma com programas estruturadores, que recebem recursos e, portanto, refletem no Orçamento de 2010. Há ainda programas associados e programas especiais.

O relatório lembra que a crise financeira teve impacto mais severo em Minas ao longo de 2009, com retração de 5,5% do PIB, contra queda de 1,8% no Brasil. E, em função de algumas despesas não poderem sofrer contingenciamentos, "os investimentos em despesas de capital, que mobilizam grande parte dos recursos destinados à carteira de projetos estruturadores, passam a ser a margem de ajuste do governo". Daí a importância de se rever a estratégia de planejamento. Por esse motivo também, segundo o relator, algumas emendas foram rejeitadas, já que trariam grande impacto orçamentário.

De acordo com o relator, os recursos alocados no plano totalizam quase R$ 48 bilhões, distribuídos em despesas de custeio e capital. As áreas de resultados "educação de qualidade", "vida saudável" e "investimento e valor agregado da produção" correspondem, respectivamente, a 9%, 8% e 7% dos recursos alocados, inferior apenas aos programas especiais, que concentram as despesas de pessoal e serviços da dívida pública - 66% do total.

Defesa social tem 2% dos recursos previstos

Já a área de resultado "defesa social" ficou com 2% dos recursos, fora despesas com pessoal. "Nesse ponto, é importante destacar que as ações de governo voltadas para a integração dos órgãos de segurança demanda uma parte considerável dos recursos nessa área, ao lado da expansão e da modernização do sistema prisional", diz o relatório. A qualidade e inovação em gestão pública, que concentra recursos equivalentes a 1,2% do total, engloba outra prioridade do governo: a construção da Cidade Administrativa, que terá como impactos a redução de custos e integração dos setores administrativos.

Conclusão - Na conclusão do parecer, o relator opina pela aprovação do PL 3.808/09 com as emendas nºs 108, 166 a 168, 170, 171, 176, 179, 180, 183, 184, 188, 189, 191, 192, 198, 199, 201, 204, 206, 207, 213, 215, 218 a 222, 224 a 227, 230, 231, 233, 234, 236, 240, 241, 245, 256 a 258 e 260 a 262 apresentadas por parlamentares e pela Comissão de Participação Popular; as emendas apresentadas por ele (263 a 315) e ainda as subemendas nº 1 às emendas nºs 16, 24, 40, 44, 51, 77, 78, 82, 83, 95, 97, 110, 120, 134, 147, 164, 165, 169, 173, 174, 177, 182, 185 a 187, 190, 193, 195 a 197, 200, 202, 203, 205, 208, 209, 211, 212, 216, 217, 223, 228, 232, 235, 237 a 239, 242 a 244, 246, 251 a 253 e as subemendas nºs 1 e 2 às emenda nºs 175 e 194, apresentadas no parecer.

Por outro lado, opina pela rejeição das emendas nºs 2, 3, 5, 8 a 15, 17 a 23, 25 a 39, 41 a 43, 45 a 50, 52 a 62, 65 a 71, 73, 74, 76, 80, 87, 89 a 94, 98 a 105, 107, 109, 112, 113, 115 a 119, 121 a 133, 135, 137 a 140, 142, 144 a 146, 148 a 151, 153 a 162, 172, 178, 214 e 254. Ficam prejudicadas as emendas nºs 1, 4, 6, 7, 63, 64, 72, 75, 79, 81, 84 a 86, 88, 96, 106, 111, 114, 136, 141, 143, 152, 163, 181, 210, 229, 247 a 250, 255 e 259.

Emendas beneficiam turismo, educação e saúde

As emendas acatadas pelo relator destinam recursos, por exemplo, para a qualificação de trabalhadores, com módulo específico para emigrantes retornados, para a implantação do campus da Uemg em Leopoldina, universidade em Governador Valadares, IML em Juiz de Fora e hospital regional em Divinópolis; para divulgação de monitoramento e avaliação do programa Poupança Jovem e para iluminação de campos de futebol. Crianças portadoras de deficiência e transtorno mental também passam a ser beneficiadas pelo programa de esportes Minas Olímpica.

As populações indígenas e quilombolas também são beneficiadas por ações propostas em algumas emendas, entre elas o apoio à produção de alimentos para complementação e melhoria nutricional; apoio à regularização fundiária de áreas ocupadas por essas comunidades; e a realização dos jogos indígenas do Brasil. Outra emenda garante cursos preparatórios para capacitar participantes dos processos de revisão anual do PPAG.

Há emendas ainda voltadas para o aumento da capilaridade do Corpo de Bombeiros em Minas; construção de unidades voltadas para atendimento a medidas socioeducativas; instalação de feiras de economia popular solidária; implantação de Centro de Tradição Cultural do Jequitinhonha, em Itaobim; cofinanciamento para implantação do Serviço Único de Assistência Social (Suas) em municípios; apoio às associações e cooperativas de catadores de resíduos sólidos; e ações relativas ao Hidroex, como criação de fundação e de fundo previdenciário.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Zé Maia (PSDB), presidente; Jayro Lessa (DEM), vice; Inácio Franco (PV), Lafayette de Andrada (PSDB) e Adelmo Carneiro Leão (PT).

 

 

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