Comissão vai apurar denúncia de trabalho escravo em João Pinheiro

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais pretende apurar denúncias de trabalho escrav...

11/12/2009 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão vai apurar denúncia de trabalho escravo em João Pinheiro

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais pretende apurar denúncias de trabalho escravo na região de João Pinheiro (Noroeste de Minas), apresentadas pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetaemg). Para isso, promoverá audiência pública nesta segunda-feira (14/12/09), às 15 horas, no Auditório. O requerimento para a realização do debate é do presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT). Entre os convidados, estão representantes dos trabalhadores, do Ministério Público, da Fetaemg, da OAB-MG e do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool (Siamig/Sindaçúcar).

Segundo a Fetaemg, assalariados rurais contratados para o corte de cana estão sendo submetidos ao abuso do poder patronal e a práticas ilegais que contrariam os direitos humanos. A empresa denunciada é a Destilaria Veredas, antiga G5, localizada a 42 quilômetros do centro de João Pinheiro, próximo da Vila São Sebastião. A empresa já teria assinado termo de ajustamento de conduta (TAC) com o Ministério Público, para sanar irregularidades ambientais e nas relações de trabalho detectadas na implantação do estabelecimento. Em carta enviada à Comissão de Direitos Humanos, o presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, afirma que a empresa não tem observado as recomendações do TAC.

Entre as denúncias, destacam-se: superlotação em alojamentos coletivos; alimentação em pouca quantidade; falta de registro e de recolhimento das contribuições previdenciárias e do FGTS, além do fornecimento de recibos precários; uso de intermediários nas contratações e relações de trabalho que geram o endividamento do profissional migrante, que fica sem condições de retornar ao seu local de origem, o Vale do Jequitinhonha. Ainda segundo a Fetaemg, é a proprietária da empresa, uma médica, quem faz os exames de saúde ocupacional e de doenças do trabalho. Ela teria obrigado os contratados a "retirarem suas vestes e coletivamente ficarem em amplo salão, totalmente despidos, e, passo a passo, fez exame individual de cada trabalhador".

Para o presidente da Fetaemg, a denúncia revela a deficiência dos órgãos públicos que licenciam a instalação dos empreendimentos econômicos no meio rural e que fiscalizam as atividades. "Não aceitamos a continuidade dessa conduta que submete os assalariados rurais a uma espécie de campo de concentração prisional", afirma, cobrando providências e a intermediação da Assembleia para resolver o problema.

Convidados - Os convidados a participar da audiência são a procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho/3ª Região, Elaine Noronha Nassif; o superintendente regional do Trabalho e Emprego, Alysson Paixão de Oliveira Alves; a diretora da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Laís Abramo; o presidente da Fetaemg, Vilson Luís da Silva; o diretor regional da Fetaemg/Polo Noroeste, José dos Reis Pereira; o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), Carlos Victor Muzzi; o coordenador de Erradicação do Trabalho Escravo do Ministério Público do Trabalho/10ª Região, Sebastião Vieira Caixeta; o presidente do Grupo Ferroeste, Ricardo Nascimento; o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool (Siamig/Sindaçúcar), Luiz Custódio Cotta Martins.

 

 

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