Situação das comunidades Dandara e Camilo Torres motiva novo debate

A Comissão de Direitos Humanos retoma o debate sobre o direito à moradia e, em particular, sobre a situação das ocupa...

11/12/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Situação das comunidades Dandara e Camilo Torres motiva novo debate

A Comissão de Direitos Humanos retoma o debate sobre o direito à moradia e, em particular, sobre a situação das ocupações Dandara, no bairro Céu Azul, e Camilo Torres, no Barreiro, ambas em Belo Horizonte. A audiência pública será nesta quarta-feira (16/12/09), às 15h30, no Auditório da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Moradores dessas duas comunidades estiveram na ALMG no primeiro semestre, quando relataram suas precárias condições de moradia e criticaram a prefeitura por não prestar atendimento nas áreas de saúde e educação e por não possibilitar o acesso a programas sociais. O requerimento da audiência é do presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), que quer respostas da prefeitura, entre outros órgãos públicos.

São convidados a participar da reunião o secretário de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, Dilson Melo; o coordenador de Direitos Humanos da Defensoria Pública, Gustavo Gorgozinho; a promotora Josely Ramos Pontes; o secretário de Políticas Urbanas da PBH, Murilo Valadares; Úrsulla Almeida Rey Costa, da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Serviço Social; o professor Fábio Alves dos Santos, do Serviço de Assistência Judiciária da PUC Minas; frei Gilvander Luís Moreira, assessor da Comissão Pastoral da Terra; e Joviano Gabriel Maia Mayer, militante da entidade Brigadas Populares.

Moradores estiveram na ALMG e deputados visitaram acampamento Dandara

Em audiência realizada no dia 28 de abril deste ano, moradores das comunidades Dandara e Camilo Torres criticaram a postura da prefeitura da Capital, que, segundo eles, não estava disposta a negociar a permanência das famílias nos terrenos invadidos. Sem endereço oficial, as comunidades não têm acesso à saúde, à educação e a projetos sociais.

Para a comissão, uma alternativa seria a desapropriação das áreas e o assentamento das famílias. Mas o diretor-presidente da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel), Claudius Vinícius Leite Pereira, afirmou na audiência que a prefeitura não tinha a intenção de desapropriar os dois terrenos.

A ocupação Camilo Torres é formada por 140 famílias que ocupam um terreno abandonado há mais de 20 anos. Nesse período, as barracas de lona já deram lugar a pequenas casas de alvenaria. Representantes da comunidade estavam apreensivos em abril, já que a prefeitura tinha uma liminar de despejo e poderia obrigar a retirada das famílias. Já a comunidade Dandara é maior. São 1,1 mil famílias vivendo em condições precárias, sob barracas de lona, conforme constatou a comissão em visita feita ao local, em 29 de abril. Apenas dez banheiros atendiam aos moradores, obrigados a cozinhar em fogões improvisados no chão, em meio à poeira.

Cadastramento no Dandara é novidade

Segundo o advogado das famílias da comunidade Dandara, professor Fábio Alves dos Santos, da PUC Minas, a grande novidade foi a mudança de postura da PBH. De acordo com ele, a prefeitura está concluindo o cadastramento das famílias e há expectativa de desapropriação do terreno com recursos do programa do Governo Federal Minha Casa, Minha Vida. Tanto os moradores necessitados da Dandara quanto famílias que estão na fila de espera do programa seriam beneficiados com a medida.

Em abril, o Tribunal de Justiça havia suspendido liminar de reintegração de posse concedida à suposta proprietária de parte do terreno, a Construtora Modelo. A decisão foi depois revogada, mas o advogado das famílias ingressou com mandado de segurança na Corte Superior e conseguiu reverter esse processo.

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br

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