Deputados voltam a buscar entendimento entre IEF e produtores

Mais de 200 produtores rurais lotaram o auditório do Sindicato Rural de Pará de Minas, nesta sexta-feira (4/12/09), p...

04/12/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Deputados voltam a buscar entendimento entre IEF e produtores

Mais de 200 produtores rurais lotaram o auditório do Sindicato Rural de Pará de Minas, nesta sexta-feira (4/12/09), para acompanhar audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Os parlamentares discutiram com autoridades locais questões relativas à fiscalização ambiental, com base em denúncias dos produtores rurais, que estariam sendo vítimas de arbitrariedades e perseguições dos fiscais.

Não é a primeira vez que a comissão trata do problema. Os deputados estiveram na cidade em julho, quando ficou definida a criação de um grupo de trabalho específico para cuidar do assunto no Instituto Estadual de Florestas (IEF). Entretanto, a atuação do grupo foi prejudicada pela mudança no comando do órgão, conforme informou o diretor de monitoramento do instituto, João Paulo
Sarmento.

Segundo o diretor, o IEF está se esforçando para melhorar a articulação com os trabalhadores e proprietários de terras, de modo a acabar com a falta de diálogo. "Já começamos até a colher sugestões de lideranças locais. Queremos criar um novo modelo de relacionamento", declarou.

Educação - O comandante do Pelotão Especial de Meio Ambiente e Trânsito de Divinópolis, capitão Raimundo Lopes Ferreira, informou que logo depois da primeira audiência, em julho, a Polícia Militar ouviu as denúncias dos produtores que resultaram em um inquérito policial militar (IPM) e duas sindicâncias. "A demanda maior era em relação ao tratamento dado pelos policiais. Estamos treinando os agentes para lidarem com o homem do campo. Muitos reclamavam da forma de abordagem", disse o comandante.

Nos próximos dias 15 e 16 de dezembro, haverá reunião de representantes do IEF e da PM para discutir novas diretrizes de atuação dos policiais e fiscais. Será revisto ainda o convênio entre as duas instituições. "Uma ação corretiva da parte do produtor pode ser melhor para o meio ambiente do que simplesmente o pagamento de uma multa", afirmou o vice-diretor do IEF, Geraldo Fausto.

Deputado cobra ação do Congresso

Os deputados que participaram da audiência foram unânimes em defender o equilíbrio entre preservação ambiental e produção rural. Segundo eles, não se trata de atividades excludentes. O presidente da comissão, deputado Fábio Avelar (PSC), afirmou que a nova legislação mineira, aprovada pela Assembleia Legislativa, obteve avanços e ajudará na elaboração do Código Florestal Brasileiro, em tramitação no Congresso Nacional. O Parlamento federal, segundo o deputado Domingos Sávio (PSDB), está demorando para concluir a matéria. "Enquanto isso, o produtor fica com a espada na cabeça e sentindo o peso da caneta dos fiscais".

O parlamentar tucano criticou também decreto do presidente Lula sobre a Mata Atlântica. "Esse decreto grotesco está criando problemas enormes no Norte de Minas e agora no Centro-Oeste. Se um técnico vir um capim crescendo e determinar que se trata de Mata Atlântica, o produtor rural terá praticamente confiscada sua propriedade", afirmou.

O deputado Inácio Franco (PV) afirmou que o produtor não é bandido, mas é tratado dessa forma quando corta um bambu, por exemplo. Ele reclamou ainda da demora do IEF para emitir pareceres e dar andamento aos processos. O deputado Antônio Júlio (PMDB) foi mais longe e afirmou que os órgãos ambientais estão ocupados por xiitas que pensam que uma árvore vale mais que um ser humano. Antônio Carlos Arantes (PSC) destacou o empobrecimento do homem do campo. "O governo cria dificuldade para vender facilidade. A lei deve ser cumprida, mas bom senso não faz mal a ninguém", declarou.

Pedidos - O prefeito de Pará de Minas, José Porfírio de Oliveira, aproveitou a oportunidade para fazer três pedidos aos representantes do IEF. O primeiro é para que o município deixe de estar subordinado à unidade de Sete Lagoas. Os outros dois são para que o órgão colabore com o processo de abertura de duas avenidas e limpeza do Ribeirão Paciência. "Infelizmente, se pusermos máquinas trabalhando, ainda que seja para limpeza, corremos o risco de sermos penalizados", disse.

Presenças - Deputados Fábio Avelar (PSC), presidente da comissão; Antônio Júlio (PMDB), Antônio Carlos Arantes (PSC), Domingos Sávio (PSDB) e Inácio Franco (PV).

 

 

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