Cooperativas precisam conhecer melhor legislação internacional

A necessidade de uma capacitação das cooperativas no âmbito da legislação internacional, a fim de torná-las aptas a i...

10/12/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Cooperativas precisam conhecer melhor legislação internacional

A necessidade de uma capacitação das cooperativas no âmbito da legislação internacional, a fim de torná-las aptas a inserir seus produtos no mercado externo, foi consenso entre os participantes da sexta reunião da Comissão Extraordinária de Integração ao Parlamento do Mercosul, realizada nesta quinta-feira (10/12/09). A comissão, formada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para estudar as formas de aproveitar as oportunidades a serem criadas com a integração dos países do chamado Cone Sul, vai elaborar um relatório com as atividades deste ano e enviá-lo à Comissão Representativa do Mercosul no Congresso Nacional.

O exemplo da cachaça artesanal foi lembrado pela assessora de Comércio Exterior do Consulado do Paraguai, Vanessa Teles Castro, como uma dificuldade enfrentada pelos produtores interessados em exportar. Segundo ela, o teor de cobre registrado no produto está acima do tolerado pelos países europeus, por exemplo, limitando a exportação. Se conhecessem melhor a legislação internacional, as cooperativas de produtores poderiam adequar a cachaça artesanal às exigências dos países e ampliar as vendas.

O aprimoramento da legislação interna também foi defendido pelo conselheiro de Administração da Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Funcionários da Assembleia (Cofal), José Ramos dos Santos. Ele apresentou dados comparativos do cooperativismo no Brasil e em outros países, mostrando que, enquanto aqui apenas 5% da população participa de alguma cooperativa, nos Estados Unidos o percentual chega a 40%, no Japão, 33%, e na Alemanha, 25%. Apesar disso, Santos destacou o nível de profissionalismo das cooperativas brasileiras e citou o caso da Saromcredi, de São Roque de Minas, que ajudou a fomentar a economia de uma cidade que vinha apresentando índices decrescentes de desenvolvimento.

Leonardo Pereira Santana, técnico da Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg), trouxe para os deputados dados comparativos do cooperativismo em Minas e no Brasil. Segundo ele, o País tem 7.700 cooperativas, 7,9 milhões de associados e 250 mil empregados. Esses números no Estado são, respectivamente, 800, 900 mil e 27 mil. As cooperativas contribuem, segundo ele, com 6,3% do Produto Interno Bruto (PIB) mineiro, e suas exportações cresceram 178% em termos de receita e 45,6% em volume entre 2003 e 2006.

BH vai sediar secretaria da rede Mercocidades

As cooperativas mineiras terão, a partir do final do próximo ano, uma boa oportunidade para buscarem a integração com os mercados do Mercosul. A assessora da Secretaria de Relações Internacionais da Prefeitura de Belo Horizonte, Stephânia Aleixo, informou que a Capital mineira vai sediar a Secretaria Executiva da rede Mercocidades, uma estrutura criada em 1995 com o objetivo de integrar as cidades do Mercosul.

Para o coordenador da comissão, deputado Antônio Júlio (PMDB), o Mercosul será uma realidade dentro de no máximo 15 anos, e todos os segmentos econômicos precisam estar preparados para essa integração. Ele se queixou da centralização das decisões em Brasília, demonstrando as dificuldades para que os Estados e municípios tomem iniciativas para se integrarem com seus pares no bloco econômico.

O deputado Tenente Lúcio (PDT) concordou com Antônio Júlio e lembrou que no próximo ano será difícil haver avanços nas negociações envolvendo o Mercosul, em função da campanha eleitoral. Mesmo assim, ele colocou a Comissão de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo, da qual é presidente, à disposição para um trabalho conjunto. Já Carlos Pimenta (PDT) defendeu uma legislação comum para o Mercosul e elogiou o fato de o Brasil ter normas mais favoráveis ao cooperativismo, colaborando para o fortalecimento da economia.

Presenças - Deputados Antônio Júlio (PMDB), coordenador; Tenente Lúcio (PDT) e Carlos Pimenta (PDT). Participaram ainda, além dos citados na matéria, o cônsul honorário do Paraguai, Marcos Pereira Cardoso; o assistente técnico da Ceasaminas, Romeu Silveira Diniz; o diretor de Administração e Desenvolvimento do Sicoob Central, Márcio Olívio Villefort Pereira; a diretora de Promoção do cooperativismo da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Rosângela Caldeira Mendonça; e a advogada da Ocemg Isabela Perez.

 

 

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